BOICOTE
CONTRA O BRASIL
Por
Alessandra Leles Rocha
Sim, é exatamente isso! A ala da
Direita e seus matizes, na Câmara dos Deputados, acaba de exigir a retirada da
pauta da Medida Provisória (MP) 1303/25 com alternativas ao aumento do IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras). A equipe econômica do governo estima que
tal atitude provocará um rombo de R$ 42,3 bilhões nas contas públicas até 2026.
E não sendo posta em votação, a matéria perde a validade nesta quarta-feira.
Estamos, portanto, diante do
boicote da Direita brasileira e seus matizes contra o país. Tal estratégia empregada
por essa gente afeta diretamente a grande massa da população, aqueles tais 99%
que carregam o piano diariamente. Porque para compensar a perda de arrecadação,
com essa MP, o governo irá precisar criar formas de aumentar a receita, o que
inclui, por exemplo, contingenciar recursos, bloqueando temporariamente certas despesas
orçamentárias, para ajustar os gastos à realidade da arrecadação.
A grande verdade é que a ala da
Direita e seus matizes não consegue engolir os pedidos exaustivos de cassação
de mandato de dois deputados que foragiram da Justiça brasileira para o exterior,
o arquivamento da PEC da Blindagem, o sonoro NÃO À ANISTIA, a aprovação unânime
da isenção do imposto de renda, o clamor pelo fim da jornada de trabalho 6x1,
... e quaisquer outras propostas que atendam verdadeiramente aos interesses da grande
massa populacional brasileira.
Nesses pouco mais de 500 anos de
história, eles se acostumaram muito mal, diante da ideia de que o protagonismo
do poder lhes era um direito adquirido, enquanto participes da elite brasileira.
Do tipo “Venha a nós, vosso reino,
nada”. Mas, se esqueceram de que o tempo é fluido, dinâmico, indomável. Ele
muda. Ele transforma.
Então, agora, a Direita
brasileira e seus matizes; sobretudo, os mais radicais e extremistas, querem se
vingar daquilo que consideram uma afronta ao seu poder histórico. Acontece que
o seu boicote, na verdade, não atinge o governo ou país. Ele atinge os
interesses de cerca de 213,4 milhões de cidadãos brasileiros. E esse boicote tem
método.
A tentativa de golpe de Estado,
que reverbera sobre o país desde 8 de janeiro de 2023, é a chama que nutre o
estabelecimento de diversos cenários de crise econômica, idealizados por
elementos da Direita brasileira e seus matizes, com o apoio de seus eleitores,
simpatizantes e financiadores. Afinal de contas, uma crise econômica é uma
situação de desarticulação social e de confiança, que abala o sentimento da
opinião pública.
Nesse contexto, o país estaria diante
de um quadro de instabilidade que se expressa por várias situações, tais como períodos
de retração econômica, ou seja, queda do Produto Interno Bruto (PIB), que seria
capaz de desencadear desemprego, aumento da desigualdade, de menor consumo e
produção, e diversos outros impactos na vida das pessoas. De modo que uma
interpretação equivocada e manipulada tendenciosamente sobre o desempenho do
governo em curso, o tornaria susceptível a eventuais insatisfações populares.
Por isso, a Direita brasileira e
seus matizes; sobretudo, os mais radicais e extremistas, presente na Câmara dos
Deputados, em Brasília, resolveu BOICOTAR o povo brasileiro. De que forma?
Abstendo-se do seu compromisso parlamentar determinado pela Constituição
Federal de 1988, o que significa que estão cometendo abuso de poder. Estão
prevalecendo de cargos para fazer valer vontades particulares em detrimento dos
interesses da população e do país. Trata-se, então, de uma ação coletiva e
organizada, buscando causar uma perda financeira, reputacional ou de outra
natureza ao alvo.
Entretanto, um "boicote
parlamentar" pode ser considerado inconstitucional, dependendo do caso
e da intenção; sobretudo, quando viola os princípios éticos e de decoro
exigidos de um parlamentar, conforme previsto na Constituição Federal. E o que está
acontecendo na Câmara dos Deputados pode sim, ser compreendido como uma
flagrante tentativa de desrespeitar princípios constitucionais, tais como a
eficiência na administração pública e a impessoalidade, na qual a atuação do agente
público não pode ter um viés pessoal.
Portanto, parece claro quem são
os inimigos do Brasil e de que lado da história político-partidária eles estão.
Daí a necessidade de compreender que uma representatividade político-partidária,
quando se abstém de assegurar a diversidade de vozes e demandas de diferentes
parcelas da população, acaba por desenvolver um coletivo de "cidadãos
de papel", no qual a cidadania formal é reconhecida, mas sem acesso
efetivo aos seus direitos e sem a capacidade de fazer sua voz ser ouvida. DIGA
NÃO AO BOICOTE, DA DIREITA BRASILEIRA E SEUS MATIZES, CONTRA O BRASIL!