tag:blogger.com,1999:blog-17436355983366443612024-03-18T13:02:10.836-03:00ALRocha-antenaculturalALRocha-antenaculturalalrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.comBlogger5451125tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-33489686019559345202024-03-18T13:01:00.005-03:002024-03-18T13:01:32.657-03:00Diante de uma absoluta relativização numérica ...<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2eFHAMFAz8o-mhiDF0Mg9fHfeujarXMW9giEyq9TuClnzKBSQYD2TizZWSTgssW4rvk9U8zQZ4De-ePulERS9yq7JNPW3x0XcJltvH3dOrMv5n5_OGBYQYntcdp2_8Am4nBHYty2wx3sjyVSPgbMCIxPTtupJU4Rh6SUv2MVpCMpi5nvwJ5JkBH-Yzwg/s1280/Diante%20de%20uma%20absoluta%20relativiza%C3%A7%C3%A3o%20num%C3%A9rica%20....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2eFHAMFAz8o-mhiDF0Mg9fHfeujarXMW9giEyq9TuClnzKBSQYD2TizZWSTgssW4rvk9U8zQZ4De-ePulERS9yq7JNPW3x0XcJltvH3dOrMv5n5_OGBYQYntcdp2_8Am4nBHYty2wx3sjyVSPgbMCIxPTtupJU4Rh6SUv2MVpCMpi5nvwJ5JkBH-Yzwg/w640-h360/Diante%20de%20uma%20absoluta%20relativiza%C3%A7%C3%A3o%20num%C3%A9rica%20....jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">Diante de
uma absoluta relativização numérica ...<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Números apontam grandes cifras
produzidas e lucros astronômicos, no universo do agronegócio mundial. No entanto,
os números também apontam valores expressivos para o desmatamento, as
queimadas, a exaustão dos recursos naturais – tais como, água e solo, a insegurança
alimentar e o desperdício. Diante disso, a quais números devemos, de fato,
render reverências? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Cientes de que há no planeta, mais
de 8 bilhões de seres humanos e que a alimentação é necessidade básica de todos
eles, essa é uma pergunta fundamental. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Há
séculos tem se visto ampliar as fronteiras agrícolas, o desenvolvimento de
novas técnicas de produção e o surgimento de insumos com alta base científica. A
primeira impressão é de total sucesso. Só que não.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vejam, essas iniciativas
impactaram o equilíbrio natural dos biomas. Seja pela ruptura com a periodicidade
e volume de chuvas. Ou da umidade do ar. Ou com o balanço nutricional do solo. Ou
com o regime de ventos. Ou com as estações climáticas bem definidas. Enfim,
tudo o que é essencial para o agronegócio e não pode ser substituído por
avanços técnico-científicos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sem perceberem, o ciclo de
investimentos milionários para aumentar a produção e os lucros tornou-se uma
espiral que exige cada vez mais e devolve cada vez menos, dadas as imposições
conjunturais da própria natureza. E ao contrário de analisar crítica e
reflexivamente essas práxis, diversos produtores ainda insistem nelas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O que significa que ao ampliar o nível
de desequilíbrio natural dos biomas, o agronegócio abre uma guerra contra si
mesmo, expondo suas produções às novas pragas, à intensificação das demandas químicas,
à contaminação da água e do solo e à própria dinâmica climática. Algo que já não
é bem-visto, pelos mercados consumidores estrangeiros, muitos deles franco
defensores das políticas sustentáveis da economia verde. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porque gastar mais não significa
produzir mais e melhor. Aliás, esse alto custo de produção não tem impedido a ausência
de muitos produtos nas prateleiras dos mercados e supermercados, mundo afora;
bem como, o decréscimo da qualidade deles, quando disponíveis. Além disso, é
preciso pensar sobre o impacto que a lei da oferta e da procura traz ao
contexto da insegurança alimentar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Se por um lado se vê, em pleno
século XXI, o amiúde desperdício de alimentos, a inacessibilidade a eles é uma
realidade triste e cruel. A indisponibilidade de produtos ou o seu alto custo
de aquisição impede que milhões de seres humanos supram a sua necessidade
fundamental de alimentação. Ao que se vê, ter ampliado as fronteiras agrícolas,
desequilibrado os biomas, tecnologizado a produção, investido em super insumos,
nada disso cumpriu o papel primaz do agronegócio, ou seja, nutrir os seres
humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sem contar que certos impactos
negativos, tais como o deflorestamento, têm sim, sua parcela de
responsabilidade na disseminação de importantes doenças, especialmente, as
arboviroses. Segundo estudo da Fiocruz, por exemplo, <i>“a dengue vem se
espalhando para as regiões Sul e Centro-Oeste, onde a doença não era tão comum.
Isso está ocorrendo por conta do aumento na ocorrência de eventos climáticos
extremos, como secas e inundações. Além disso, outro fator decisivo seria a degradação
ambiental, especialmente no Cerrado, que vem sofrendo com o desmatamento, queimadas
e conversão de florestas em pasto” <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Diante%20de%20uma%20absoluta%20relativiza%C3%A7%C3%A3o%20num%C3%A9rica.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>.</i> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Lembre-se, <i>“A primeira lei da
ecologia é que tudo está ligado a todo o resto” (Barry Commoner)!</i> Daí a
necessidade de reflexão, quando se percebe a insuficiência ou a ineficiência da
economia para proteger a sobrevivência humana na Terra. Não se pode encarar o
desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social como questões excludentes,
porque tem sido essa a visão que está levando à humanidade a sua extinção <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Diante%20de%20uma%20absoluta%20relativiza%C3%A7%C3%A3o%20num%C3%A9rica.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. Portanto, é urgente romper com esse
cenário caótico, o qual não aponta uma relação custo/benefício equilibrada para
nenhuma das partes envolvidas. <i><o:p></o:p></i></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Diante%20de%20uma%20absoluta%20relativiza%C3%A7%C3%A3o%20num%C3%A9rica.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://portal.fiocruz.br/noticia/2024/03/aumento-da-dengue-esta-associado-mudancas-climaticas-e-ao-desmatamento-no-brasil">https://portal.fiocruz.br/noticia/2024/03/aumento-da-dengue-esta-associado-mudancas-climaticas-e-ao-desmatamento-no-brasil</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjrpj177ddxo">https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjrpj177ddxo</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Diante%20de%20uma%20absoluta%20relativiza%C3%A7%C3%A3o%20num%C3%A9rica.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>2</b></span></a><b> <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-05/eventos-climaticos-podem-levar-milhoes-pobreza-extrema-no-brasil">https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-05/eventos-climaticos-podem-levar-milhoes-pobreza-extrema-no-brasil</a><o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.ufsm.br/midias/arco/seguranca-alimentar-em-xeque">https://www.ufsm.br/midias/arco/seguranca-alimentar-em-xeque</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/11/18/calorao-pressiona-preco-de-alimentos-e-analistas-estimam-cenario-pior-para-2024.ghtml">https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/11/18/calorao-pressiona-preco-de-alimentos-e-analistas-estimam-cenario-pior-para-2024.ghtml</a> </b></p></div></div><p></p>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-25547901032849683052024-03-17T13:14:00.004-03:002024-03-17T13:14:45.917-03:00Ódio. Fúria. Cólera. Raiva. Gana. Ira. ... E como diria Mahatma Gandhi, “Olho por olho, e o mundo acabará cego”. <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwky6mforxCxOENa-4TFal_afvidzUAF_lK9VminXAhGrtvKkhK-dSCFGSWA8ng8M_jnhjtfw6wpOoatCyB8Fjgc_YzMx7Kxs71108R7fNm__Xluc7Ovt77Mx3KSqHA7VckgTd9Civdf9KVq53bjCI98jCeZotkGl2uxMIDXs9LtCZ0kjnjl81sIPzwQs/s1280/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwky6mforxCxOENa-4TFal_afvidzUAF_lK9VminXAhGrtvKkhK-dSCFGSWA8ng8M_jnhjtfw6wpOoatCyB8Fjgc_YzMx7Kxs71108R7fNm__Xluc7Ovt77Mx3KSqHA7VckgTd9Civdf9KVq53bjCI98jCeZotkGl2uxMIDXs9LtCZ0kjnjl81sIPzwQs/w640-h360/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">Ódio.
Fúria. Cólera. Raiva. Gana. Ira. ... E como diria Mahatma Gandhi, “Olho por
olho, e o mundo acabará cego”. <o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Só para relembrar, a <b>Lei n.º
7.716/1989</b>, diz <i>“Serão punidos, na forma desta lei, os crimes resultantes
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”</i>
(art. 1º). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Depois veio a <b>Lei n.º
14.532/2023</b> para tipificar como crime de racismo a injúria racial, prevendo
pena de suspensão de direito em caso de racismo praticado no contexto de atividade
esportiva ou artística e prevê pena para o racismo religioso e recreativo e
para o praticado por funcionário público. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E por fim, <i>“‘Em 2019, o STF
decidiu que a homofobia é um crime imprescritível e inafiançável. Na decisão <b>o
STF entendeu que se aplicava aos casos de homofobia e transfobia a lei do Racismo
(Lei n.º 7.716/1989)</b>. O artigo 20 da lei em questão prevê pena de um a três
anos de reclusão e multa para quem incorrer nessa conduta. Há, ainda, a
possibilidade de enquadrar uma ofensa homofóbica como injúria, segundo o artigo
140, §3º do CP’” </i><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>.<i><o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, não podemos aceitar os
episódios criminosos de violência física e/ou verbal contra quaisquer seres
humanos, como o recente caso do jogador de vôlei de praia que denunciou ataques
homofóbicos em partida do Circuito Brasileiro <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>.
Não há nada de banal, ou de trivial, nesse tipo de conduta. Muito pelo
contrário. O que temos bem diante do nariz é a famigerada tecitura do ódio, nas
suas mais sórdidas expressões. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Bem, dizem os psicólogos e psicanalistas
que tal sentimento emerge de uma aversão profunda, desencadeada por medo ou por
raiva, indicando a devida dimensão da vulnerabilidade humana diante de algo ou
alguém. Nesse sentido, crenças, valores, princípios e/ou convicções, podem sim,
deflagrar o ódio; sobretudo, diante de conjunturas econômicas adversas, ou
incompatibilidades sociais demarcadas, ou promessas frustradas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Infelizmente, conforme explica
Zygmunt Bauman, <i>“a ansiedade e a audácia, o medo e a coragem, o desespero e
a esperança nascem juntos, mas é a proporção na qual elas se misturam é que
depende dos recursos de posse de cada um. E a contemporaneidade é especialista
em transformar uma coisa em outra e essa capacidade presente nos seres humanos
os fez compreender que poderiam ‘realizar sem limites’, de acordo com a própria
vontade” </i><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, ao ser guiado pela razão
de sua própria vontade ou ser forçado a ser livre, essa nova era de realidades flexíveis
e de liberdade de escolha acaba conduzindo à improvável dualidade da <i>“tentação
totalitária”</i> (conceito da filósofa Hannah Arendt) em relação aos direitos
humanos, ou seja, ao desejo de uma <i>“dominação permanente de todos os
indivíduos em toda e qualquer esfera da vida” (ARENDT, 1989, p.375)</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">4</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porém, esse nível de dominação é
impossível. Haverá sempre exceções. Indivíduos que não se submetem a total
autoritarismo, ainda que isso lhes custe a própria vida. Daí o ódio. O ódio de
quem quer dominar e daquele a quem se pretende dominar. Quem leu o livro ou
assistiu ao filme <b><i>O ódio que você semeia</i></b> (The hate U give), 2017,
de Angie Thomas, tem uma ótima compreensão de como o ódio é gestado na
sociedade, pela perspectiva da discussão do racismo nos EUA. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como escreveu Nelson Mandela, <i>“Ninguém
nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por
sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar, elas podem ser ensinadas a amar” (<b>Long Walk to Freedom</b>, 1995)</i>.
Daí a necessidade de não se tratar a questão do ódio apenas com base na punição
jurídica, das leis. É preciso construir uma cultura contra o ódio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E isso implica numa desconstrução
profunda de valores, de crenças, de princípios, os quais no Brasil, por
exemplo, estão diretamente associados à herança colonial. Afinal, ela deixou
marcas importantes no que diz respeito a hierarquização social entre
importantes e desimportantes, como se a vida humana não tivesse um único peso e
valor. Nesse sentido, o inconsciente coletivo acabou sendo moldado por esse enviesamento
que propicia um afloramento do ódio a partir das tensões, dos discursos e das violências.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Daí a importância de toda e
qualquer reflexão a respeito. Porque ao se descortinar as inúmeras camadas que
revestem esse assunto, é possível trazer à luz uma consciência sobre o quão
vazio é o ódio. Ele agride, ele ofende, ele mata; mas, em momento algum da
história humana, o ódio conseguiu promover sinais de transformação, ou de
evolução, ou de desenvolvimento. É como uma chama que arde e apaga em si mesmo.
Consome muita energia para uma luta que é inglória. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Hoje, você odeia fulano. Amanhã, beltrano.
Depois, cicrano. E por aí, vai. Acontece que sempre haverá algo ou alguém para
desafiar a sua vulnerabilidade narcísica. Para apontar o seu devido tamanho
existencial entre os demais. Portanto, lembre-se de que “<i>Através da violência
você pode matar o assassino, mas não pode matar o assassinato. Através da violência
você pode matar um mentiroso, mas não pode matar a mentira. Através da violência
você pode matar uma pessoa odienta, mas não pode matar o</i> ódio. <i>A escuridão
não pode extinguir a escuridão. Só a luz pode” (Martin Luther King Jr.).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></i></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://direitorio.fgv.br/noticia/homofobia-e-um-crime-imprescritivel-e-inafiancavel-no-brasil-desde-2019-ressalta-ligia#:~:text=28%2F06%2F2022-,%E2%80%9CA%20homofobia%20%C3%A9%20um%20crime%20imprescrit%C3%ADvel%20e%20inafian%C3%A7%C3%A1vel%20no%20Brasil,Diversidade%20da%20FGV%20Direito%20Rio">https://direitorio.fgv.br/noticia/homofobia-e-um-crime-imprescritivel-e-inafiancavel-no-brasil-desde-2019-ressalta-ligia#:~:text=28%2F06%2F2022-,%E2%80%9CA%20homofobia%20%C3%A9%20um%20crime%20imprescrit%C3%ADvel%20e%20inafian%C3%A7%C3%A1vel%20no%20Brasil,Diversidade%20da%20FGV%20Direito%20Rio</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>2</b></span></a><b> <a href="https://ge.globo.com/volei-de-praia/noticia/2024/03/16/jogador-de-volei-de-praia-denuncia-ataques-homofobicos-durante-partida-do-circuito-brasileiro.ghtml">https://ge.globo.com/volei-de-praia/noticia/2024/03/16/jogador-de-volei-de-praia-denuncia-ataques-homofobicos-durante-partida-do-circuito-brasileiro.ghtml</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.correiobraziliense.com.br/esportes/2024/03/6819824-jogador-de-volei-de-praia-denuncia-ataques-homofobicos-durante-partida.html">https://www.correiobraziliense.com.br/esportes/2024/03/6819824-jogador-de-volei-de-praia-denuncia-ataques-homofobicos-durante-partida.html</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a><b> BAUMAN,
Z. <i>Identity in the Globalizing World</i>, 2007. (<a href="https://www.researchgate.net/publication/227983940_Identity_in_the_Globalising_World">https://www.researchgate.net/publication/227983940_Identity_in_the_Globalising_World</a>)
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/%C3%93dio.%20F%C3%BAria.%20C%C3%B3lera.%20Raiva.%20Gana.%20Ira.%20...%20E%20como%20diria%20Mahatma%20Gandhi,%20%E2%80%9COlho%20por%20olho,%20e%20o%20mundo%20acabar%C3%A1%20cego%E2%80%9D..docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">4</span></a><b> ARENDT,
H. <i>Origens do totalitarismo. </i>São Paulo: Companhia das Letras, 1989. </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-91184714402651493392024-03-13T12:08:00.006-03:002024-03-13T12:14:39.616-03:00Quem, ou o que, é o Brasil?<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMkGdo9q75sggyYZIjIH5hEZWnOTWcemFXyscGlerhvN5zdMGG5h4MUeopb_SId9wqbFgR-F6fxR5s0YF4wcU2MxQ1sJs-pXx3miDsj0-Xp-UtTOQokSkVyMIJ3oTbu8dfcKhMPRcVer5ZCN3WMTnWeOmjB1N-zyx1KwiE2sVJ5sZW1RpsL9kk89bEfhE/s1280/Quem,%20ou%20o%20que,%20%C3%A9%20o%20Brasil.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMkGdo9q75sggyYZIjIH5hEZWnOTWcemFXyscGlerhvN5zdMGG5h4MUeopb_SId9wqbFgR-F6fxR5s0YF4wcU2MxQ1sJs-pXx3miDsj0-Xp-UtTOQokSkVyMIJ3oTbu8dfcKhMPRcVer5ZCN3WMTnWeOmjB1N-zyx1KwiE2sVJ5sZW1RpsL9kk89bEfhE/w640-h360/Quem,%20ou%20o%20que,%20%C3%A9%20o%20Brasil.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%;">Quem, ou
o que, é o Brasil?<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Nada define melhor o Brasil do
que a emblemática pergunta <i>“Que país é este?” <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Quem,%20ou%20o%20que,%20%C3%A9%20o%20Brasil.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a></i>.
Afinal, o conjunto das bizarrices, dos absurdos, das indecorosas descomposturas
nacionais, não permite traçar uma definição precisa sobre sua verdadeira
identidade. Tudo é rapidamente mutável, camaleônico, transitando sobre uma
linha muito tênue entre dicotomias importantes, bem e mal, lícito e ilícito,
certo e errado, e por aí vai. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O importante é entender que o
ponto de partida de qualquer análise a respeito, tem sim, uma linha histórica
muito bem definida e que une direitinho os pontos para facilitar a compreensão
de quem quer que seja. Porque o Brasil se repete! Não adianta negar esse fato!
O que parece novidade tem lá o seu pezinho em fatos pretéritos, ou em
desdobramentos destes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Dito isso, vejam a que ponto
chega a anticidadania brasileira. Não, pela expressão popular; mas, de quem
deveria dispor do mínimo de decoro e de civilidade. Usando e abusando do
dinheiro público e bem desalinhados das prerrogativas de trabalho no Legislativo
Federal brasileiro, uma comitiva de parlamentares viajou a Washington, com o
objetivo de denunciar ao governo e à imprensa norte-americana uma escalada de
autoritarismo judicial no Brasil.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como
já era de se esperar, foram barrados na audiência da Comissão de Direitos
Humanos <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Quem,%20ou%20o%20que,%20%C3%A9%20o%20Brasil.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Aí é impossível não perguntar ...
<i>Que país é este</i> que permite uma situação assim? <i>Que país é este</i>
que usa dinheiro público para macular a sua própria imagem no cenário
internacional? <i>Que país é este</i> que não se manifesta diante dos absurdos
e, certamente, deixará o episódio passar em brancas nuvens, sem as devidas
responsabilizações e ressarcimentos?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><i>Que
país é este?</i> Infelizmente, é o Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Acontece que é preciso parar,
pensar, analisar e refletir. Enquanto há quem se debruce sobre a indignação
causada pela recente tentativa de golpe de Estado, que culminou na destruição
do patrimônio público, em janeiro de 2023, há todo um caminho esquecido,
apagado ou invisibilizado, que possibilitou tamanha afronta à República
Federativa do Brasil e ao seu Estado Democrático de Direito. Nada do que
aconteceu, ou acontece, na história é por um acaso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Seguindo a linha mestra dos
acontecimentos se chega ao roteiro do processo em si. Ao se perguntar “Q<i>ue
país é este?”</i>, a resposta pode ser bastante interessante. O país da negligência.
Da condescendência. Da desatenção. Do oportunismo. Da desigualdade. Do racismo.
Enfim. Palavras que acabam por convergir num sentimento de total desapreço pela
sua identidade nacional e, por essa razão, tornam-se capazes de acobertar tantos
desatinos, despautérios, aberrações, ao longo da sua história. Afinal, não se
peca tanto por atos, omissões e palavras, como nessa terra!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O problema é que, a cada passada
de pano, abre-se precedentes perigosíssimos. Cada vez que o país se permite
perdoar os absurdos, ele alimenta os monstros que devoram a dignidade nacional.
Omissão, desleixo, descaso, displicência, inação, hesitação, indecisão, são pequenos
fragmentos do registro histórico brasileiro. Páginas verdadeiramente lastimáveis
e que, apesar de todos os pesares, continuam sendo escritas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Amanhã, 14 de março, por exemplo,
serão completados 6 anos da morte brutal de Marielle Franco e, de seu motorista,
Anderson Gomes, na região central do Rio de Janeiro, sem que se saiba quem foi
o mandante. Mais de 100 mil crianças e adolescentes, órfãos da pandemia da
COVID-19, seguem sem políticas públicas de reparação. Centenas de famílias
ainda aguardam a verdade sobre o desaparecimento e morte de familiares, 60 anos
depois que foram instalados os chamados Anos de Chumbo, no Brasil. E tantas
outras questões que permanecem à margem da sua importância, da sua elucidação
efetiva, da sua solução plena. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Negar, invisibilizar, ocultar,
não extingue a existência dos fatos, das pessoas, dos acontecimentos. Muito pelo
contrário. Só faz estimular as especulações, as conjecturas, as verdades
paralelas, as quais implicam em uma reverberação atroz da incompreensão humana
diante da falta da verdade factual. Como se a vida ficasse pela metade,
incompleta, sem sentido. Tudo precisa ter início, meio e fim, para satisfazer a
construção de significado. Haja vista que ninguém vai ao cinema e sai sem saber
o final do filme! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">De fato, lidar com a realidade
não é tarefa fácil! Colocar todos os pingos nos is, esmiuçar camada por camada,
é sim, muito trabalhoso! Entretanto, é necessário. O desconhecimento é
desconfortante, é incomodativo, é perturbador. Não traz paz a ninguém! E sem
paz, a vida não flui pelo curso que é necessário. Não conta as histórias, como
de fato aconteceram, propiciando a construção de aprendizados consistentes. Fica
sempre uma dúvida, uma hipótese não respondida, uma ideia enviesada, que acaba
por obstaculizar o desenvolvimento, o progresso, a evolução social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Assim, é preciso que a velha
pergunta <i>“Que país é este?”</i> seja apaziguada pela resposta mais simples,
ou seja, o país da verdade. Ainda que a fúria da pós-verdade tente impedir que
os fatos se sobressaiam e tragam à tona toda a sua essência, é preciso romper
com todas as práxis obscurantistas. Afinal de contas, não há Democracia sem
verdade. Não há cidadania sem verdade. Não há identidade sem verdade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Como escreveu Immanuel Kant, <i>“No
reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem
preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que
se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência,
compreende uma dignidade”</i>. E dignidade tem tudo a ver com verdade, com
ética, com moral, com a consciência do próprio valor humano, da sua honra, do
seu respeito. <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Quem,%20ou%20o%20que,%20%C3%A9%20o%20Brasil.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://oglobo.globo.com/politica/de-francelino-pereira-para-renato-russo-origem-de-que-pais-este-1-15616598">https://oglobo.globo.com/politica/de-francelino-pereira-para-renato-russo-origem-de-que-pais-este-1-15616598</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Quem,%20ou%20o%20que,%20%C3%A9%20o%20Brasil.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>2</b></span></a><b> <a href="https://revistaforum.com.br/politica/2024/3/9/eduardo-bolsonaro-barrado-de-audincia-pela-comisso-de-direitos-humanos-dos-eua-155389.html">https://revistaforum.com.br/politica/2024/3/9/eduardo-bolsonaro-barrado-de-audincia-pela-comisso-de-direitos-humanos-dos-eua-155389.html</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.brasil247.com/mundo/gleisi-comitiva-bolsonarista-nos-eua-para-denunciar-ditadura-foi-um-verdadeiro-vexame">https://www.brasil247.com/mundo/gleisi-comitiva-bolsonarista-nos-eua-para-denunciar-ditadura-foi-um-verdadeiro-vexame</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-53562451475380765762024-03-12T13:29:00.005-03:002024-03-12T13:29:20.850-03:00DROGAS ...<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwbzXn5xAElSPEC6B0QCympxBZqpAOjYZ4Xj13eU5NeIGC7VRYOnuKYz6Nd89bZrgto1Qtd3IrsloOS_MSmzxIn10UBVQ-dTCTuJUHZ1cATYE0M_VSwKHSBMETeSYl1osYdGK-rzI9Tu_-swjOK-d-qUOCaieF5PMXchCsHCRnqsjhFdXobJn8JnsmsP0/s1280/Drogas%20....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwbzXn5xAElSPEC6B0QCympxBZqpAOjYZ4Xj13eU5NeIGC7VRYOnuKYz6Nd89bZrgto1Qtd3IrsloOS_MSmzxIn10UBVQ-dTCTuJUHZ1cATYE0M_VSwKHSBMETeSYl1osYdGK-rzI9Tu_-swjOK-d-qUOCaieF5PMXchCsHCRnqsjhFdXobJn8JnsmsP0/w640-h360/Drogas%20....jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">DROGAS
...<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por
Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ninguém se opõe ao fato de que o
uso de drogas, na contemporaneidade, tem trazido desafios imensos para as
relações sociais, a saúde pública e a segurança. Entretanto, essa é uma questão
milenar. O uso de drogas acompanha a evolução humana sobre a Terra, na medida
em que os indivíduos aprenderam a reconhecer e a utilizar as plantas, segundo
suas necessidades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aliás, esse foi o pontapé inicial,
ainda que muito rudimentar, da Farmacologia. A partir de chás, unguentos,
vapores, folhas mastigáveis, os remédios foram sendo descobertos e aplicados,
como importantes auxiliares dos tratamentos de inúmeras doenças. De modo que a
necessidade humana foi a grande responsável por impulsionar o universo das
drogas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E essa consciência histórica é
importante, em razão de um cenário nacional em que tem sido discutida, nas
esferas institucionais do poder, a descriminalização do uso da maconha <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Algo que enfurece as alas mais conservadoras e
ultraconservadoras, do país, as quais apelam para um discurso de pânico social
ao invés de trabalhar um assunto, dessa complexidade, dentro de bases científicas
consistentes e legítimas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É fato que, no campo ilícito das
drogas, o mundo movimenta milhões através do seu tráfico e comercialização. Recursos
estes, que permitem a movimentação de outras atividades criminosas e ilegais,
causando impactos socioeconômicos diversos, ao redor do planeta. Diante disso,
a pergunta que não quer calar é: estamos discutindo os males causados pelas
drogas à saúde e bem-estar humanos ou os males causados pelo universo ilegal e
criminoso que elas, tantas vezes, estão imersas?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Tal distinção é fundamental e faz
todo o sentido. Os EUA, por exemplo, estão diante de uma crise gravíssima em
relação ao uso de opioides, que mata mais de 200 pessoas por dia. Vejam, <i>“Medicamentos
como fentanil, codeína e oxicodona são analgésicos eficazes e seguros quando
prescritos corretamente por um médico. Mas, sem orientação de especialista ou
para uso recreativo, há um alto risco de o indivíduo desenvolver dependência” </i><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Em tese, muitos medicamentos usados
na terapêutica contemporânea são drogas sintéticas – anfetaminas, LSD,
anabolizantes, inalantes, efedrina etc. – ou semissintéticas – morfina, codeína
etc. Pois é, elas estão abrigadas sob o guarda-chuva da legalidade; mas, acabam
saindo do controle, em razão de circunstâncias médicas, muitas vezes,
inobservadas ou não monitoradas. Independentemente de quaisquer justificativas,
fato é, que nada disso impede que elas se tornem um problema social e de saúde
pública avassalador. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É o mesmo que acontece com o
cigarro e o álcool. Legalizados, produzidos e comercializados livremente, eles
são aceitos dentro do inconsciente coletivo, que banaliza, naturaliza,
trivializa, a presença deles na sociedade. Acontece que eles, também, são um
problema social e de saúde pública avassalador. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, imediatismos e
irreflexões não podem caber em um assunto tão delicado e complexo. Não preciso nem
dizer, que o mundo contemporâneo está em franco adoecimento e que as doenças do
corpo têm sido sim, desencadeadas por doenças da mente e da alma. O que nos faz
perceber o papel das drogas nesse contexto. Lamentavelmente, as emoções e os sentimentos
estão sob a mira de sofrimentos psíquicos intensos e profundos, dado o grau de exigências,
de responsabilidades, de enquadramentos sociais, de pressões diversas, enfim. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De modo que é fácil encontrar
legiões de indivíduos marcados pela depressão, pelos transtornos de ansiedade e
compulsão, por uma baixa autoestima, ... que acabam rendidos a um desejo mórbido
de não sentir dor. É aí que as drogas entram e fazem o seu estrago. Elas são o
que são, por conta da própria estrutura de convivência e coexistência dos seres
humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não é à toa, que a Organização
das Nações Unidas (ONU) estabeleceu em 2012, o Dia Internacional da Felicidade,
com a proposta de fazer dela (felicidade) um índice para mensurar o bem-estar socioeconômico,
em cada país do globo. Bom, temos que concordar que diante de tanta
infelicidade, fomentada por guerras, conflitos, violências, fome, miséria,
desemprego, ..., fazer algo que possa conter o uso abusivo e indiscriminado de
drogas é um passo importante em favor da Felicidade social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Segundo o site da Forbes, por
exemplo, <i>“Os brasileiros estão mais tristes – essa foi a constatação do World
Happiness Report de 2023, estudo anual que classifica a felicidade global em
mais de 150 nações ao redor do mundo. Em comparação com o ano anterior, o
Brasil caiu 11 posições no estudo anual e foi do 38º para o 49º lugar” </i><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vale ressaltar que os dados foram
obtidos em 2022 e o resultado da análise divulgado em 2023, assim <i>“O ranking
é baseado em dados de fontes como a Gallup World Poll, alavancando seis fatores
principais: apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de
corrupção”</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">4</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, só a partir de uma
visão holística sobre as drogas é que se torna possível discutir políticas
públicas e legislações. Sobretudo, colocando no centro dos debates o ator
principal que é o ser humano. Não se fala de drogas desconsiderando o ponto de
partida que é o usuário. Porque esse ser que sofre, que padece, na invisibilidade
da sua existência, não precisa necessariamente da estrutura do tráfico ou da
ilicitude, para manter o seu consumo. Ele cria alternativas, muitas delas, na própria
legalidade do sistema. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Caro (a) leitor (a), é
fundamental entender que o uso de drogas é só a ponta do <i>iceberg</i>. Submerso
nas profundezas desse emaranhado problema está o desejo de aplacar os vazios
existenciais, de alcançar uma liberdade plena e irrestrita e de se desobrigar
da tomada de decisões. Assim, se por um lado conseguimos enxergar esse
panorama, por outro, nos cabe ver que todos aqueles que se deixam levar por
soluções rasas, superficiais, inconsistentes e ineficientes, para o enfrentamento
desse desafio, também, estão entorpecendo, com achismos e casuísmos, a sua própria
lucidez para não lidar com o assunto de frente, como se deve. Façamos, então, nossas
devidas reflexões a respeito!<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-03/stf-reabre-julgamento-sobre-descriminalizacao-do-porte-de-drogas">https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-03/stf-reabre-julgamento-sobre-descriminalizacao-do-porte-de-drogas</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/ced0l7xv5y5o">https://www.bbc.com/portuguese/articles/ced0l7xv5y5o</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> <a href="https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/01/03/o-que-sao-opioides-entenda-se-a-crise-que-mata-mais-de-200-pessoas-por-dia-nos-eua-pode-chegar-ao-brasil.ghtml">https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/01/03/o-que-sao-opioides-entenda-se-a-crise-que-mata-mais-de-200-pessoas-por-dia-nos-eua-pode-chegar-ao-brasil.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx0vyn1xye4o">https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx0vyn1xye4o</a>
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60162018">https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60162018</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a> <a href="https://forbes.com.br/forbeslife/2023/03/entre-os-paises-mais-felizes-do-mundo-em-2023-brasil-esta-em-49o/#:~:text=A%20Finl%C3%A2ndia%20encabe%C3%A7a%20o%20ranking,seguida%20pela%20Isl%C3%A2ndia%20na%20terceira"></a><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><a href="https://forbes.com.br/forbeslife/2023/03/entre-os-paises-mais-felizes-do-mundo-em-2023-brasil-esta-em-49o/">https://forbes.com.br/forbeslife/2023/03/entre-os-paises-mais-felizes-do-mundo-em-2023-brasil-esta-em-49o/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/DROGAS%20....docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">4</span></a> Idem 2. </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-45055357836347601872024-03-11T12:16:00.004-03:002024-03-11T12:16:21.604-03:00Em tempos de guerra, quem diria termos que enfrentar uma guerra cultural!<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCnDhbqoBdRoQ-0juh-1TavQThCsSBW_cQJynepdBZbatGFsHMHer2EbOXxMVi6xaKDDb46P4c8H2ernryuMDcplcvO9hNjgzvsyw6wiKCdvwExhDVj2_hy0gkdT3qklEdSB5bdXHiyavjfm7fo2BVhBqacK8RIKixO98pLk5ITo4TbGHQhIwuyl_yQn0/s1280/Em%20tempos%20de%20guerra,%20quem%20diria%20termos%20que%20enfrentar%20uma%20guerra%20cultural!.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCnDhbqoBdRoQ-0juh-1TavQThCsSBW_cQJynepdBZbatGFsHMHer2EbOXxMVi6xaKDDb46P4c8H2ernryuMDcplcvO9hNjgzvsyw6wiKCdvwExhDVj2_hy0gkdT3qklEdSB5bdXHiyavjfm7fo2BVhBqacK8RIKixO98pLk5ITo4TbGHQhIwuyl_yQn0/w640-h360/Em%20tempos%20de%20guerra,%20quem%20diria%20termos%20que%20enfrentar%20uma%20guerra%20cultural!.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">Em tempos
de guerra, quem diria termos que enfrentar uma guerra cultural!<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Se engana quem pensa que a guerra
cultural travada pela ultradireita, na contemporaneidade, se destaque pela
velha práxis de banir <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2011%20mar.%202024.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> ou
queimar livros. É claro que esse é um aspecto importante e merecedor de total
atenção! Acontece que em tempos de alta tecnologia, de inovações como a
Inteligência Artificial (I.A.), é esse o ponto que se deve refletir. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Lamento, mas esses são tempos em
que a ingenuidade ou a credulidade voluntária não cabem. Dessa vez, os livros
parecem mais <i>“bois de piranha”</i> do que qualquer outra coisa, quando o
assunto é guerra cultural. A reflexão aqui, deve começar pelo fato de que os
poderes, as influências, a formulação das leis, sempre foram estabelecidos e
regulados pelos membros do topo da pirâmide social. Assim, a explosão
tecnológica na sociedade contemporânea, também, é fruto desse grupo e surgiu
para servir aos seus interesses, mais ou menos republicanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, é fácil entender a
íntima relação que se estabelece entre a guerra cultural e o avanço tecnológico.
Primeiro, porque há lacunas geracionais presentes na sociedade. Haja vista que
o mundo caminha para o envelhecimento global. De modo que essa realidade implica
em uma maior dificuldade dessas pessoas em desfrutar desses avanços tecnológicos;
mas, também, de acompanhar o seu nível de inovação. O que significa uma parcela
importante da população sendo alienada da informação, da construção do
conhecimento, da discussão crítica-reflexiva. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Segundo, porque a tecnização
implica necessariamente no fato de que o ser humano perde a sua serventia. Ainda
que as gerações mais jovens sejam nativas digitais, isso não é garantia de que elas
tenham seu espaço socioeconômico preservado, nesse novo cenário. No entanto, considerando
que a sua formação educacional e intelectual se dá, basicamente, através da
tecnologia, o seu acesso ao conhecimento está muito mais vulnerável à
manipulação dos interesses daqueles que detém o poder. Portanto, eles também
estão sujeitos à alienação da informação, da construção do conhecimento e da
discussão crítica-reflexiva. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E é tão fácil perceber tudo isso!
Basta observar como a pós-verdade e sua elaboração e modelação da opinião
pública tem sido operacionalizada através de avalanches de <i>Fake News</i>. Mas,
não para por aí. O esgarçamento dialógico que se vê amiúde é consequência não
só da deterioração argumentativa; mas, do enviesamento tendencioso e
oportunista das informações, dada a incapacidade de filtrar adequadamente o
volume delas, que é dispersado pelas mídias sociais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sim, os seres humanos estão cada
vez mais rasos cognitiva e intelectualmente. Já dizia Monteiro Lobato, <i>“Quem
mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”.</i> Sem tempo e disposição para ler, para
pensar, para analisar e para refletir, legiões de pessoas acabam abduzidas pelo
chamado efeito manada. Algo que é perfeito para os propósitos de uma guerra
cultural, como propõe a ultradireita contemporânea. Seus interesses, suas
opiniões, suas escolhas, tudo fica condicionado a um rígido limite preestabelecido.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Quem não ouviu falar, por
exemplo, sobre a Escola sem Partido? Trata-se de um movimento político,
objetivando uma agenda conservadora para a educação brasileira. E o que chamam
de Ideologia de Gênero, hein? Que busca contestar enfaticamente o entendimento científico
a respeito de que os gêneros são, na verdade, uma construção social. Discussões
que, obviamente, são integradas à mesma linha dos livros, peças teatrais,
exposições e quaisquer outras produções artísticas, ou do pensamento, tornados objetos
de censura por serem considerados símbolos de valores não conservadores. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Isso é a guerra cultural, em
curso! Vale ressaltar que a proibição, a censura, o impedimento, é só a espuma
da questão, a ponta de um gigantesco <i>iceberg</i>. O cerne mesmo, diz
respeito a uma possível desconstrução da criticidade cidadã, a partir do
confronto com a realidade apresentada por meio das manifestações
socioculturais. Esse é o ponto. Utiliza-se de todos os meios disponíveis,
então, para impedir que a cultura desconstrua os esforços de alienação dominante
da sociedade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Inclusive, através dos recursos
de doutrinação religiosa, os quais exercem profunda influência e apelo às
emoções e às crenças pessoais. Ora, a cultura é sim, um espelho da realidade e,
por essa razão, pode despertar certas tensões adormecidas nos indivíduos,
certos questionamentos e certas indignações, que desfavorecem aos planos de
poder de uns e outros, por aí. Daí a existência de um acirramento da guerra
cultural, no Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A Direita e seus matizes, mais ou
menos radicais e extremistas, vêm se colocado mais e mais afeitos a brigar
contra as correntes do progresso global. Na verdade, se formos olhar os
acontecimento com lupa, perceberemos que a guerra cultural, no país, diz muito
das pretensões teocráticas que pairam sobre a sociedade brasileira, já há
algumas décadas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E essa é uma guerra conservadora,
que pretende fazer o que for para resistir e impedir os avanços da evolução
social, a fim de que o sistema de governança possa, de fato, agir política,
comportamental, jurídica e policial através de princípios ideológicos determinados
por uma religião dominante, no país. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Resta
saber, se irão conseguir aglutinar a pluralidade religiosa existente, no
Brasil, em uma só ideologia, em um só objetivo, capaz de sustentar essa ambição
teocrática. Caso contrário, a própria guerra cultural estabelecida terá sido em
vão. <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2011%20mar.%202024.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://educacao.uol.com.br/noticias/2024/03/05/livro-jeferson-tenorio-oficio.htm">https://educacao.uol.com.br/noticias/2024/03/05/livro-jeferson-tenorio-oficio.htm</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2024/03/07/livro-vencedor-do-premio-jabuti-e-recolhido-de-escolas-de-ms-por-conter-expressoes-consideradas-improprias.ghtml">https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2024/03/07/livro-vencedor-do-premio-jabuti-e-recolhido-de-escolas-de-ms-por-conter-expressoes-consideradas-improprias.ghtml</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://exame.com/brasil/governo-de-sc-faz-lista-de-livros-proibidos-e-manda-recolher-de-escolas-publicas-veja-obras/">https://exame.com/brasil/governo-de-sc-faz-lista-de-livros-proibidos-e-manda-recolher-de-escolas-publicas-veja-obras/</a><o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/02/governo-de-ro-manda-recolher-macunaima-e-mais-42-livros-e-depois-recua.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/02/governo-de-ro-manda-recolher-macunaima-e-mais-42-livros-e-depois-recua.shtml</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-53164995460495162382024-03-09T15:19:00.002-03:002024-03-09T15:50:06.998-03:00Nem tudo é culpa do governo!<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGEKmX1-MfboPqmtmojdK0blMhg7sBePQRLJqv4jkIjldQjKnzoA9eA-qEMY3X6iw11gIF5VWH_2QGRQot0TmG0pwYeAIEamFXtM8chRQCuzXVpOiDfXnG59orSfRysWH0bFauEcpwnr6OSd_C2PCl13N0B0KlZKUmZJGphuhW3L4qpAJxYXX03QLDAvk/s1280/alta%20dos%20alimentos%20-%20Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGEKmX1-MfboPqmtmojdK0blMhg7sBePQRLJqv4jkIjldQjKnzoA9eA-qEMY3X6iw11gIF5VWH_2QGRQot0TmG0pwYeAIEamFXtM8chRQCuzXVpOiDfXnG59orSfRysWH0bFauEcpwnr6OSd_C2PCl13N0B0KlZKUmZJGphuhW3L4qpAJxYXX03QLDAvk/w640-h360/alta%20dos%20alimentos%20-%20Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%;">Nem tudo
é culpa do governo!<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">É natural que as pessoas se sintam
incomodadas pelos acontecimentos que as impactam diretamente ou que remetam a
um histórico de experiências semelhantes. Nesse sentido, especialmente entre a
população mais idosa, a inflação dos preços é uma velha conhecida e facilmente percebida,
quando vão aos mercados e supermercados, semanalmente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">No entanto, o (a) brasileiro (a),
em uma grande maioria, ainda carece de entendimento sobre as verdadeiras razões
que levam à carestia. Se por um lado existem componentes diretamente ligados aos
rumos da governança do país, tais como expectativas inflacionárias, maior
emissão de moeda ou excesso de gastos públicos, por outro, o que interfere na
inflação é a alta demanda, o aumento dos custos de produção, os eventos extremos
do clima e os cenários exportadores e importadores. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Portanto, esse é um entendimento
fundamental para todos os cidadãos. É preciso separar o joio do trigo, do que
acontece no cotidiano nacional. Começando pelo fato de se abster das antipatias
ou resistências a certos governos; pois, cada gestão pública não acontece
somente pela perspectiva das plataformas políticas, personificadas na figura de
um determinado indivíduo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Na verdade, como tudo na vida, as
conjunturas vão se alinhando, segundo os acontecimentos que se desenham no
horizonte. Nem tudo é responsabilidade, única e exclusiva, de fulano, beltrano
ou sicrano, como insistem em fazer parecer uns e outros, por aí. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Considerando que as economias
globais são atreladas diretamente aos cenários geopolíticos, a todo instante o
país pode ser surpreendido por reverberações de episódios ocorridos além de
suas fronteiras. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Vejam, por exemplo, que no
momento atual, o mundo vive sob a tensão de duas guerras. E elas têm sim,
impactado o transporte e o escoamento da produção de alimentos, de insumos
agrícolas e de petróleo, pressionando os preços no mercado internacional. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Porém, não bastasse essa
realidade, os eventos extremos do clima têm sido devastadores sobre a produção
de alimentos e, por consequência, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sobre
a alimentação dos seres humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Tanto que já se trata de <i>“um
tema recorrente em estudos e relatórios, como os elaborados pelos cientistas do
IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU). Com o aumento
da temperatura, as secas serão cada vez mais frequentes e intensas e grandes
tempestades levarão à quebra de safras, à diminuição de produção e, consequentemente,
ao aumento dos preços dos alimentos. Além disso, estudos indicam que o ar mais
quente resulta na produção de cereais menos nutritivos” <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a></i>.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">E não é fácil admitir que, nesse
enfoque, cada cidadão carrega o peso da sua responsabilidade a respeito. O negacionismo
científico presente nas discussões socioambientais atrasou muito a tomada de
decisões que evitassem a realidade que vivemos no século XXI. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Infelizmente, não basta mais ter
o dinheiro para comprar alimentos, porque não há diversidade, qualidade ou
quantidade suficientes para atender as demandas sociais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Pois é, o encantamento diante das
imagens dos grandes cinturões agrícolas, que vendiam a ideia de expansão da
produção de alimentos, como uma promessa de combate à fome e à miséria, no fim
das contas, acabou se revelando um inimigo silencioso da humanidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Primeiro, porque as promessas não
foram cumpridas. Grandes safras não resultaram no fim da insegurança alimentar
no planeta. Segundo, porque a existência desses cinturões implicou
necessariamente no desmatamento de biomas importantes, no assoreamento de
cursos d’água, no uso indiscriminado de agrotóxicos e outros insumos nocivos
aos seres vivos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">E hoje, mesmo com todo o aparato tecnológico
utilizado por grandes produtores, o cenário da produção de alimentos e da
alimentação dos seres humanos, se encontra cada vez mais impactada pela fúria
dos eventos extremos do clima. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Não há ciência ou tecnologia
capaz de conter ou de minimizar os reflexos dos longos anos de degradação ambiental
sobre o planeta, simplesmente, porque a produção de grãos, verduras, legumes,
frutas, mel, animais, sempre dependeu diretamente do equilíbrio ambiental. O que
significa chuva, vento, umidade, calor, luz solar, em quantidade, qualidade e
tempo certos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Quando esse equilíbrio é rompido,
se torna inevitável que diante de episódios de geadas, períodos de seca e
excesso de chuva, ocorridos de forma desordenada e fora das safras habituais, haja
também a degradação das áreas cultiváveis, obrigando os produtores a reverem
suas estratégias de plantio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O que significa que algumas áreas
serão abandonadas, outras serão adaptadas, portanto, haverá prejuízos significativos
na produtividade, ou seja, um desequilíbrio na lei da oferta e da procura de
alimentos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Caro (a) leitor (a), somos mais
de 200 milhões de habitantes no Brasil; mas, olhando para o mundo, a população
ultrapassa 8 bilhões de vidas. A grande questão é que todas elas precisam de
água, de alimento e de abrigo, como necessidades fundamentais para sobreviver. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Entretanto, as conjunturas locais
e globais estão impossibilitando a acessibilidade delas a esse direito. Especialmente,
por conta dos eventos extremos do clima, que afetam a geografia do mundo de
maneira avassaladora e, muitas vezes, irrecuperável. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">É imperioso que todos se engajem
nessa conscientização, em especial, os veículos de comunicação e de informação.
Ser claro, objetivo e didático é certamente a grande arma contra a desinformação
contemporânea; bem como, a grande missão para arrefecer as tensões e as
polarizações político-ideológicas, em um mundo já tão conturbado. Ora, nem tudo
é culpa do governo! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Afinal, o próprio Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na divulgação do Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no mês de fevereiro, explicou que <i>“fatores
climáticos foram os principais motivos que causaram o aumento no preço dos alimentos
no começo de 2024. ‘O aumento nos preços dos alimentos é relacionado, principalmente,
à temperatura alta e às chuvas mais intensas em diversas regiões produtoras do
país’”</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Portanto, não nos esqueçamos de
que esses são tempos para a busca de soluções, de gestos mitigadores, para distensionar
os problemas socioambientais que se agigantam diante de nossos olhos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Cada pessoa que morre de fome, de
sede ou desabrigada, em todo o planeta, há um pouco da nossa desumanidade, do
nosso negacionismo, da nossa indiferença, direta ou indiretamente constituída. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Acontece que soluções só nascem a
partir do factual, da realidade. De modo que as discussões a esse respeito
precisam se despir, se abster, de todas as inverdades, distorções e mentiras,
que são despejadas em profusão através das mídias sociais. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Se nada for feito, a tendência da
realidade contemporânea é que ela se agrave cada vez mais. O adoecimento e o
empobrecimento já são perspectivas para o futuro da humanidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Nesse viés, então, a sociedade
pode e deve trabalhar em favor de conter a inflação e a insegurança alimentar.
Seja não cedendo às pressões dos preços. Seja consumindo produtos de ocasião,
que são mais baratos. Seja não desperdiçando alimentos. Seja incentivando a
construção de hortas comunitárias. Seja buscando projetos de educação alimentar
e nutricional aliados à economia e à sustentabilidade, os quais incentivam o
aproveitamento integral de frutas, verduras e legumes <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a>.
<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <b><a href="https://paineldemudancasclimaticas.org.br/noticia/alimentacao-e-mudancas-climaticas#:~:text=Com%20o%20aumento%20da%20temperatura,produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20cereais%20menos%20nutritivos">https://paineldemudancasclimaticas.org.br/noticia/alimentacao-e-mudancas-climaticas#:~:text=Com%20o%20aumento%20da%20temperatura,produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20cereais%20menos%20nutritivos</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> <b><a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-02/inflacao-de-janeiro-fica-em-042-pressionada-pela-alta-dos-alimentos#:~:text=%E2%80%9CO%20aumento%20nos%20pre%C3%A7os%20dos,gerente%20da%20pesquisa%2C%20Andr%C3%A9%20Almeida">https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-02/inflacao-de-janeiro-fica-em-042-pressionada-pela-alta-dos-alimentos#:~:text=%E2%80%9CO%20aumento%20nos%20pre%C3%A7os%20dos,gerente%20da%20pesquisa%2C%20Andr%C3%A9%20Almeida</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Nem%20tudo%20%C3%A9%20culpa%20do%20governo!.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a> <b><a href="https://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2012/7/sesi-cozinha-brasil/">https://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2012/7/sesi-cozinha-brasil/</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://alimentesebem.sesisp.org.br/o-programa">https://alimentesebem.sesisp.org.br/o-programa</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://mesabrasil.sescsp.org.br/media/1016/receitas_n2.pdf">https://mesabrasil.sescsp.org.br/media/1016/receitas_n2.pdf</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.sistemafibra.org.br/sesi/component/content/article?id=617:educacao-alimentar-">https://www.sistemafibra.org.br/sesi/component/content/article?id=617:educacao-alimentar-</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.recepedia.com/pt-br/artigos/curiosidades-culinarias/o-que-e-e-como-fazer-o-reaproveitamento-de-alimentos/?gad_source=1&gclid=EAIaIQobChMI0d7ZvtjnhAMVLGJIAB1_IArVEAAYASAAEgKWS_D_BwE&gclsrc=aw.ds">https://www.recepedia.com/pt-br/artigos/curiosidades-culinarias/o-que-e-e-como-fazer-o-reaproveitamento-de-alimentos/?gad_source=1&gclid=EAIaIQobChMI0d7ZvtjnhAMVLGJIAB1_IArVEAAYASAAEgKWS_D_BwE&gclsrc=aw.ds</a><o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.projetosustentare.com.br/blog/aproveitamento-integral-de-alimentos">https://www.projetosustentare.com.br/blog/aproveitamento-integral-de-alimentos</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-84136486346898955452024-03-07T23:49:00.004-03:002024-03-07T23:49:58.445-03:00DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 08/03<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtboI7avQHJjcXDwtgVEJseNAljGkP9sXSohfLldP-vSPlsfKy5RmqsqnF4lIX7zlItGv__HR7MJHdzue700fTrgNEkyulmNwA45rzONAPpDP_fO_df0k-AYDWzMThyphenhyphenrYf30r7yu9IZJi4MLgYK5SmAV34q17ks-v5x2dE9J7T1RivxKFsevKNvgcSEA4/s960/dia%20internacional%20das%20mulheres%202020.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtboI7avQHJjcXDwtgVEJseNAljGkP9sXSohfLldP-vSPlsfKy5RmqsqnF4lIX7zlItGv__HR7MJHdzue700fTrgNEkyulmNwA45rzONAPpDP_fO_df0k-AYDWzMThyphenhyphenrYf30r7yu9IZJi4MLgYK5SmAV34q17ks-v5x2dE9J7T1RivxKFsevKNvgcSEA4/w400-h640/dia%20internacional%20das%20mulheres%202020.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3;"><b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 18pt; text-transform: uppercase;">A ATEMPORALIDADE DA ESTEREOTIPIZAÇÃO FEMININA</span></b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 18pt; text-transform: uppercase;"> - <a href="https://alrocha-antenacultural.blogspot.com/2024/03/a-atemporalidade-da-estereotipizacao.html">https://alrocha-antenacultural.blogspot.com/2024/03/a-atemporalidade-da-estereotipizacao.html</a>
<b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 18pt; text-transform: uppercase;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 18pt; text-transform: uppercase;">O MUNDO. AS MULHERES. O PODER.</span></b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 18pt; text-transform: uppercase;"> - <a href="https://alrocha-antenacultural.blogspot.com/2024/03/o-mundo-as-mulheres-o-poder.html">https://alrocha-antenacultural.blogspot.com/2024/03/o-mundo-as-mulheres-o-poder.html</a>
</span><span style="font-family: "EB Garamond"; font-size: 18pt; text-transform: uppercase;"> <b><o:p></o:p></b></span></p></div><br />alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-29776445141945070702024-03-07T19:10:00.000-03:002024-03-07T19:10:00.140-03:00Será???<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYC7K_B51_nlDaNAR6EXXKD3oatxVAF2DA1XSeNahlLqZRF4V9vM3uc2M_2NMlvzvGMgOc10lofRbEF9Vm42-dOnefpdHbamrlP9G2O2-bXYGeuOhdFJpzXHYFW2JFYJiRx6__crf27_RkoRQFBH65-DGSttgUNHvZIzP-sUShV4SmsuWL-5p-BWEHyZM/s1280/Mafalda%20pensando%20-%20Ser%C3%A1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYC7K_B51_nlDaNAR6EXXKD3oatxVAF2DA1XSeNahlLqZRF4V9vM3uc2M_2NMlvzvGMgOc10lofRbEF9Vm42-dOnefpdHbamrlP9G2O2-bXYGeuOhdFJpzXHYFW2JFYJiRx6__crf27_RkoRQFBH65-DGSttgUNHvZIzP-sUShV4SmsuWL-5p-BWEHyZM/w640-h360/Mafalda%20pensando%20-%20Ser%C3%A1.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">Será???<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por
Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não entendo as razões para tanto desconforto
diante das escolhas dos novos presidentes de comissões da Câmara dos Deputados.
É de conhecimento geral que a oposição ao governo é maioria, e dentro dela
existe um contingente afeito ao ideário ultradireitista, bastante expressivo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Portanto, surpresa zero!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De modo que quaisquer projeções
sobre os rumos dos acontecimentos, em tese, são óbvias. A começar pela ideia de
que essa é uma estratégia para obstaculizar diversas pautas do governo. Mas,
como alguém já disse, e daí?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vejam, tudo o que o país tem
visto com mais expressão nos últimos anos é a judicialização. Abstendo-se do
seu papel constitucional, o Congresso Nacional, seja pela inexperiência ou pela
incapacidade técnica dos legisladores eleitos, tem vulnerabilizado as suas atuações
a tal ponto que elas se tornam objeto de questionamentos frequentes no Supremo
Tribunal Federal (STF). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E isso, por si só, já interrompe
o fluxo natural dos trabalhos que poderiam resultar em soluções e melhorias ao
país, porque perde-se um tempo enorme aguardando por decisões a respeito de
situações flagrantemente inconstitucionais ou sem pé e nem cabeça, que brotam
da imaginação criativa de certos parlamentares. Os quais se esperava,
minimamente, que conhecessem a Constituição vigente e demais legislações importantes,
antes de se lançarem candidatos ao Legislativo Federal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De modo que a tendência natural
seja exatamente essa, a judicialização. Porque muito dessa imaginação criativa,
que marca os membros e simpatizantes da ultradireita nacional, é totalmente
carente de alguma fundamentação teórica consistente e factível. Haja vista como
bradam estridentemente, no parlatório, discursos rasos e ofensivos, porque não dispõem
de teses efetivamente robustas e plausíveis. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Isso, quando não apelam para o escárnio
infame ou os impropérios de baixíssimo calão, que ferem totalmente o princípio
do decoro parlamentar. Aliás, esse é um aspecto interessante, quando o correr da
história transpira sinais de tensão na permanência de certos mandatos na Câmara
dos Deputados, justamente, por conta de atitudes e comportamentos incompatíveis
à atividade parlamentar e os princípios republicanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Bem, como é típico da euforia
descompensada de certos deputados, não é difícil imaginar, então, que ao
conquistar um bônus, como é o caso das Comissões, eles perderão os limites da
razão; pois, não há quem desconheça que o poder inebria! Aí é uma atitude
impensada daqui, uma palavra enviesada de lá, uma brincadeira de mau gosto
acolá, ... e quando se vê, o Conselho de Ética e/ou o Supremo Tribunal Federal
(STF) estarão soterrados de denúncias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como diria Cazuza, <i>“Saiba que
ainda estão rolando os dados / Porque o tempo, o tempo não para” <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Ser%C3%A1.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>. </i>E no Brasil contemporâneo, o que
não falta é novidade! Do amanhecer ao anoitecer a história nacional ganha
tintas fortes, com a profusão de acontecimentos escandalosos, dentro do cenário
político-partidário. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não se erra ao
dizer que o roteirista do Brasil coloca qualquer outro, de Hollywood, no
chinelo! Conspirações, intrigas, desafetos, mentiras, traições, ... tem de tudo,
no enredo da realidade brasileira! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Esse é o ponto. O tempo não para.
Já está provado por A mais B que o poder é incapaz de conter essa avalanche,
que desce a montanha à revelia das vontades e quereres de qualquer um. Borboletas
batem as asas em diferentes lugares; mas, acabam despindo verdades indigestas,
onde menos se espera, minuto a minuto. Assim, silêncios gritam, palavras escapam,
fatos são visibilizados. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É por essas e por outras que não
acredito que os ultradireitistas e seus aliados e simpatizantes irão prosperar
nessa empreitada. Ainda que estimulados pelas convicções retrógradas e conservadoras,
oriundas de vieses religiosos, a dinâmica das conjunturas é implacável e
incontrolável. Basta ver como uma estrutura de cartas ou dominós reage diante
de um mínimo toque. Uma peça que cai derruba o restante. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A contemporaneidade é assim! Um evento
que derruba outro, outro, outro, ... Uma personagem que é pega, depois outra,
outra, ... <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Teimo em acreditar que
ninguém imaginava o curso que a história contemporânea brasileira tomaria,
nesses últimos meses. Havia tanta certeza pairando no ar. Tudo parecia tão
absoluto no seu imobilismo de fachada. Até que o excesso de confiança, de
vaidade, de arrogância, de poder, colocou tudo no chão. As verdades vieram à
tona! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, diante dessa breve
reflexão, pense nas palavras de Immanuel Kant, quando disse: <i>“Avalia-se a
inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz de
suportar”.</i> Sim, porque <i>“Não importa quão sereno o dia de hoje pode ser,
o amanhã é sempre incerto. Não deixe essa realidade assustar você” (Warren
Buffett). </i></span><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Ser%C3%A1.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> O
tempo não para (1988) – Agenor De Miranda Araújo Neto / Arnaldo Pires Brandão -
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=_Jcn10Iiuu4">https://www.youtube.com/watch?v=_Jcn10Iiuu4</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-69558315265982229142024-03-06T13:18:00.005-03:002024-03-06T17:58:47.878-03:00O mundo. As mulheres. O poder.<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUCfBipYdP1eIgxsN3iP0HfA78sxYsgpJkQxpK2BlDpE6-C7Fdo25lDkOVQ9kmGlVS8JFLikN0hfK1f6PizORtuwERNuoUCXJ4kcsJQhDiH4zHkawmZWcDf7P5q0Sm7ptZ1sipb7DGfhr6LzH4nJ38PsJSVsu6cHhTjOI_UR6CuSCY7xb1V5ThRilXfBI/s1280/O%20mundo.%20As%20mulheres.%20O%20poder..jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUCfBipYdP1eIgxsN3iP0HfA78sxYsgpJkQxpK2BlDpE6-C7Fdo25lDkOVQ9kmGlVS8JFLikN0hfK1f6PizORtuwERNuoUCXJ4kcsJQhDiH4zHkawmZWcDf7P5q0Sm7ptZ1sipb7DGfhr6LzH4nJ38PsJSVsu6cHhTjOI_UR6CuSCY7xb1V5ThRilXfBI/w640-h360/O%20mundo.%20As%20mulheres.%20O%20poder..jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%;">O mundo. As
mulheres. O poder.<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Diante da notícia de que a
candidata do Partido Republicano, nos EUA, anunciou a sua desistência na
corrida eleitoral, depois dos recentes resultados da chamada Super Terça, das
primárias americanas <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/O%20mundo.%20As%20mulheres.%20O%20poder..docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>, comecei
a pensar sobre a participação feminina na eleição majoritária daquele país. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Conhecida como a nação da Liberdade,
da Democracia e uma das mais importantes potências econômicas globais, os EUA
no campo político-partidário é bastante reticente, na verdade, resistente, a possibilitar
o protagonismo feminino na sua mais alta posição de comando.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Bem, há várias perspectivas para
se entender esse fenômeno. Queiram ou não admitir, os EUA são uma nação
extremamente conservadora, em razão da sua própria história colonizadora. Apesar
de todas as transformações e evoluções sociais no mundo, a desigualdade
salarial, por lá, ainda é uma realidade, por exemplo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">De modo que não é de se espantar
que pretensas candidatas, ao posto de mandatárias do país, não encontrem um
apoio mais consistente e robusto na sua empreitada, inclusive, pelas próprias
eleitoras. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O conservadorismo, tão bem
alicerçado através do próprio discurso religioso dominante no país, constrói uma
percepção menos afeita a uma escolha eleitoral voltada à uma mulher na Presidência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Bem; mas, não me parece fazer
sentido que somente o conservadorismo seja a única explicação para esse
cenário. Então, depois de muito pensar e refletir sobre as notícias estampadas
na mídia, uma questão bastante óbvia luziu significativa a respeito. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Ora, muito além da tecnologia de
ponta, de uma economia pujante, de um celeiro científico invejável, os EUA são
uma nação forjada pela belicosidade. Tanto as guerras internas quanto as
externas marcam profundamente a identidade do país, de maneira absoluta. Não é
à toa a força do lobby das armas e da engenharia de guerra em seu cenário
político.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Vamos e convenhamos que, apesar
de uma presença feminina significativa nas forças armadas norte-americanas, combatividade
nos campos de batalha não é comumente associada à figura feminina. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Seja por questões históricas,
religiosas, ideológicas, fato é que as mulheres tendem a exercer um papel fundamental
na busca pela paz, pelo equilíbrio dialógico, pela conciliação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Há, portanto, uma conexão
subjetiva muito forte nas mulheres, expressa através dos sentimentos de
empatia, de solidariedade, de cuidado, que se opõem diretamente à barbárie, ao
primitivismo agressivo das guerras. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">De modo que elas parecem
distantes do perfil necessário para permanecer garantindo a trajetória
histórica, daquele país, no cenário dos confrontos globais. Além disso, é preciso
considerar que o envolvimento norte-americano nas guerras movimenta volumes gigantescos
de recursos para sua própria economia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">A indústria bélica é, portanto, extremamente
rentável e fundamental para a manutenção da imagem de poder e prosperidade
nacional norte-americana. O que faz, pela ótica da sua população, que as
mulheres sejam vistas como mais propensas a dar maior importância a outras
demandas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Todas essas considerações nos
fazem perceber a força do discurso político-ideológico vigente no planeta. Não
é à toa que a representatividade política feminina ainda esteja muito aquém das
estatísticas demográficas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Os poderes e as influências permanecem
sob o controle e a decisão do espectro masculino, ou seja, o patriarcado
continua ocupando o mesmo lugar histórico, há séculos. Portanto, o ideário em
torno da capacidade de liderança, de força política, gira em torno deles. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Haja vista, por exemplo, que no 37º
ranking anual da Revista Forbes, em 2023, na lista dos bilionários do mundo, apenas
13% são mulheres, ou seja, 337 bilionárias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">E um detalhe chama, ainda mais, a
atenção, <i>“A maior parte das mulheres da lista de bilionárias herdou sua
riqueza, disse a Forbes. Entretanto, pela primeira vez em três anos, uma mulher
que construiu a própria fortuna conquistou um lugar no top 10. [...] A maior
parte das bilionárias está nos EUA (90). Em seguida, vem a China (63) e a
Alemanha (35)</i>” <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/O%20mundo.%20As%20mulheres.%20O%20poder..docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Portanto, a questão não se resume
a uma mera desqualificação no campo das habilidades e das competências; mas, das
prioridades que as mulheres costumam elencar para suas plataformas de vida, e
por consequência, políticas, em razão das oportunidades que conseguem alcançar
e desfrutar. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">A visão das mulheres em relação
ao mundo, às demandas cotidianas, é naturalmente diferente dos homens. No entanto,
isso acaba sendo associado a um perfil de fragilidade, de vulnerabilidade, de
suavidade, que contraria os discursos já consolidados historicamente, em muitos
países.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Algo que facilita justificar uma
baixa oferta de possibilidades para que venham ocupar diferentes espaços sociais,
incluindo, aqueles de liderança, de influência e de poder. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Mas, apesar de todos os pesares,
é preciso pensar e refletir a partir da presença daquelas que, contrariando as expectativas
e as obstaculizações sociais, conseguiram romper as bolhas do sexismo, da
misoginia, para contribuir no campo político-partidário. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Só para citar algumas, <i>Margaret
Thatcher</i>, ex-primeira-ministra do Reino Unido; <i>Dilma Roussef</i>,
ex-presidente do Brasil; <i>Indira Gandhi</i>, ex-primeira-ministra da Índia; <i>Golda
Meier</i>, ex-primeira-ministra de Israel; <i>Angela Merkel</i>, ex-chanceler
da Alemanha; <i>Jacinda Ardern</i>, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia; <i>Khertek
Anchimaa-Toka</i>, primeira presidente da república de um país (República de
Tuva), na época moderna; <i>Cristina Kirchner</i>, ex-presidente e ex-vice-presidente
da Argentina; <i>Michelle Bachelet</i>, ex-presidente do Chile. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Somente olhando para as suas
trajetórias, os desafios por elas enfrentados, é que se consegue entender verdadeiramente
como são construídos os espaços de poder no mundo, mesmo que em pleno século
XXI. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Infelizmente, as mulheres continuam
sendo subestimadas no campo político-partidário. A todo instante elas são questionadas,
desqualificadas, consideradas inapropriadas e, até mesmo, silenciadas, no
intuito de as induzirem à desistência, ao abandono do seu espaço nessas arenas
de poder. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">No entanto, esse quadro tem muito
a nos dizer. A baixa representatividade feminina, nos mais diferentes espaços políticos,
é um sinal claro de que a igualdade humana não se concretizou ainda. E se não
concretizou, ele abre precedentes para que em outros vieses sociais as mulheres,
também, tenham menos oportunidades. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Aí, quando finalmente se toma consciência
a esse respeito, verifica-se que a força do conservadorismo patriarcal seguiu
seu curso, prevalecendo e triunfando sobre os ventos da igualdade, da liberdade
e da fraternidade humana, <span style="color: black;">como único padrão social a
ser seguido</span>.</span> <o:p></o:p></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/O%20mundo.%20As%20mulheres.%20O%20poder..docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/03/nikki-haley-confirma-desistencia-e-deixa-caminho-livre-para-trump.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/03/nikki-haley-confirma-desistencia-e-deixa-caminho-livre-para-trump.shtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/O%20mundo.%20As%20mulheres.%20O%20poder..docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> <a href="https://blog.toroinvestimentos.com.br/alta-renda/mulheres-mais-ricas-do-mundo/#:~:text=Existem%20337%20mulheres%20bilion%C3%A1rias%20em,com%2012%20%25%20em%202022">https://blog.toroinvestimentos.com.br/alta-renda/mulheres-mais-ricas-do-mundo/#:~:text=Existem%20337%20mulheres%20bilion%C3%A1rias%20em,com%2012%20%25%20em%202022</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-3290553759640820812024-03-04T19:54:00.002-03:002024-03-04T19:54:37.099-03:00A atemporalidade da estereotipização feminina<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqyMjNtezGC1EQC5lBXEXtAzObs-Z7e9t_cEa53K_r48mkezqAfHA4oaMYrlCQ3xCxdSHsmvkkCHxJV8I8eu_W6uQDioL0HDfLCNDACcXOVK8Ga3l1fN899Ydq6QXwqoKQ-jfI8hICk27OYlOOIviuZ_HIdvsJl9B06-LsSsBvSguetRV49M4YtWxDiHw/s1280/A%20atemporalidade%20da%20estereotipiza%C3%A7%C3%A3o%20feminina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqyMjNtezGC1EQC5lBXEXtAzObs-Z7e9t_cEa53K_r48mkezqAfHA4oaMYrlCQ3xCxdSHsmvkkCHxJV8I8eu_W6uQDioL0HDfLCNDACcXOVK8Ga3l1fN899Ydq6QXwqoKQ-jfI8hICk27OYlOOIviuZ_HIdvsJl9B06-LsSsBvSguetRV49M4YtWxDiHw/w640-h360/A%20atemporalidade%20da%20estereotipiza%C3%A7%C3%A3o%20feminina.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">A atemporalidade
da estereotipização feminina<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Diante da citação de Gilberto
Freyre, <i>“A civilização do açúcar teve suas santas; suas mulheres, grandes
sofredoras, que humilhadas, repugnadas, maltratadas, criaram filhos numerosos,
às vezes os seus e os das outras mulheres mais felizes que elas; cuidaram das
feridas dos escravos; dos negros velhos; dos moradores doentes dos engenhos. (...)
Teve as suas Dona Mariazinhas, Donas Francisquinhas, Donas Mariquinhas que
desde meninas, desde a Primeira Comunhão, não fizeram senão cuidar dos maridos,
dos filhos, dos escravos, dos santos”</i> (Nordeste, 1937), foi impossível não
traçar uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade brasileira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Para uns e outros pode não
parecer; mas, essa citação é totalmente atemporal. Ainda que propicie um olhar
bastante atrelado à gênese colonial brasileira, no mais profundo de sua essência,
essa não é uma imagem idealizada da mulher; mas, um retrato de como ela aparece
no imaginário coletivo nacional. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sim, <i>“a bela, recatada e do
lar”</i> é a marca impressa no DNA feminino brasileiro, apesar de todas as idas
e vindas do tempo em transformação. Afinal, foi essa a construção histórica
dessa figura tão importante.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Você pode virar daqui mexer dali
trazer à tona todos os avanços e conquistas femininas ao longo dos séculos;
mas, palavras como santas, sofredoras, humilhadas, repugnadas, maltratadas,
cuidadoras, permanecem compondo as mais recentes contextualizações sobre as
mulheres brasileiras. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Talvez, não ditas tão
explicitamente; mas, muito bem subentendidas nas entrelinhas dos registros
sociais. Especialmente, daqueles em que elas aparecem como vítimas frequentes
das violências; sobretudo, as contemporâneas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ora, não é fácil de desconstruir ideias
tão arraigadas quanto aquelas que permeiam a objetificação feminina. Por mais
lamentável que seja, mulheres ainda permanecem, de um jeito ou de outro,
figurando sob o estereótipo de propriedade dos homens, em um universo onde eles
mandam e desmandam, queiramos ou não admitir. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Apesar dos anos de escolaridade a
mais, das sucessivas demonstrações de competências e habilidades profissionais
diversas, basta um senão qualquer para que sejam abruptamente desqualificadas, invisibilizadas,
marginalizadas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Pois, ainda que o mundo contemporâneo
saiba que não pode renunciar aos talentos, a força, a capacidade produtiva
feminina, soa desconfortável e indigesta a ideia de trazê-las a um patamar de
equidade e igualdade social efetivamente real. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aliás, a impressão que se tem é
de que muitos gostariam de usufruir dos resultados da participação social
feminina; mas, tendo absoluto controle e vigilância sobre o seu modo de
desempenho das funções. Algo do tipo, voe; mas, não tão alto, não tão livre! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De modo que, por mais obstinadas
a tecer uma realidade diferente para suas vidas, muitas acabam rendidas diante
dos obstáculos presentes em seu caminho. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aliás, vale ressaltar que não são quaisquer
embaraços. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Do ponto de vista objetivo ou
subjetivo há um rol significativo de impedimentos, muito bem alicerçados por
discursos conservadores historicamente estabelecidos. E são eles os grandes promotores
de uma realidade extenuante para a maioria das mulheres. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vai dizer que é fácil equilibrar
os pratos de uma rotina multitarefas? É difícil cuidar da casa, dos filhos, do
marido, da profissão, da beleza, da saúde, dos compromissos sociais, 24 horas
por dia, 365 ou 366 dias ao ano. Então, ela acaba doente do corpo, da mente, da
alma, porque é levada ao limite da sua capacidade humana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porque não basta administrar
todas essas questões. Por trás delas existe um protocolo velado, imposto pela
sociedade, o que eleva o sarrafo desse desempenho. De um jeito ou de outro a
cobrança social chega. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É como se houvesse milhares de
julgadores à espreita, observando a dinâmica do cotidiano e apontando notas e
comentários a respeito, sem dó e nem piedade. Algo de uma desumanidade, sem
tamanho! Que mina os esforços, a autoestima, a dignidade da mulher. Afinal, ela
acredita que não pode errar, falhar, adoecer, faltar com todas as suas
obrigações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De fato, houve um tempo em que
esse tribunal inquisidor acontecia apenas no campo doméstico. Porém, mais do
que atender às transformações sociais do mundo, as mulheres foram alçadas ao
exterior de suas casas pelas pressões das demandas socioeconômicas, e aí a
inquisição pegou fogo de verdade! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Diante de tantas rotinas a serem
cumpridas, muitas vezes, sem quaisquer redes de apoio, as mulheres contemporâneas
vêm sendo, cada vez mais, soterradas por uma realidade asfixiante. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nesse sentido, é preciso entender
que nas entrelinhas desse nível atroz de exigências está o fato de elas permanecerem
presas a esse estereótipo objetificante imposto pela sociedade, o que retira
delas a sua humanidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ora, objetos não sentem, não
cansam, não reclamam, não ficam doentes, não questionam, ... Então, é
exatamente isso o que a sociedade espera das mulheres. Que elas aceitem a sua <i>“sina”</i>,
o seu <i>“destino”</i>, como fizeram as<i> Dona Mariazinhas, Donas Francisquinhas,
Donas Mariquinhas </i>e todas as gerações de mulheres que as sucederam. Como se
isso fosse legítimo, aceitável, natural. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Quando penso sobre essa
desumanização, de pronto, me lembro do filme <b><i>O Sorriso de Mona Lisa </i></b><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/dia%20internacional%20da%20mulher%202024%20-%20A%20atemporalidade%20da%20estereotipiza%C3%A7%C3%A3o%20feminina.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>, de 2003, que trata exatamente desse
tema. Ambientado na Wellesley College, uma das mais tradicionais escolas
norte-americanas, onde as melhores e mais brilhantes jovens mulheres, na década
de 1950, recebiam uma dispendiosa educação, para se transformarem em cultas
esposas e responsáveis mães; até que, uma professora faz com que suas alunas
assumam suas identidades culturais, como seres sociais e históricos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vejam só, décadas vêm e vão e a
desumanização objetificante das mulheres permanece intocada. Mudam-se as
personagens, os cenários; mas, os roteiros, os diálogos, são os mesmos,
infelizmente. Bom, isso significa que as dores, os sofrimentos, as humilhações,
os maus tratos e as marginalizações, continuam reverberando sem indicativo de
fim. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E nenhum ser humano merece viver
dessa maneira. Ninguém merece ser desqualificado e obrigado a se submeter a um
conjunto de indignidades ferinas e cruéis, porque está condenado a viver à
margem, despido do próprio protagonismo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É por essas e por outras que Coco
Chanel fazia a seguinte pergunta: <i>“Não importa o lugar de onde você vem. O que
importa é quem é você! E quem você é? Você sabe?”; </i>afinal<i>, “Para ser insubstituível,
você precisa ser diferente”.</i> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É nos detalhes, tantas vezes sutis,
que se constrói a verdadeira validação de quem somos, o que significa que <i>“A
pessoa mais qualificada para liderar não é a pessoa fisicamente mais forte. É a
mais inteligente, a mais culta, a mais criativa, a mais inovadora. E não
existem hormônios para esses atributos” (Chimamanda Ngozi Adichie). <o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Lembrar disso é muito importante;
pois, <i>“A linguagem é o repositório de nossos preconceitos, de nossas
crenças, de nossos pressupostos” (Chimamanda Ngozi Adichie).</i> Portanto, já
passou da hora de rompermos com essa tóxica retroalimentação de ideias desumanizantes.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/dia%20internacional%20da%20mulher%202024%20-%20A%20atemporalidade%20da%20estereotipiza%C3%A7%C3%A3o%20feminina.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=x9jSemuOrwA">https://www.youtube.com/watch?v=x9jSemuOrwA</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-4751047725751507862024-03-04T12:22:00.004-03:002024-03-04T12:22:36.330-03:00(Des) Humanos<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipUka6HBbiof9jMbMlrXJLRMqdcZ2IPIFJEUfLSSQ2wUmXShzzvfIWWNIsXcrqjy0GuGgCjewuNhr1qIHWQTE0Jj0jIMWFlPbArjl-0ORYiS7n6JwaOaou1G1z-nwAncyfpDjKIdg4qwSwMV-TnOi-1gSV0HPRknDx_J0Eeyrcgc-qOckprkfjGUf0BQE/s1280/(Des)%20Humanos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipUka6HBbiof9jMbMlrXJLRMqdcZ2IPIFJEUfLSSQ2wUmXShzzvfIWWNIsXcrqjy0GuGgCjewuNhr1qIHWQTE0Jj0jIMWFlPbArjl-0ORYiS7n6JwaOaou1G1z-nwAncyfpDjKIdg4qwSwMV-TnOi-1gSV0HPRknDx_J0Eeyrcgc-qOckprkfjGUf0BQE/w640-h360/(Des)%20Humanos.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">(Des)
Humanos<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Cada dia mais me convenço de que
a desumanidade é a medida da infelicidade. O desumano nunca é feliz. Aquele que
padece os atos maldosos, atrozes, bárbaros, cruéis, impiedosos, também, não. Portanto,
ela é triste em si mesma, na ausência de um retorno mais produtivo, mais
edificante, mais significativo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não é à toa que seja tão fácil percebê-la
nos campos da guerra. Pena que não é somente lá! Há desumanidade em toda parte.
A grande questão é que ela vem sendo repetidamente relativizada, passando a ser
mais ou menos visibilizada, segundo as conveniências, os oportunismos. Afinal de
contas, não é fácil admitir que o ser humano possa ir tão fundo na sua ausência
de empatia, de alteridade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O que explica porque razão é mais
fácil de perceber os horrores de uma guerra, por exemplo, do que aqueles que
ocorrem diariamente nas esquinas da vida. Talvez, porque a matemática da guerra
seja mais expressiva. Números de mortos, de armas, de destruições, de
mutilados, enfim... Talvez, porque a guerra seja um assunto a ser deliberado
por governos e entidades maiores do que os próprios seres humanos. Talvez, por
conta da distância geográfica que, por si só, já favorece um álibi de
impossibilidade de ação ou intervenção. Enfim...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Enquanto isso, todas as outras
desumanidades existentes circulam sem maiores constrangimentos entre nós. Infelizmente,
é exatamente isso que se vê acontecer amiúde. Daqui e dali os indivíduos se
comportam de maneiras distintas e equivocadas diante da crueldade, da barbárie,
da perversidade, da maldade, ... Como se pudesse existir milhões de pesos para
outros milhões de medidas, quando o assunto é a desumanidade! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ora, ela se revela nas mais
diversas camadas da dinâmica cotidiana das relações sociais. Ela está na
aceitação condescendente com tudo o que fere e ofende à dignidade humana.
Miséria. Fome. Precarização do trabalho. Analfabetismo. Evasão escolar.
Violência urbana. Racismo. Misoginia. Xenofobia. Etarismo. Aporofobia. Trans e
homofobia. ... Em episódios que acontecem a todo instante, no Brasil, no mundo.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, é o modo como reagimos,
ou aceitamos, ou compactuamos, com tamanha insensibilidade, o que define a
nossa identidade humanitária. Aliás, Eduardo Galeano tem uma análise muito
pertinente, nesse sentido, que diz: <i>“Eu não acredito em caridade, eu
acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade
é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós
tem muito o que aprender com as outras pessoas”. <o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De fato, ele tem toda razão. No
caso brasileiro, por exemplo, considerando nossa raiz colonial, a ideia da
caridade é muito utilizada para mascarar a nossa desumanidade. Basta ver como
uma parcela significativa da sociedade se compraz na distribuição de esmolas,
de donativos, enquanto abomina quaisquer iniciativas de combate as
desigualdades sociais, no país. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porque, ao que chamam caridade,
não passa de um modo de aplacar as suas consciências em relação às suas práxis desumanas,
cometidas diariamente. Algo que funciona, de certo modo, como a paga de indulgência.
O tributo que é devido pelo seu silêncio, ou sua omissão, ou sua tirania. O que,
em linhas gerais, traduz a caridade como um caminho que retroalimenta a
indignidade humana, na perspectiva massacrante de uma eterna assimetria social.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De modo que não parece existir
outro remédio para a desumanidade senão a solidariedade. Somente quando rompemos
com certas dicotomias, do tipo superior e inferior, melhor e pior, importante e
desimportante, para nos referirmos uns aos outros, é que percebemos com clareza
a essência humana contida em cada indivíduo. Acima de qualquer adjetivação, somos
simplesmente seres humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Bem, a linha tênue que separa os indivíduos
entre humanos e desumanos pode ser bem exemplificada pelas palavras de José
Martí, ou seja, <i>“Quem não se sentir ofendido com a ofensa feita a outros
homens, quem não sentir na face a queimadura da bofetada dada noutra face, seja
qual for a sua cor, não é digno de ser homem”. </i>Pois elas nos oferecem a
possibilidade de compreender que <i>“O pior crime para com os nossos semelhantes
não é odiá-los, mas demonstrar-lhes indiferença: é a essência da desumanidade”
(George Bernard Shaw</i>). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Mas, se não for o suficiente, leia
quantas vezes forem necessárias o poema <b>A Rosa de Hiroshima</b> (1954) <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/(Des)%20Humanos.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>, de Vinícius de Moraes, ou o escute, na
voz dos Secos e Molhados <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/(Des)%20Humanos.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. Afinal,
tudo ali está tão claro, tão límpido, que o choque de realidade promovido pelas
palavras afeta, no mais profundo limite, o nosso senso de (des)humanidade. De
repente somos nivelados na consciência da nossa mortalidade, falibilidade, fragilidade
e incompletude, à revelia da nossa altivez friamente tirânica. </span><span style="color: #403e3b; font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/(Des)%20Humanos.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> A
Rosa de Hiroxima - <a href="https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/rosa-de-hiroxima">https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/rosa-de-hiroxima</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/(Des)%20Humanos.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>2</b></span></a><b> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=7bvrMzwr4wI">https://www.youtube.com/watch?v=7bvrMzwr4wI</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-29812750371362759332024-03-01T12:52:00.005-03:002024-03-01T23:08:36.223-03:00Instinto de preservação ...<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMxMaaM0TcHUV7jrSDTi1GvuvKJ2SuJ8rgC9NfmqfiD1vtNJEWUZ480HcaNLqkoloNmAh1XpkZmqaC7PY3BKPyeWBF0ftuSVmg35dA91Wh5zA-eP6TXBBFtXK3dxdpQ9st0ME7wL2Ae7maE39bRefiLFD_tUfWUtZCS6iJe93wQuyI7gZFJElqCtGAK7A/s1280/Instinto%20de%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20....jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMxMaaM0TcHUV7jrSDTi1GvuvKJ2SuJ8rgC9NfmqfiD1vtNJEWUZ480HcaNLqkoloNmAh1XpkZmqaC7PY3BKPyeWBF0ftuSVmg35dA91Wh5zA-eP6TXBBFtXK3dxdpQ9st0ME7wL2Ae7maE39bRefiLFD_tUfWUtZCS6iJe93wQuyI7gZFJElqCtGAK7A/w640-h360/Instinto%20de%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20....jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Instinto de preservação ...<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Não,
não há como negar que o ranço colonial se mantém ativo na sociedade brasileira,
especialmente, no que diz respeito às práxis políticas, com imenso destaque aos
legisladores da República. Cada dia mais afeitos às ideias Absolutistas, eles
(as) não só querem a concentração dos poderes em suas mãos, como anseiam
avidamente pela liberdade geral e irrestrita para o cometimento de quaisquer
ilicitudes <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Instinto%20de%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20....docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Em suma,
estão sim, trabalhando arduamente em favor de se colocarem acima do Bem e do Mal.
Como se não bastassem todas as regalias e privilégios que a função pública lhes
garante, agora, querem carta branca para fazer e acontecer, sem serem
incomodados por quem quer que seja. Até parece que já se esqueceram da mudança
promovida, por exemplo, em relação à lei sobre a improbidade administrativa
(Lei n.º 14.230/2021).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ora,
não demorou muito para a sociedade brasileira assistir, por exemplo, ao
arquivamento de um processo civil contra o ex-secretário de Segurança Pública
do DF, pela Procuradoria da República do DF, em fevereiro deste ano, quanto ao
episódio do 08/01/2023. Sob o argumento de que <i>“para a responsabilização de
agentes públicos atualmente é necessário que seja demonstrado dolo da conduta”,</i>
o Congresso Nacional criou uma espécie de anistia providencial para os agentes
públicos do Executivo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Vamos
e convenhamos que esse tipo de artifício jurídico não só é péssimo para a
credibilidade do país, como acentua a desigualdade no desvirtuamento do
princípio de igualdade cidadã. Sim, o Brasil prova com essas artimanhas que na
prática, a teoria é outra. Não, não somos iguais perante a lei! Há sempre
alguém debaixo de algum guarda-chuva protecionista e corporativista, criado prontamente
para protegê-lo de qualquer mínimo respingo dos descuidos cotidianos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A impressão
que se tem a respeito é, no mínimo, curiosa. É de conhecimento de todos que o
ingresso na função pública exige a idade mínima de 18 anos, que representa a
maioridade penal, ou seja, a idade a partir da qual os cidadãos são
considerados inteiramente responsáveis pelos atos delituosos que cometem. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Então,
quando se permitem criar estratagemas, subterfúgios, para proteger qualquer indivíduo
que preste serviços ao Estado brasileiro, exercendo função pública, estão infantilizando
essas pessoas. Estão abstraindo delas a exigência da sua responsabilidade, do
seu zelo ético-profissional. Estão admitindo o mais alto grau de permissividade
a qualquer ilicitude que venha a ser realizada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Acontece
que essas pessoas não só prestam serviços ao Estado; mas, são remuneradas por
ele. E isso não se resume ao Poder Executivo. Legislativo e Judiciário também estão
a cargo de atender as demandas do país. Portanto, seus salários, e eventuais penduricalhos,
contêm as gotas de suor e lágrimas do sacrifício de mais de 219 milhões de
brasileiros. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Sim,
porque dinheiro público é dinheiro de impostos, pagos por uma população
inteira. Daí a necessidade de se exigir que seus atos, comportamentos e atitudes
estejam alinhados à preservação da honra e da tradição do cargo que ocupam. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por isso,
não há outra palavra senão ultraje, para descrever a conspiração que paira, no
atual momento, sobre o Congresso Nacional. Sim, há um grupo de parlamentares maquinando,
enredando, urdindo, para que uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) seja criada
para restringir as prerrogativas da Polícia Federal (PF) nas investigações de
crimes cometidos por parlamentares. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Bem,
é ou não é um traço rançoso dos tempos coloniais? Fazendo lembrar a velha
práxis da carteirada, ou seja, alguém que mostra importância ou autoridade para
se livrar de uma situação ruim. Atitudes lastimáveis que apenas reafirmam uma
legião de pseudopoderosos, que não enxerga a própria transitoriedade do seu
papel social; mas, ainda assim, conseguem inibir ou desqualificar o outro,
valendo-se de algum verniz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Relembrando
as palavras de Miguel de Cervantes, de que <i>“Entre os pecados que os homens
cometem, ainda que afirmam alguns que o maior de todos é a soberba, sustento eu
que é a ingratidão, baseando-me no que se costuma dizer, que de mal-agradecido
está o inferno cheio”</i>, tudo faz sentido. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Na
medida em que elementos da classe política brasileira se colocam em um pedestal
de tamanha distinção, nada mais demonstram do que sua ingratidão aos pobres diabos,
que abdicaram da sua dignidade em nome de elegê-los para a defesa da
transformação de suas misérias. Assim, a paga que lhes dão pela gentileza é o
escárnio, com a elaboração de legislações que só fazem amplificar suas políticas
de poderes, regalias e privilégios. <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Instinto%20de%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20....docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/01/pec-da-blindagem-juristas-criticam-proposta-para-exigir-aval-do-congresso-antes-de-investigar-parlamentares.ghtml">https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/01/pec-da-blindagem-juristas-criticam-proposta-para-exigir-aval-do-congresso-antes-de-investigar-parlamentares.ghtml</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-70110030743263043222024-02-29T22:24:00.006-03:002024-02-29T22:24:35.179-03:00Apenas mais um dia, na existência de uma indomesticável fera adormecida.<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwsFkvmMcC-jq27PBsCHWQL8mYpFiXrKmGzkeCjsc26qiJUdjgsEhXBmknOuPJ11t2tPtbHULjaclfh4xyYqOjx4aPbzjDfmTH6YiKYD9wYkqD8zYbxRLcaUlZChVjETMI7L5mKwCbNeetDdJ4go89uCtfbuWHyVryYJ4iymD-7pD0PaQJrDgqzCrUOUI/s1280/Apenas%20mais%20um%20dia,%20na%20exist%C3%AAncia%20de%20uma%20indomestic%C3%A1vel%20fera%20adormecida..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwsFkvmMcC-jq27PBsCHWQL8mYpFiXrKmGzkeCjsc26qiJUdjgsEhXBmknOuPJ11t2tPtbHULjaclfh4xyYqOjx4aPbzjDfmTH6YiKYD9wYkqD8zYbxRLcaUlZChVjETMI7L5mKwCbNeetDdJ4go89uCtfbuWHyVryYJ4iymD-7pD0PaQJrDgqzCrUOUI/w640-h360/Apenas%20mais%20um%20dia,%20na%20exist%C3%AAncia%20de%20uma%20indomestic%C3%A1vel%20fera%20adormecida..jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">Apenas
mais um dia, na existência de uma indomesticável fera adormecida.<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por
Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Poderíamos ter milhares de dias a
mais no calendário; mas, isso não significaria ter de volta o instinto de
preservação da espécie. Uma passada de olhos pelas manchetes do dia para
perceber o quão a vida humana está sob ameaça. Se não é pela beligerância dos
conflitos em curso <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Apenas%20mais%20um%20dia,%20na%20exist%C3%AAncia%20de%20uma%20indomestic%C3%A1vel%20fera%20adormecida.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>, é pelos eventos
extremos do clima <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Apenas%20mais%20um%20dia,%20na%20exist%C3%AAncia%20de%20uma%20indomestic%C3%A1vel%20fera%20adormecida.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>, a traçar um novo rumo
para a população da Terra. De tanto fazer e acontecer, eis aí o resultado! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O triste é chegar a conclusão de
que a humanidade perdeu o apreço por si mesma. Matar, morrer, não parece fazer
diferença para muita gente, por aí. De modo que os discursos, os gestos, os
comportamentos, passam a nítida impressão de uma tentativa desesperada de
ocupação do tempo; visto que, estão tomadas de um grau de fastio em relação à
vida, tão grande, que lhes consumiu a própria humanidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Quem diria, não é mesmo?! O
bárbaro, o primitivo ser das cavernas, caminhou para a frente, evoluiu; mas,
seu descendente contemporâneo optou por fazer o caminho inverso, involuiu, a
olhos vistos. Sem constrangimentos, cerimônias, ele simplesmente abdicou da sua
capacidade dialógica, cognitiva, intelectual, para resgatar no fundo do seu
inconsciente a sua indomesticável fera adormecida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Confesso que me espanta ver o ser
humano atual, tão cheio de certezas, de razões, como se a vida pudesse ser
desfrutada nessa perspectiva. Basta uma espiadinha pela janela ou um acesso
rápido às mídias tecnológicas, para descobrir como a contemporaneidade é
fluida, instável, mutante. São incertezas por todos os lados, gostem ou não.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Algo que não combina, em nada,
com o volume de tensões no horizonte. De modo que enaltecer o fracasso
civilizatório, nessas alturas do campeonato, é totalmente antiproducente e
inútil. Disputa de egos e gritos não diz nada para coisa nenhuma! Com crises
apontando em diversas direções e sentidos, quanto mais equilibrada a humanidade
se colocar, melhor. É preciso clareza, lucidez, bom senso, para tomar decisões minimamente
satisfatórias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Mas, lamentavelmente, uma gente
embrutecida e raivosa é uma gente que se afastou de princípios éticos e morais.
Portanto, ela não pensa em si. Não pensa no outro. Não pensa no planeta.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não pensa no ontem, no hoje e, muito menos,
no amanhã. Está tomada apenas pela desumanidade, pela hostilidade, pelo ódio,
pela perversidade, pela irracionalidade... <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aliás, é bom que se diga, que
essa irracionalidade é uma manifestação voluntária, decidida, não é fruto do
calor das emoções ou dos sentimentos. Afinal de contas, em pleno século XXI,
não cabe absolver nenhum vivente das suas responsabilidades, enquanto membro
desse coletivo chamado Terra. Ser ou não ser, não é mais uma questão. É só uma
decisão, uma escolha. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É nessas horas, então, que eu
sempre me lembro das seguintes palavras de Mahatma Gandhi, <i>“Um homem não
pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado
em outra. A vida é um todo indivisível”</i>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porque elas são fundamentais para
desconstruir certos paradigmas, tais como o do herói e o do vilão, tendo em
vista que <i>“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se
comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em
tempos de controvérsia e desafio” (Martin Luther King Jr.). <o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Desse modo, observando com
atenção ao recorte temporal contemporâneo, me vejo tendida a concordar com as
seguintes palavras de Friedrich Nietzsche, <i>“Os cumes da civilização e do
progresso estão distantes um do outro. Não devemos deixar-nos enganar sobre o
antagonismo profundo que separa civilização de progresso”.</i> Afinal, <i>“Só
os espíritos fúteis não julgam pelas aparências. O verdadeiro mistério do mundo
é o visível, e não o invisível” (Oscar Wilde).</i> <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Apenas%20mais%20um%20dia,%20na%20exist%C3%AAncia%20de%20uma%20indomestic%C3%A1vel%20fera%20adormecida.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp04n1q2y12o">https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp04n1q2y12o</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.terra.com.br/noticias/morte-de-civis-que-aguardavam-ajuda-em-gaza-gera-onda-de-repudio,e4ee3e80fdd96888c79060c4370264d3shk4i1f1.html">https://www.terra.com.br/noticias/morte-de-civis-que-aguardavam-ajuda-em-gaza-gera-onda-de-repudio,e4ee3e80fdd96888c79060c4370264d3shk4i1f1.html</a>
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cz9exeleyy9o">https://www.bbc.com/portuguese/articles/cz9exeleyy9o</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2024/02/27/macron-sobe-o-tom-contra-putin-ao-nao-descartar-envio-de-tropas-ocidentais-a-ucrania.htm">https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2024/02/27/macron-sobe-o-tom-contra-putin-ao-nao-descartar-envio-de-tropas-ocidentais-a-ucrania.htm</a><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Apenas%20mais%20um%20dia,%20na%20exist%C3%AAncia%20de%20uma%20indomestic%C3%A1vel%20fera%20adormecida.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> <a href="https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/02/29/terra-do-fogo-como-roraima-se-tornou-o-estado-com-maior-numero-de-incendios-em-fevereiro-de-2024.ghtml">https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/02/29/terra-do-fogo-como-roraima-se-tornou-o-estado-com-maior-numero-de-incendios-em-fevereiro-de-2024.ghtml</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/02/inundacoes-no-acre-afetam-mais-de-11-mil-pessoas-e-17-cidades-estao-em-estado-de-emergencia.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/02/inundacoes-no-acre-afetam-mais-de-11-mil-pessoas-e-17-cidades-estao-em-estado-de-emergencia.shtml</a>
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglmkj5vy4eo">https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglmkj5vy4eo</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-13217419078957878552024-02-27T13:45:00.003-03:002024-02-27T13:45:34.794-03:00A imagem diz muito. Mas, certamente, não disse tudo.<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg8iqZyZxL8r3zmhhIX0yQaQ81eRMbiQRnhMINHNBSkkU4X3WB7Mq1iKeZ0J-ukWJN5el2afu5TeEUxdGrAsCt7lJY3yeLhXJH9D73nvhJQxirryTEGRBrdGy65aurn7THPTawm2yLG5AmW-mMjs9JoUXMgREBEiataAQlT37Zqb6BS-bDoimLnxJS_-s/s1280/A%20imagem%20diz%20muito.%20Mas,%20certamente,%20n%C3%A3o%20disse%20tudo..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg8iqZyZxL8r3zmhhIX0yQaQ81eRMbiQRnhMINHNBSkkU4X3WB7Mq1iKeZ0J-ukWJN5el2afu5TeEUxdGrAsCt7lJY3yeLhXJH9D73nvhJQxirryTEGRBrdGy65aurn7THPTawm2yLG5AmW-mMjs9JoUXMgREBEiataAQlT37Zqb6BS-bDoimLnxJS_-s/w640-h360/A%20imagem%20diz%20muito.%20Mas,%20certamente,%20n%C3%A3o%20disse%20tudo..jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A imagem diz muito. Mas, certamente, não disse
tudo.<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Lamento
discordar, de uns e outros; mas, o que levou milhares de pessoas à Av. Paulista,
no último domingo, não foi a figura do ex-Presidente da República. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O
grande pilar contemporâneo da Direita e seus matizes, mais ou menos radicais, é
sem dúvida alguma a religião, na sua vertente mais conservadora. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">É ela
que consegue persuadir e arrastar multidões, na medida em que legitima crenças,
valores e princípios que agradam certos segmentos da sociedade brasileira. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Afinal
de contas, baseando-se em possíveis riscos ou ameaças, os direitistas sempre se
apegaram ao discurso das crises econômicas, dos desastres naturais, das
guerras, dos ataques terroristas e das investidas progressistas, para
justificar a necessidade de mobilização e de coesão dos seus seguidores e
simpatizantes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">No entanto,
dessa vez, tendo em vista o crescimento exacerbado dessas correntes, no país,
os discursos apontam diretamente para a necessidade de cerrar fileiras com um
modelo de governança fundamentado no poder da religião. É a teocracia em curso!
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Para
quem não sabe ou nunca ouviu falar a respeito, teocracia significa uma forma de
governança em que a autoridade governamental é apresentada como expressão
direta da vontade divina, ou seja, só Deus poderia destitui-la. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">De certa
forma, algo impregnado historicamente no Brasil, por conta da sua experiência
colonial, a qual encontrava respaldo da Metrópole, no Absolutismo garantido
pela teoria do Direito Divino dos Reis. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Mas,
que é extremamente importante de se discutir, porque essa ideia de unção divina
é um artifício para a legitimação das ações dos escolhidos por Deus, inclusive,
aquelas que ferem todos os princípios éticos e morais e configuram atos claramente
delituosos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ao colocar
essas milhares de pessoas sob o guarda-chuva teocrático, os direitistas lustram
a vaidade delas. As colocam em um patamar distinto daqueles que não seguem as
mesmas crenças, valores e princípios, ou seja, os outros são verdadeiros
hereges. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Então,
essa diferenciação oportunista fortalece não só a agregação dessas pessoas em
torno dessa mesma base ideológica; mas, a sua defesa radical e extremista. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Como
manifestou Umberto Eco, em 2015, <i>“Todo tipo de racismo, fundamentalismo,
quase sempre, se baseia em afirmações falsas. [...] É natural que toda forma de
crime na história nasce da desinformação orientada” <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20imagem%20diz%20muito.%20Mas,%20certamente,%20n%C3%A3o%20disse%20tudo..docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>.</i>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Entretanto,
o fundamentalismo emerge porque é preciso ajustar as palavras, as ideias, para
que caibam na missão de legitimar os interesses de quem as manifesta e de quem
as ouve ou lê. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Acontece
que isso se expressa principalmente pelo princípio do medo, que amplifica, por
exemplo, o discurso das crises econômicas, das guerras, dos ataques terroristas
e das investidas progressistas, de uma maneira totalmente tendenciosa e
equivocada. O que significa que se retroalimenta através do discurso de ódio,
da discriminação e do preconceito. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A grande
questão é que, enquanto esse movimento fomentado pelo fundamentalismo religioso
aglutina seus seguidores e simpatizantes, ele fratura a sociedade, o ideal
coletivo. Ele gera tensões desnecessárias. Ele obstaculiza o desenvolvimento, o
progresso e a paz social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">De
tal forma que olhando para essa iniciativa teocrática, a qual, no Brasil, é liderada
por elementos da direita e seus matizes, mais ou menos radicais e extremistas, o
que se tem, de maneira bastante objetiva, é um compromisso puramente
corporativista. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Então,
quando se tem a imagem daquelas milhares de pessoas e se observa suas falas, seus
adereços, seus comportamentos, torna-se possível dissecar as camadas que
revestem a sua presença no evento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Esse
é o ponto de análise, de reflexão, de compreensão do que se revela e sinaliza,
como desdobramentos futuros, para a direita brasileira e internacional. Mesmo não
havendo uma homogeneização religiosa, já que cada país tem uma vertente
religiosa diferente; mas, o princípio em si pode ser usado da mesma maneira. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Portanto,
do mesmo modo com que a ultradireita vem se disseminando pelo planeta, a
teocracia parece seguir o mesmo caminho. Algo para não se negligenciar. Afinal,
ambos convergem para um mesmo ponto, ou seja, <i>“Fundamentalistas dão um toque
de arrogante intolerância e rígida indiferença para com aqueles que não
compartilham suas visões de mundo”</i> (Umberto Eco). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O que
tende a nos levar a um caminho que pode fazer com que as crenças e as
convicções sejam continuamente repassadas, de uns para os outros, sem qualquer escrutínio
ou análise técnica competente, até provocarem efeitos nocivos e devastadores
sobre a sociedade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20imagem%20diz%20muito.%20Mas,%20certamente,%20n%C3%A3o%20disse%20tudo..docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://www.conjur.com.br/2015-jul-17/umberto-eco-todo-fundamentalismo-baseia-afirmacoes-falsas/">https://www.conjur.com.br/2015-jul-17/umberto-eco-todo-fundamentalismo-baseia-afirmacoes-falsas/</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-36284710989606213852024-02-26T21:45:00.004-03:002024-02-26T21:45:39.427-03:00Uma linha do tempo tem sempre algo a nos dizer<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7s-9etvKBFrxHffa57bl85bt0xs_a8_z0fPyLXO39oznsbS9PCVMQ_nbA-7jeED_9GW1cnC3eyP1f8pSFQfAcLOmv3JZme-E5Hsrh81SyBp4pXu7u8tz2uR8JnsN2CUWKRZorSuDQn1aGSWGDwewVB6L6quQs6_By9vishz9GFMUAlavc1byN-bIEUW4/s1280/Uma%20linha%20do%20tempo%20tem%20sempre%20algo%20a%20nos%20dizer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7s-9etvKBFrxHffa57bl85bt0xs_a8_z0fPyLXO39oznsbS9PCVMQ_nbA-7jeED_9GW1cnC3eyP1f8pSFQfAcLOmv3JZme-E5Hsrh81SyBp4pXu7u8tz2uR8JnsN2CUWKRZorSuDQn1aGSWGDwewVB6L6quQs6_By9vishz9GFMUAlavc1byN-bIEUW4/w640-h360/Uma%20linha%20do%20tempo%20tem%20sempre%20algo%20a%20nos%20dizer.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Uma linha do tempo tem sempre algo a nos dizer<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por mais
cansativo que seja viver o cotidiano contemporâneo, este é um tempo que não
permite descuidos e desatenções. Nada é por acaso. Nada é revestido de
ingenuidade. Nada. O que parece ser obra do agora, na verdade, vem sendo urdido
há séculos, em sucessivos movimentos de ajuste e reenquadramento de ações. De modo
que, contrariando as expectativas de muita gente, por aí, os espaços para o
delírio idealizante estão cada vez mais restritos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Então,
olhando para o mundo, observando os acontecimentos, como quem monta um
quebra-cabeça, resolvi organizar os pensamentos em uma breve reflexão. Começando
pelo fato de que nada foi tão surpreendente para a humanidade do que a Revolução
Francesa, no século XVIII. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Até a
sua deflagração, a monarquia europeia sentia-se plena pela segurança produzida por
sua organização política – o Absolutismo – e econômica – o Mercantilismo. O que
não é de se espantar! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ora,
o Absolutismo, que traduzia a concentração de poderes nas mãos dos monarcas,
tinha como fundamentação a chamada teoria do Direito Divino dos Reis. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Trata-se
de uma doutrina político-religiosa defensora da ideia de que a autoridade do rei
emana diretamente da vontade de Deus e só por Ele poderia ser destituída. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">De
modo que para fortalecer ainda mais esse poder, os monarcas contavam com um conjunto
de práticas econômicas, vigentes entre os séculos XV e XVIII, voltadas para a
acumulação de riquezas, ou seja, o Mercantilismo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Dentre
elas pode-se citar o Colonialismo, o Metalismo, o incentivo à manufatura, a
intervenção do Estado na economia, a balança comercial favorável e o
protecionismo alfandegário. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Bem,
mas o que era maravilhoso para a monarquia era péssimo para o restante da
população, que vivia de migalhas e restos. Alguns, inclusive, tendo a sua
indignação silenciada nas masmorras reais da época. O que significa que havia
um nível de tensão social, em tese, mais ou menos controlado pelo Estado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Até que,
em 14 de julho de 1789, a Monarquia francesa viu seu controle desaparecer
diante da Tomada da Bastilha, a antiga prisão, símbolo maior da opressão tirânica
do Antigo Regime francês. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A Revolução
Francesa promoveu a mais profunda ruptura paradigmática da história, tendo como
princípios a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade (Liberté, Égalité,
Fraternité), as camadas populares tomaram o poder, com a ajuda de rebeldes
revolucionários. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">E se
o improvável aconteceu na França, poderia acontecer em qualquer outra monarquia
da Europa, pensavam aterrorizadas as demais casas reais. Era preciso, então,
conter a fúria das massas populares. Era preciso impedi-los de se organizarem,
de planejarem novas ações. Medidas que arrefecessem os movimentos eram imprescindíveis.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Eis,
então, que na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, custeada a partir
de todo o capital oriundo do Mercantilismo inglês, surge a Revolução
Industrial. Inicialmente iludida, de que a produção em série poderia gerar
melhores condições socioeconômicas, a grande massa se deixou absorver como mão
de obra da nova empreitada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Agora,
não mais os reis; mas, uma burguesia, tão cruel e perversa, passou a deter o
controle social nas mãos. Porque além de controlar os meios de produção, o
capital e o poder político, ela influenciava modos e costumes da época, a
partir da aprovação de leis e decretos a respeito. Sem contar, os pitacos no
ideário religioso vigente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Em suma,
essa recém-formada burguesia industrial é, portanto, o embrião clássico da
Direita e seus matizes, mais ou menos radicais. De modo que, passados alguns
séculos, esse restrito nicho social não perdeu a capacidade organizacional para
manter seus interesses, crenças e valores; embora, sempre os ajustando aos genuínos
processos de transformação da sociedade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">No entanto,
o velho temor da ascensão das massas populares jamais saiu do seu radar de
observação, depois do ocorrido na Revolução Francesa. Haja vista o ódio que
vem, desde então, sendo destilado por essas pessoas às camadas mais vulneráveis
e desassistidas da população; bem como, aos seus defensores e simpatizantes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ao menor
sinal de abalo às suas regalias e privilégios, eles entram em cena estridentes
e ferozes para defenderem seus interesses contra uma eventual ação opositora. Acontece
que, hoje, em pleno século XXI, eles dispõem para tal, um verdadeiro arsenal tecnológico
de aglutinação social e ideológica. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Queiram
ou não admitir, as chamadas <i>Big Techs</i> são crias das gerações que
sucederam aquela burguesia emergente da 1ª Revolução Industrial. Gente que
criou esse aparato midiático em benefício próprio, em defesa de seus interesses
maiores e contra qualquer vestígio de ascensão popular. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Eles
dão meio de ação às suas bolhas sociais. Possibilitam os recortes. Favorecem o
jogo da pós-verdade, através das Fake News. E se colocam abertamente
partidários nos cenários eleitorais que lhes favorecem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">É aí
que se chega ao ponto mais importante dessa reflexão, a expansão global da
ultradireita. Conectados além das ideias, das propostas, das práxis, os
movimentos de ultradireita demonstram uma capacidade de mobilização, que beira
à perfeição. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Acontece
que isso não diz respeito apenas às ambições políticas e de poder, existentes
na ultradireita contemporânea. Vigiar, manipular e controlar seus seguidores e
simpatizantes é um exercício que precisa ser lapidado, considerando o que se
acena no horizonte próximo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Uma retomada
global da ultradireita poderá vir acompanhada de um cenário socioeconômico devastador
para uma gigantesca maioria da população, a qual inclui os seus próprios seguidores
e simpatizantes. O avanço da tecnização, fomentada pela própria elite
direitista, visa reduzir drasticamente o papel dos seres humanos nos mais
diversos tipos de meios de produção. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Considerando
que o planeta possui uma população atual em torno de 8 bilhões de indivíduos,
não será possível que todos aqueles pertencentes às parcelas economicamente
ativas consigam ser realocados nesse novo cenário. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Portanto,
haverá demissões em massa. Haverá empobrecimento. Haverá agravamento da
precarização trabalhista. Haverá tensão circulando em todos os lugares. Tudo o
que a Direita e seus matizes, mais ou menos radicais, não querem em hipótese
alguma. Há um trauma histórico que lhes assombra o imaginário!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Daí eles
estarem trabalhando tão ativamente nesse conceito organizacional, quase como
uma seita. Afinal é fundamental vender ilusões nesse caso. Promessas. Esperanças.
Felicidade em gotas homeopáticas. Enquanto se omite as verdades mais difíceis e
indigestas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">E para
isso eles apostam em figuras emblemáticas, com alto poder persuasivo, para arrefecer
eventuais ímpetos de rebeldia, indisciplina, desobediência ou insurreição, utilizando
argumentos retóricos inconsistentes; mas, ao mesmo tempo, eficientes para modelar
a opinião pública através do apelo às emoções e às crenças pessoais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Portanto,
só o tempo dirá o resultado dessa empreitada, o curso que seguirá mais esse
pedaço da história. Ao redor do planeta batem, a todo instante, milhões de asas
de borboletas. Nunca se sabe o que pode acontecer daqui a um minuto. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A vida
humana sobre a Terra é totalmente permeada de incertezas, o insólito está
sempre à espreita, aguardando por uma oportunidade. Tanto, que raios caem sim,
mais de um, em um mesmo lugar. Prestemos atenção a isso! </span></p>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-12741007931855717222024-02-26T12:55:00.003-03:002024-02-26T12:55:32.040-03:00A violência. A escola. A contemporaneidade. <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx7eaIKh3ZX6z9T9mj2xHVWxUKZlceADc3lebeNJiYg4hrLjdAb-iVbEQNmuAq-2L8SxVv2K8vCSeBEX5CLdRIWJKvblS1ZA1PzdEG_wZLa8-c2039sHiNkW7geP8xDovs2XycVCpBq1VPn1CvEKI8Hzd5N9aNGw8hvddyMJpVaA8M47ukcfJe5NlplQw/s1280/A%20viol%C3%AAncia.%20A%20escola.%20A%20contemporaneidade..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx7eaIKh3ZX6z9T9mj2xHVWxUKZlceADc3lebeNJiYg4hrLjdAb-iVbEQNmuAq-2L8SxVv2K8vCSeBEX5CLdRIWJKvblS1ZA1PzdEG_wZLa8-c2039sHiNkW7geP8xDovs2XycVCpBq1VPn1CvEKI8Hzd5N9aNGw8hvddyMJpVaA8M47ukcfJe5NlplQw/w640-h360/A%20viol%C3%AAncia.%20A%20escola.%20A%20contemporaneidade..jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A violência. A escola. A contemporaneidade.<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O artigo
<b>Agressão a aluna brasileira na porta de escola choca Portugal <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20viol%C3%AAncia.%20A%20escola.%20A%20contemporaneidade..docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a></b>, publicado hoje, no blog de O Globo
/ Portugal Giro, possibilita um conjunto de reflexões em torno da violência contemporânea,
que ultrapassa os limites da xenofobia e outras formas de preconceito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Não é
de hoje que a violência está presente dentro e fora dos muros da escola. O que
não causa surpresa e nem estranheza, considerando que a escola é um espaço de representatividade
da própria realidade social. No entanto, isso não faz com que as manifestações
da violência possam ser banalizadas ou trivializadas. Elas continuam sendo o
que são, ou seja, expressões que ferem o respeito, a dignidade, a civilidade
humana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Venho
pensando sobre esse movimento há bastante tempo. Embora não tenha dados estatísticos
ou científicos que esclareçam os caminhos pelos quais a violência nas escolas
se deu, se de dentro para fora ou de fora para dentro; mas, fato é, que essa
via de mão dupla acabou se convergindo para um resultado social deletério. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Me parece existir um franco processo de
deterioração da figura da escola. O princípio básico de ser um espaço de
construção do conhecimento, uma extensão social importante para a formação
identitária dos indivíduos, de repente, foi relegada a uma condição de espaço
de reafirmação dos desvirtuamentos de crenças, valores e princípios, a partir
de práxis desumanizadas e desqualificantes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O saber,
o aprender, o entender o mundo, foi parar no fim da fila das prioridades. As escolas
tornaram-se palcos da exibição dos modismos, dos consumismos, das
desigualdades, permitindo a exacerbação das rivalidades, das competitividades e
das violências. O que era para ser um espaço equilibrado, respeitoso, pacífico
e altruísta, se viu mergulhado nesse lodo tóxico que já se encontra disseminado
por outros setores da sociedade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ora,
se dentro do ambiente escolar é assim, quem está de fora, também, não vê razões
para pisar em ovos e conter seus arroubos. Daí a beligerância ter se instalado
de maneira tão concreta nas escolas e em suas imediações. Brigas de rua. Balas
perdidas. Violências sob diferentes formas, em qualquer hora do dia ou da
noite. Basta que qualquer estopim ideológico seja voluntariamente deflagrado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O
que significa, objetivamente, o desprezo total pelo conhecimento, pela formação
cognitiva e intelectual, pelo desenvolvimento dos princípios éticos e morais,
pela consolidação de uma identidade cidadã. A escola, caro (a) leitor (a),
perdeu o seu valor social! Durante algum tempo, acreditava-se que essa perda
estava relacionada apenas à carreira docente. Agora, vemos que não. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Cada
vez mais, os alunos vão à escola por outros motivos. Para não ficar sozinho em
casa. Para preencher o tempo. Para socializar. Pela merenda. Pelos conflitos
familiares. Pela violência doméstica. ... Menos, pelo ensino-aprendizado. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Há quem acredite, inclusive, que o aprendizado
derivado de outras fontes – família, amigos, mídias sociais etc. – já é o suficiente
e que a escola teria pouco a oferecer. Ou, talvez, a rudeza do cotidiano seja
tamanha, que não há disposição para ouvir mais nada, ler mais nada, saber mais
nada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Acontece
que esse sentimento de autossuficiência é extremamente nocivo, porque desperta
nos indivíduos uma pseudossensação supremacista, a qual pode, muitas vezes,
expressar-se em violência. Se estabelece uma crença narcísica de que já se sabe
tudo e não precisa da escola, do professor, dos livros, do conhecimento
técnico-científico. Em caso de dúvida, especialmente as atuais gerações, eles
(as) simplesmente recorrem, sem constrangimento, à internet, e tudo resolvido! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Percebem,
então, quantos desafios estão impostos à escola contemporânea?! Estamos diante
de um verdadeiro balaio de gatos, em que a violência é só um dos elementos
presentes. Acontece que a sua capacidade de transbordamento social exige
esforços profundamente intensos e multidisciplinares. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Lamento,
mas a segurança na porta da escola não é a solução plena dos problemas! A escola
contemporânea precisa de psicólogos, de assistente social, de terapeuta ocupacional,
para trabalhar em conjunto com o corpo docente e diretivo da escola, oferecendo
o suporte necessário para o enfrentamento das demandas emergentes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">É preciso
lembrar que a escola é um espaço da pluralidade, da diversidade. Não há um
modelo padrão de aluno (a). Cada indivíduo é único! Assim, esses profissionais dispõem
das condições necessárias para atender às especificidades que se apresentam na
realidade cotidiana escolar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Seja
construindo pontes de diálogo, de afeto, de acolhimento, de compreensão e/ou de
orientação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por essa
perspectiva é que se começa a vislumbrar um sentimento de segurança social, ou
seja, permitindo que de dentro para fora dos muros da escola, todos os atores
envolvidos no processo educacional sintam-se seguros, amparados, visíveis, nas
suas necessidades humanas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">E
essa dinâmica tem sim, um potencial multiplicador extraordinário. Como escreveu
Maria Montessori, <i>“As pessoas educam para a competição e esse é o princípio
de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns
com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz”</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20viol%C3%AAncia.%20A%20escola.%20A%20contemporaneidade..docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Assim,
só a título de complementar essa breve reflexão, sugiro que o (a) leitor (a) assista
aos seguintes filmes: <b><i>Escritores da Liberdade </i></b><i>(Freedom Writers),</i><b>
</b>de 2007, e <b><i>Entre os Muros da Escola </i></b><i>(Entre les murs)</i>,
de 2008. Afinal de contas, por pior que seja a realidade, os problemas do
mundo, <i>“O cinema é um modo divino de contar a vida”</i> (Federico Fellini) e
nos fazer compreendê-la com mais exatidão e fluidez. <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20viol%C3%AAncia.%20A%20escola.%20A%20contemporaneidade..docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://oglobo.globo.com/blogs/portugal-giro/post/2024/02/agressao-a-aluna-brasileira-na-porta-de-escola-choca-portugal.ghtml">https://oglobo.globo.com/blogs/portugal-giro/post/2024/02/agressao-a-aluna-brasileira-na-porta-de-escola-choca-portugal.ghtml</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20viol%C3%AAncia.%20A%20escola.%20A%20contemporaneidade..docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>2</b></span></a><b>
MONTESSORI, M. <i>A Educação e a Paz.</i> Papirus Editora, 2004. </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-76802328220353138132024-02-25T13:23:00.002-03:002024-02-25T20:30:54.610-03:00É preciso discutir Saúde Ambiental<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2R88DhvWiFSzNBf9RMTdSVeWReO4nTnSgy7WRCSmdL4nkAEM91NzB4OMa95ui-DIw_hLZa-ihdnUgPdYaSmfHrprQQTKs_RfaXLdKKDfXLYiWwQW0_d9oYyH15kytBxFb4w-EB0L1aGKBPSTLacTXTMA1pq_IrYr-MimEYRtaJXw6UxHoriPFkY3okNo/s1280/%C3%89%20preciso%20discutir%20Sa%C3%BAde%20Ambiental.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2R88DhvWiFSzNBf9RMTdSVeWReO4nTnSgy7WRCSmdL4nkAEM91NzB4OMa95ui-DIw_hLZa-ihdnUgPdYaSmfHrprQQTKs_RfaXLdKKDfXLYiWwQW0_d9oYyH15kytBxFb4w-EB0L1aGKBPSTLacTXTMA1pq_IrYr-MimEYRtaJXw6UxHoriPFkY3okNo/w640-h360/%C3%89%20preciso%20discutir%20Sa%C3%BAde%20Ambiental.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">É preciso discutir Saúde Ambiental<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Há tempos
venho escrevendo a respeito da importância de analisar as doenças, no mundo,
além da sua própria manifestação. Hoje, me deparei com a matéria <b><i>Por que
alto nível de mercúrio nos atuns persiste há décadas e intriga cientistas</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2025%20fev.%202024.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a></b>,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>publicada pela BBC News Brasil, que exemplifica muito bem as minhas
considerações sobre o assunto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Gostando
ou não, se interessando ou não, fato é que a relação entre o adoecimento
populacional e as diferentes formas de poluição ambiental existe e é cada vez
mais preocupante. Seja no ar, na água, no solo, contaminantes diversos têm sido
absorvidos pelos seres humanos. Lamentavelmente, a raça humana vive sob a
ameaça invisível dos poluentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Algo
que é extremamente grave, pelo fato de que estes agem sob efeito bioacumulativo
nos organismos. De modo que, dependendo da condição orgânica dos indivíduos, ou
seja, mais ou menos salubres, a reverberação negativa desses contaminantes pode
ser acelerada e intensificada, tendo em vista que o grau de imunidade corporal
é insuficiente para cumprir seu papel. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Mas,
não para por aí. Quando o sistema de saúde abdica, voluntariamente ou não, do
aprofundamento da investigação de uma doença, a fim de determinar exatamente a
origem da sua manifestação, o papel da poluição ambiental nesse processo passa
invisibilizado. O que permite que muitas doenças não recebam efetivamente o
tratamento necessário. Ora, muitas doenças se confundem pelas manifestações
clínicas e o que as diferenciaria, com a devida exatidão, é o conhecimento
sobre a sua gênese.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Somente
depois que as notícias sobre o que acontecia na baía de Minamata, no Japão,
ganharam repercussão internacional, por exemplo, é que a humanidade pode
compreender que certos sintomas, tais como convulsão, surtos psicóticos, perda
de consciência e febre, semelhantes ao quadro de inúmeras doenças, apresentados
por diversos moradores, que haviam consumido peixes provenientes daquela cidade,
eram resultado da contaminação por mercúrio, descartado por um empresa, na água
do mar <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2025%20fev.%202024.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A grande
questão é que esse é um caso entre milhares de outros. Diariamente o ser humano
é exposto, à revelia de seu conhecimento, a certos produtos tais como chumbo, arsênio,
cromo, níquel, benzopireno, cádmio, formaldeído, acetaldeído, agrotóxicos, asbesto,
bisfenol A, substâncias alquiladas per e poli-fluoradas, presentes na
composição ou na fabricação de diversos produtos do cotidiano. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Quase
sempre, a justificativa que se tem, em relação aos mesmos, decorre de parâmetros
governamentais de tolerabilidade humana, os quais desconsideram visivelmente as
especificidades que envolvem os efeitos bioacumulativos nos organismos. De modo
que as fiscalizações buscam apenas encontrar concordância numérica para
legitimar a legalidade desses produtos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Enquanto
isso, milhares de pessoas são afetadas pelas consequências deles e, muitas
vezes, não encontram respaldo governamental para receberem o tratamento
necessário. Inclusive, dentro de um outro recorte de saúde pública, os milhares
de casos de bebês afetados pelo Zika vírus, no Brasil, traz a devida dimensão
dessa negligência socioambiental <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2025%20fev.%202024.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a>. Quase sempre
essas ocorrências epidemiológicas demandam um quadro de assistência médico-hospitalar
multidisciplinar, o qual nem todos os Estados e Municípios estão preparados
para oferecer, seja por razões logísticas e de infraestrutura ou por razões
orçamentárias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Daí a
necessidade de que os cidadãos se atentem para a saúde ambiental. É preciso
entender que não basta apenas ao Estado esse papel de agente detentor de
conhecimento, detector de fatores determinantes e condicionantes às alterações
de saúde, e promotor da prevenção de doenças e agravos. Afinal de contas, tanto
a industrialização quanto a antropização, tornaram sim, todos os seres humanos
mais frágeis e vulneráveis aos diversos fatores de risco à saúde. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Lembre-se
de que o invisível existe. Não o ver, não o perceber, na sua forma, na sua cor,
na sua textura, não significa que ele não está ali, presente, pronto para
atuar. Vejo, com muita clareza, que a maioria das pessoas se incomoda ou se
preocupa com o lixo nas ruas, nos mares, nos rios, nas florestas, por conta da
sua materialidade; mas, se esquecem completamente do lado invisível dos resíduos.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Nossos maiores inimigos e ameaças não estão ao alcance da nossa visão. Só nos damos
conta da sua realidade, quando nossos corpos já sucumbem à sua afronta. Quando já
fomos brutalmente atacados e os sinais da nossa falência humana já começam a aparecer.
O mundo está adoecendo rapidamente. O que dizem ser novas patologias são apenas
o reflexo desse desconhecimento sobre a origem das próprias doenças. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Talvez, já seja tarde demais para reverter
esse quadro; mas, se conseguirmos ao menos estancá-lo, já teremos produzido algo
de bom. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2025%20fev.%202024.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>1</b></span></a><b> <a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglmkj5vy4eo">https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglmkj5vy4eo</a>
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2025%20fev.%202024.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b>2</b></span></a><b> <a href="https://minamataconvention.org/sites/default/files/2021-06/Minamata-Convention-booklet-Sep2019-EN.pdf">https://minamataconvention.org/sites/default/files/2021-06/Minamata-Convention-booklet-Sep2019-EN.pdf</a>
<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoFootnoteText"><b><a href="https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/politicaspublicas/convencao_minata/#:~:text=Em%201956%2C%20a%20origem%20da,maiores%20desastres%20ambientais%20do%20planeta">https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/politicaspublicas/convencao_minata/#:~:text=Em%201956%2C%20a%20origem%20da,maiores%20desastres%20ambientais%20do%20planeta</a>.
<o:p></o:p></b></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2025%20fev.%202024.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">3</span></a> <b>Abandono
e incerteza: os desafios de mães e bebês afetados pelo Zika - <a href="https://exame.com/brasil/abandono-e-incerteza-os-desafios-de-maes-e-bebes-afetados-pelo-zika/">https://exame.com/brasil/abandono-e-incerteza-os-desafios-de-maes-e-bebes-afetados-pelo-zika/</a> </b></p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-73626234106765626262024-02-24T19:11:00.004-03:002024-02-25T11:12:56.197-03:00Escolha melhor os seus argumentos<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc04jueP5a6fGqWuOWwA_HB2TguuTuDF0NjTrg5x6WA_wNAiibvECzPxIAEFs4Cc9RGWft__awtiRd7ZXUX_dWLxLiwux9QJ2_DOuxPpDLDEazDiHeEOLAHM5Zw9vT50oMS-WUCqjFq3_Knf0spnNIgMkpB-aFgK5YH8JBzg4N5puKUJmrvymW5cqvwDM/s1280/Escolha%20melhor%20os%20seus%20argumentos.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc04jueP5a6fGqWuOWwA_HB2TguuTuDF0NjTrg5x6WA_wNAiibvECzPxIAEFs4Cc9RGWft__awtiRd7ZXUX_dWLxLiwux9QJ2_DOuxPpDLDEazDiHeEOLAHM5Zw9vT50oMS-WUCqjFq3_Knf0spnNIgMkpB-aFgK5YH8JBzg4N5puKUJmrvymW5cqvwDM/w640-h360/Escolha%20melhor%20os%20seus%20argumentos.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Escolha melhor os seus argumentos<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O problema
não é a pós-verdade. Nem as Fake News. Nem o efeito manada. O ponto nevrálgico dessa
discussão é a terrível predisposição contemporânea do ser humano em exercer a
sua liberdade de maneira plena e irrestrita, abdicando de uma construção
argumentativa consistente. Daí para defenderem o estapafúrdio, com unhas e
dentes, é um pulo! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Desse
modo, queiram ou não admitir, o campo cognitivo e intelectual se transformou em
arena de vale-tudo. O pior é que o vale-tudo é sempre raso, sempre enviesado, sempre
distorcido, sempre tendencioso e manipulador, ou seja, não transita acompanhado
pela robustez da verdade dos fatos em si. O que o torna, quase sempre, modelado
por ideias de efeito chiclete, as quais se impregnam no inconsciente à revelia
do cérebro, no intuito de se tornarem realidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">E isso,
caro (a) leitor (a), está muito associado à carência ou à fragilidade
argumentativa, que o tempo da pressa e do imediatismo contemporâneo favoreceu. Diante
de uma tendência natural de não se ater aos fatos, de não aprofundar a atenção às
palavras, de não gastar o tempo na leitura das ideias, uma legião acredita, oportunística
e intencionalmente, na aplicação da máxima de que <i>“quem conta um conto
aumenta um ponto”</i>, para satisfazer interesses nem sempre éticos e morais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Então,
de repente, o que cai no espectro do falatório, do disse me disse, do devaneio
popular, está distante anos-luz da realidade factual. Algo que possibilita
desdobramentos bastante perniciosos e beligerantes à dinâmica social, tendo em
vista, o grau de contaminação presente na construção da coerência textual. Ora,
vive-se tempos de uma flagrante deturpação alienante do pensamento humano, que compromete,
inúmeras vezes, o exercício reflexivo isento, conforme pede a coerência textual.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Como
se toda a expressão da linguagem já fosse recebida com ressalvas inflexíveis,
com preconceitos estereotipados, com limitações condicionantes, enfim. Daí, quando
se vê, o que era só uma palavra, se transformou em outra, ou em um conceito, ou
em uma expressão, desalinhando e desconstruindo a ideia inicial para substituí-la
a favor dos interesses alheios. Aliás é curioso que, em tempos de tanto
silenciamento, uns e outros, por aí, andem colocando palavras na boca dos semelhantes!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Inclusive,
isso me fez lembrar de Mário Juruna, primeiro deputado federal indígena do
Brasil, na década de 1980, que ficou conhecido por carregar um gravador e
registrar as conversas e promessas dos políticos. Uma sábia tentativa de evitar,
já naquela época, que as ideias fossem desidratadas, enviesadas, distorcidas,
ou caíssem nas garras da tendenciosidade político-ideológica. Algo que, hoje,
nem gravando em áudio e em vídeo, se consegue preservar, tamanha a fúria dessa
predisposição libertária para defesas discursivas sem pés e nem cabeça.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ter
opinião, manifestá-la, é direito e dever de todo o cidadão. Não há o que se
questionar nesse sentido. O que estou trazendo à luz da reflexão, nesse breve
texto, é a carência genuína de fundamentação da prática discursiva. Infelizmente,
estamos sob uma torrente de pura verborragia. Como se a prática discursiva pudesse
acontecer sem escrutínio, sem filtros, sem compromisso com a realidade factual.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Assim,
da tribuna das mídias sociais para os espaços institucionais, a verborragia contemporânea
é um fenômeno de assombro e constrangimento. A efervescência atual tem sim,
limitado a capacidade humana de ler e ouvir, dada a quantidade de ruídos que se
estabelecem e impossibilitam a compreensão das ideias. Nenhum juízo de valor
sobre uma fala, ou um texto, pode acontecer num piscar de olhos! É preciso não
queimar as etapas da assimilação e da compreensão, para se emitir alguma
opinião. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Nesse
sentido, vale ressaltar a lamentável conduta de alguns veículos de comunicação,
que se permitem contribuir na desinformação verborrágica, quando interferem tendenciosamente
nessa leitura dinâmica, tão frequente na contemporaneidade. Ora, há pesquisas
que demonstram como a leitura vem se resumindo às manchetes ao invés dos
artigos, por exemplo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Então,
basta que elas sejam construídas de uma certa maneira para induzirem à produção
de uma coerência textual enviesada ou deformada, empobrecendo e ludibriando a capacidade
intelectual do leitor. Porque, nesse caso, se um fulano não gosta de um
determinado beltrano, fica legitimada que qualquer ideia, por ele manifesta,
seja esculachada de maneira veemente, embora, sem qualquer fundamentação que
sustente a tal depreciação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Em linhas
gerais, deixando correr frouxo assim, tudo se transforma em briga de moleques
na rua, em picuinha de aluno do primário, contradizendo que o ser humano é
dotado de capacidade intelectual. Faça-me o favor! O que a realidade nos mostra
é que o ser humano está cada vez mais passional do que racional! Suas vontades,
seus quereres, suas simpatias, suas antipatias, ... Êpa, pera lá, como assim?! Nenhuma
argumentação discursiva que se preze pode se fiar nesses termos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Concordo
que nem sempre é possível uma isenção plena, um posicionamento imune à
contaminação alheia; mas, sem argumentos robustos e consistentes, não dá para
abrir a boca. Aliás, só dá para passar vergonha, constrangimento, humilhação! E
como já dizia o poeta e filósofo francês Paul Valéry, <i>“Quem não pode atacar
o argumento ataca o argumentador”</i>. O que mais se tem visto acontecer na
contemporaneidade. Por isso, lembremo-nos das palavras de Desmond Tutu, prêmio
Nobel da Paz, em 1984, <i>“não levante a sua voz, melhore os seus argumentos”. </i></span></p>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-72506666290312841432024-02-24T13:03:00.001-03:002024-02-24T13:03:31.733-03:00Uma viagem à Lua. Uma viagem ao ego.<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Vn3kTTuqn5QT_cGvaRFAtHXhCV3OFpHlkvP9mZ3FZE9veB5UDT6ak_j2RyzWXvb8cueUU8Yvrg1-EABd6B0srGxkBb-Bt_U0IOgoMViqVdUTI45czZ3008aAI_kcwwP6ldDwpt_s1zhLdgmN5NBVfDeSDXKQAVIo7JSKdB_AXtkKXKnGbrEmA0XveVA/s1280/Uma%20viagem%20%C3%A0%20Lua.%20Uma%20viagem%20ao%20ego..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Vn3kTTuqn5QT_cGvaRFAtHXhCV3OFpHlkvP9mZ3FZE9veB5UDT6ak_j2RyzWXvb8cueUU8Yvrg1-EABd6B0srGxkBb-Bt_U0IOgoMViqVdUTI45czZ3008aAI_kcwwP6ldDwpt_s1zhLdgmN5NBVfDeSDXKQAVIo7JSKdB_AXtkKXKnGbrEmA0XveVA/w640-h360/Uma%20viagem%20%C3%A0%20Lua.%20Uma%20viagem%20ao%20ego..jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Uma viagem à Lua. Uma viagem ao ego.<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Por Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Nada
mais simbólico para a hipocrisia contemporânea, do que os aplausos e ovações ao
pouso de uma nave, construída pela iniciativa privada norte-americana, na Lua.
Em 2019, eu escrevi o texto <b>Fomos à Lua, e daí?</b><i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2024%20fev.%202024.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>,</i>
por conta das manifestações em torno dos 50 anos da missão espacial, na qual um
ser humano pisou no solo lunar pela primeira vez. Todas as minhas considerações,
naquela ocasião, não diferem do meu pensamento atual.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Seres
humanos; sobretudo, aqueles pertencentes às camadas mais privilegiadas, não
estão nem aí para sua espécie e todas as mazelas que podem afetá-la. Seres humanos
são narcísicos e terrivelmente individualistas. O que explica porque demandas históricas
não são resolvidas e sim, postergadas <i>ad aeternum</i>. Trazendo a sensação
de que a espécie humana está burlando as regras do jogo da vida, avançando as
casas sem poder.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ora,
não haveria nada de mal ou de terrível se todos os avanços científicos e
tecnológicos, os quais permitem inclusive as viagens interplanetárias, acontecessem
no contexto de um mundo em que tudo estivesse na mais perfeita ordem. Acontece que
não está! A Terra está imersa em desafios estruturais históricos, tais como a
fome, a miséria, as epidemias, as desigualdades, as violências, os
preconceitos, enfim. Vivemos sob contínua tensão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Além
disso, pela perspectiva de uma ótica humanista e empática, não há razões para
se comemorar uma viagem espacial, quando o planeta Terra padece a tragicidade
de conflitos bélicos em curso. Isso pode sim, ser considerada hipocrisia em estado
bruto! Olha-se para o céu porque se tem medo de olhar para o que acontece no
horizonte dos seus próprios olhos. Acontece que a realidade é tão avassaladora
que, por mais que se tente fingir não a ver, ela não desaparece pela força da artificialidade
hipócrita. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Vejam
que essa mesma ciência e tecnologia contemporânea, em breve, produzirá o aumento
descompensado do empobrecimento no planeta, em razão da expansão da tecnização.
Estamos à beira de uma desocupação laboral em massa, porque construções, tais como
a Inteligência Artificial (I.A.), não dependerão mais de mão de obra humana. O
que significa que haverá o acirramento das mazelas históricas que não foram
resolvidas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Pois
é, enquanto se entoa essa ode hipócrita à tecnologia, que se gastam bilhões
para materializar seus delírios, a raça humana sucumbe a concretude de
problemas reais. Ah, se tivéssemos dado atenção às palavras de Charles Chaplin,
em 1940, quando disse <i>“A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado
empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que
máquinas precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de
afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será
perdido” (Discurso final do filme “O Grande Ditador”)</i>!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Na verdade,
é bom que se diga que não é a ciência ou a tecnologia em si, o cerne do
problema. A destruição que acena diante dos olhos emerge dos desequilíbrios humanos.
É muita vaidade. Muita ganância. Muito poder. Muita indiferença. Muito (a) ... Está
no indivíduo o impulso desvirtuante da sua dignidade civilizatória. De modo que
ele não mais pesa as consequências de seus atos. Age sem rumo, sem freio,
tomado por um sentimento supremacista estarrecedor, que sequer cogita a possibilidade
de ser contido, de alguma forma, nos seus arroubos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Algo
que se explica pelo fato de o poder capital alicerçar esse campo do
desenvolvimento social. Sim, porque esse poder inibe o contraditório, a contestação,
a reflexão. Tanto que não se vê ações mais vibrantes e ruidosas por parte dos
defensores da Tecnoética. Há um visível silenciamento impedindo a construção de
um pensamento mais analítico e crítico pela sociedade. Assim, a tecnização garante
seu status positivo, inovador, importante, sem quaisquer sinais contrários. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Portanto,
antes de nos permitir encantar e inebriar diante dos avanços científicos e
tecnológicos, paremos para observar como <i>“Vivemos tempos sombrios, onde as
piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança”</i> <i>(Hannah
Arendt)</i>. Talvez, seja o momento certo para reler o poema <b>O homem; as
viagens</b> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2024%20fev.%202024.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>, de Carlos Drummond de
Andrade. Porque se parecemos um gigante para pisar na Lua e um anão para
enxergar-se diante do próprio espelho, é sinal de que <i>“Em nome de interesses
pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para
quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime”</i> <i>(Hannah Arendt).<o:p></o:p></i></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2024%20fev.%202024.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://emprosaeverso-alr.blogspot.com/2019/05/cronica-de-domingo.html">https://emprosaeverso-alr.blogspot.com/2019/05/cronica-de-domingo.html</a> </p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/rasc.%2024%20fev.%202024.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> ANDRADE, C.
D. de. <i>As impurezas do branco. </i>Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. p.20-22. </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-25889759018054769702024-02-21T15:44:00.007-03:002024-02-21T15:44:57.091-03:00Não, não gosto de certo e errado.<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3HsJE4sllqCKf9WuSlmvt_5TxDIPQ6IyBnoyPrECQkLKX5DyKVN-7HLhhWqwuhp3grrJF7omGWWwSvA4VxBvvXJ6sYIqzwDhLKhrUTFOsHtg9iGu_J7KI0LnO43iwqb81Z9GTqaaKWWwutkIprKPhaKWgfz0Yj0BniQ9OjVb9A_3LpwpFfulibA5PpM/s1280/N%C3%A3o,%20n%C3%A3o%20gosto%20de%20certo%20e%20errado..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3HsJE4sllqCKf9WuSlmvt_5TxDIPQ6IyBnoyPrECQkLKX5DyKVN-7HLhhWqwuhp3grrJF7omGWWwSvA4VxBvvXJ6sYIqzwDhLKhrUTFOsHtg9iGu_J7KI0LnO43iwqb81Z9GTqaaKWWwutkIprKPhaKWgfz0Yj0BniQ9OjVb9A_3LpwpFfulibA5PpM/w640-h360/N%C3%A3o,%20n%C3%A3o%20gosto%20de%20certo%20e%20errado..jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">Não, não
gosto de certo e errado.<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não, não gosto de certo e errado.
A vida não pode ser analisada de forma tão taxativa. Mas, é justamente com base
em dicotomias como essa que a Direita e seus matizes, mais ou menos radicais e
extremistas, por exemplo, tentam enquadrar o mundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Pela ótica da sua perspectiva,
desconsiderando as reflexões cabíveis aos cenários, às conjunturas, em questão.
O que significa que todo aquele que pensa diferente está automaticamente enquadrado
no campo do erro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ora, a forma com que o indivíduo percebe,
entende, sente, os fatos e acontecimentos da vida, é totalmente particular. A não
ser quando ele (a) próprio (a) se permite influenciar pelo outro, passando a se
impor o cabresto de um efeito manada, tão comum na contemporaneidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aí ele (a) entra em umas de
seguir roteiros, scripts, manuais, protocolos, sem ao menos se dar conta de
onde tudo lhe conduzirá. E olhando para esse movimento, sinto um imenso pesar diante
de constrangimentos e vergonhas, que muitos se submetem, por aí, só para satisfazer
a esse pseudopertencimento social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Pois é, deixam-se levar pelas
artimanhas da pós-verdade, só para não destoar, não desalinhar, ao <i>modus
vivendi</i> de uma determinada bolha contemporânea. Assim, se esquecem de olhar
além de si mesmos, de ver o que acontece, de fato, no mundo real. De exercerem
a sua própria existência. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Afinal, manter-se onde está é
muito mais cômodo! Ter quem pense, analise e reflita, por você, reduz
imensamente o trabalho intelectual humano. Basta escolher o nicho que pretende
se instalar e, logo, você estará condicionado ao processo alienante que decidiu
fazer parte. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Bom, mas tanta facilidade tem um
preço! Limitar a sua capacidade cognitiva e intelectual a um único viés, o
tornará um colaborador fiel e ativo de ideias, as quais, muitas vezes, você não
entende ou, simplesmente, discorda. Aí você permanece onde está para não ser
banido, invisibilizado ou cancelado. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Por mais que as armadilhas do
mundo contemporâneo tentem aprisionar as pessoas nesse regime de modulação, de
alienação mental, ética e moral, sempre chega o momento em que elas não podem
mais caber nessa estrutura. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O que me faz pensar sobre a
correlação desse processo com o aumento dos casos de suicídio no mundo. Aliás,
vale a leitura do artigo <b>Por que a taxa de suicídios disparou nos EUA para
maior nível em 83 anos</b> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/N%C3%A3o,%20n%C3%A3o%20gosto%20de%20certo%20e%20errado..docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>,
publicado no site da BBC News Brasil, hoje. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Lamentavelmente, a opressão
exercida sob diferentes formas, conteúdos e intensidades, dentro da estrutura
social, está cada vez mais insuportável para o ser humano. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Afinal de contas, nenhum efeito manada
produzido é capaz de alterar a identidade do indivíduo na sua plenitude. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E são essas arestas, que resistem
ao processo, a fazer com que, de uma hora para outra, manifestem o seu desajuste,
a sua insubordinação, o seu inconformismo, e levem os indivíduos a comportamentos
intempestivos e/ou deletérios. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vejam o quanto isso é perverso e
cruel. A humanidade é induzida por diferentes agentes sociais a se render às
pressões de ajustamento aos roteiros, scripts, manuais e protocolos, a fim de
serem aceitas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Então, elas se submetem a esse
processo, depositando todas as esperanças e expectativas de que, de fato, irão
conseguir. No entanto, com o passar do tempo, elas vão padecendo de tantas
decepções, frustrações, decorrentes da incompatibilidade entre a sua natureza
identitária – crenças, valores, princípios, convicções – e as imposições
sociais, que elas se rebelam. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E essa desobediência, ou insurgência,
pode se manifestar de maneira imprevisível. Mas, a síntese desse processo é sempre
uma expressão de adoecimento físico, psicológico e emocional. O que torna essa,
uma questão seríssima a ser discutida mundialmente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nesse sentido, é fundamental
observar como tem se tornado, mais e mais comum, a utilização da palavra resiliência,
como uma qualidade a ser buscada integralmente pelo indivíduo contemporâneo. Mas,
sejamos honestos, diante da realidade atual, quem consegue constantemente se
adaptar às situações difíceis, às fontes infinitas de estresse? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Cada ser humano tem seu próprio
limite. Por mais que se queira flexibilizá-lo, remodelá-lo, a exaustão
persistente e recorrente faz minar a sua vitalidade. Faz as pessoas adoecerem. Sobretudo,
porque elas percebem que todos os seus esforços empenhados não traduzem as
respostas almejadas. É como se a sua resiliência se transformasse em nadar,
nadar, e morrer na praia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A verdade é que a
contemporaneidade pira a cabeça de qualquer um! Ela ordena que você seja flexível,
adaptável, mutável, ... desde que não esbarre ou ultrapasse os limites
predeterminados em todos os seus roteiros, scripts, manuais, protocolos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Que você seja você; mas, não
tanto, não muito. Que você esteja mais atento (a) às mídias sociais do que, necessariamente,
à sua construção e produção de conhecimento. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que você ... No fundo, ela quer que você se
transforme em um robô adestrado, que respira e vai ao banheiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E se você não consegue seguir
tudo isso à risca, você é alçado de imediato à perspectiva de certo e errado,
que uns e outros decidiram impor. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Essa é
a dinâmica dessa espiral de loucura, desse labirinto insano, em que mais de 8
bilhões de seres humanos participam. Alguns voluntariamente. Outros inadvertidamente.
Mas, pouco importa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Chegamos, então, ao temido ponto
de inflexão, ou seja, <i>“O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que
nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”</i> (Jean-Paul Sartre). O
que em linhas gerais, no contexto dessa breve reflexão, significa assumir as rédeas
do próprio protagonismo, de pensar com a própria cabeça, de libertar-se das
amarras do certo e do errado, de defender, com unhas e dentes, a dignidade identitária.
<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/N%C3%A3o,%20n%C3%A3o%20gosto%20de%20certo%20e%20errado..docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0jvykd2e85o">https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0jvykd2e85o</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-74250603368329366542024-02-20T18:31:00.010-03:002024-02-20T18:48:51.829-03:00Dizia Luigi Pirandello, “Assim é, se lhe parece”. Será mesmo?!<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdCsr1_o9VfuuLkjlF-9vxN3FMr-GdHtzNUEFJzvxS0vt37qIrO86qYGeNlYwMXDskal7jYZVLtwg9Ic25l4LBHQSPxUxKpPhY20ooHHdLHB78WvpDUJfc3GAlOwCekMBxGqaqy327cUxIY5zsN_sWmlZaVzXU2t_p0Tq7ZzK1dp_TBiCJd9g6KU5jNEQ/s1280/Dizia%20Luigi%20Pirandello,%20%E2%80%9CAssim%20%C3%A9,%20se%20lhe%20parece%E2%80%9D.%20Ser%C3%A1%20mesmo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdCsr1_o9VfuuLkjlF-9vxN3FMr-GdHtzNUEFJzvxS0vt37qIrO86qYGeNlYwMXDskal7jYZVLtwg9Ic25l4LBHQSPxUxKpPhY20ooHHdLHB78WvpDUJfc3GAlOwCekMBxGqaqy327cUxIY5zsN_sWmlZaVzXU2t_p0Tq7ZzK1dp_TBiCJd9g6KU5jNEQ/w640-h360/Dizia%20Luigi%20Pirandello,%20%E2%80%9CAssim%20%C3%A9,%20se%20lhe%20parece%E2%80%9D.%20Ser%C3%A1%20mesmo.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20pt; line-height: 107%;">Dizia
Luigi Pirandello, “Assim é, se lhe parece”. Será mesmo?!<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Não surpreende que a direita e
seus matizes, mais ou menos radicais, estejam tentando, oportunisticamente,
surfar na onda da tensão que se estabeleceu entre o governo brasileiro e de
Israel. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Por lá, o estabelecimento de uma
tensão internacional com o Brasil possibilita a construção de narrativas que poderiam
colaborar para minimizar o seu isolamento, face as práxis ofensivas empregadas
contra os palestinos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Por aqui, o estabelecimento da
tensão internacional com Israel possibilita a construção de narrativas com o
intuito de desviar as atenções sobre as recentes investigações da Polícia
Federal (PF) e os depoimentos que estão previstos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Além disso, nem é preciso lembrar
a recente relação amistosa que se estabeleceu entre o atual governo de Israel
com membros da ultradireita nacional, nos últimos anos, inclusive no campo da
espionagem, com compras de softwares e outros equipamentos de empresas
israelenses, pelo governo brasileiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Bom, desde que mundo é mundo, as relações
sociais são, geralmente, estreitadas por afinidades. No campo geopolítico, além
dos aspectos ideológicos, as questões de comércio exterior e outras discussões
diplomáticas, são o que compõe o cenário de proximidade ou de afastamento entre
nações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Assim, parece claro que, diante
das conjunturas atuais de beligerância entre Israel e a Palestina, o governo
israelense desejasse poder contar com um governo brasileiro mais alinhado ao seu
posicionamento político-ideológico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Mas, por conta de todos os
movimentos diplomáticos brasileiros, desde o início do conflito, ainda que o Brasil
tenha deixado patenteado à sua indignação quanto ao ato terrorista cometido
pelo Hamas contra cidadãos israelenses, a busca por uma construção pacífica
dialógica entre as partes e de um cessar-fogo imediato para conter a carnificina
contra civis palestinos, a maioria mulheres e crianças, têm sido intensos e
constantes. O que vai na contramão das expectativas do governo israelense. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Vamos e convenhamos que as
páginas da história mundial estão repletas de figuras nefastas, abjetas,
infames, cujas práxis genocidas depreciam totalmente a condição civilizada do
ser humano. E cada vez que elas emergem no horizonte há sempre a esperança de
que o aprendizado oriundo da dor, do sofrimento, da miséria humana, seja capaz
de impedir um novo episódio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Aliás, a grande escritora Mary
Shelley, ainda no século XIX, escreveu: <i>“se todo homem estabelecesse um
limite entre seus misteres e sua vida afetiva, a Grécia não teria sido
escravizada, César teria poupado sua pátria, a América teria sido colonizada
sem maiores conflitos, e os impérios dos astecas e dos incas não teriam sido
aniquilados”</i> (SHELLEY, p.54)<a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Dizia%20Luigi%20Pirandello,%20%E2%80%9CAssim%20%C3%A9,%20se%20lhe%20parece%E2%80%9D.%20Ser%C3%A1%20mesmo.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Por isso, é estranho que diante da
desumanidade que retrata a guerra, estejam uns e outros voltados para se encher
de uma cólera indignada diante de palavras, que podem ser substituídas por
outras, ao invés de se ater aos fatos concretos traduzidos na visão do morticínio
de seres humanos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">E a paz? Onde fica a luta pela
paz? A luta pela preservação da espécie humana? É constrangedor pensar como o
oportunismo de ocasião consegue o feito de flexibilizar crenças, valores e princípios
humanos. Vidas são vidas. Não dá para relativizar. Não dá para aceitar que entre
seres humanos existam aqueles que importam e os que não importam. Portanto, uma
guerra é sempre o símbolo maior do fracasso civilizatório. E isso é tão
impactante que não há palavras para mitigar os efeitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Quando se vê um campo de
refugiados, ou crianças vagando solitárias entre os escombros, ou corpos espalhados
pelas vias públicas, ou mães tomadas pela perplexidade da dor, ... ninguém se
preocupa em saber qual a identidade nacional daqueles seres humanos. Ninguém se
preocupa em saber se é aqui, ali ou acolá. Simplesmente, se é tomado pela
indignação, pela incompreensão, pela empatia fraterna, pela dor e tudo mais a compor
o senso humanitário do <i>Homo sapiens</i>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Há uma citação do Professor Milton
Santos que diz, <i>“A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos,
quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une”.</i> Antes
de quaisquer diferenças, somos humanos. É isso o que deveria nos unir, a nossa
condição humana! Mortais. Falíveis. Incompletos. Imperfeitos. Limitados. Enfim...
Gente, de carne e osso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Se verdadeiramente olharmos para
o mundo, com olhos de ver, perceberemos o quão cheio de cicatrizes existem na
sua pele. Marcas adquiridas ao longo da sua jornada existencial, na medida em
que se permitiu repetir os erros, as deformidades, as arbitrariedades, os
delírios, os narcisismos, de geração em geração. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Infelizmente, não domesticamos o
selvagem que nos habita. Em essência, não diferimos dos que habitavam as cavernas.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Somos brutos, bárbaros, irracionais,
incivilizados. Não temos apreço pela vida do outro e, nem tampouco, pela nossa.
Somos arrogantes, prepotentes, vaidosos, tiranos, egocêntricos. Como se o rodopiar
do mundo dependesse da nossa própria vontade, do nosso querer. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Como escreveu Renato Russo, <i>“Ainda
que eu falasse a língua dos homens / E falasse a língua dos anjos / Sem amor eu
nada seria [...]”</i><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Dizia%20Luigi%20Pirandello,%20%E2%80%9CAssim%20%C3%A9,%20se%20lhe%20parece%E2%80%9D.%20Ser%C3%A1%20mesmo.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference">2</span></a>. Aproveitemos,
então, a oportunidade que o momento nos traz para desenvolver uma reflexão lúcida
e isenta, sob o viés dos (des) caminhos da realidade contemporânea. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Dizia%20Luigi%20Pirandello,%20%E2%80%9CAssim%20%C3%A9,%20se%20lhe%20parece%E2%80%9D.%20Ser%C3%A1%20mesmo.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> SHELLEY, M.
[1817]. Frankenstein: or The Modern Prometheus. Tradução de Pietro Nassetti.
Disponível em: http://lelivros.love/book/frankestein-mary-shelley/. Acesso em:
1º jul. 2019. <o:p></o:p></p>
</div>
</div>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/Dizia%20Luigi%20Pirandello,%20%E2%80%9CAssim%20%C3%A9,%20se%20lhe%20parece%E2%80%9D.%20Ser%C3%A1%20mesmo.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference">2</span></a> Monte
Castelo (1989) – Renato Russo / <a href="https://www.youtube.com/watch?v=YMQ4YFz7iL0">https://www.youtube.com/watch?v=YMQ4YFz7iL0</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-89580153442411494272024-02-20T14:11:00.004-03:002024-02-20T14:11:37.919-03:00Utilidade Pública - CAMPANHA FEVEREIRO ROXO E LARANJA<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM16Zt2D_gh2hXxENxi7OMdZZOzBw-3xhmJqyNNGIPPZO6xzm1DQxhgwmtGP3KdgVEG19rpAb9MdS7AKy9W5irDBnwOYO_eBzCJKpEcGayxYwV-bpSiwMX34e6oM0HUZxeO-dzy0AQJiHyO01V6OEs4FMH2CR7qKFYuzlSnS0PB7UUSd_VJWlTnbfR-G0/s1024/3-1024x675.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1024" height="422" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM16Zt2D_gh2hXxENxi7OMdZZOzBw-3xhmJqyNNGIPPZO6xzm1DQxhgwmtGP3KdgVEG19rpAb9MdS7AKy9W5irDBnwOYO_eBzCJKpEcGayxYwV-bpSiwMX34e6oM0HUZxeO-dzy0AQJiHyO01V6OEs4FMH2CR7qKFYuzlSnS0PB7UUSd_VJWlTnbfR-G0/w640-h422/3-1024x675.png" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 28.0pt; line-height: 107%;">Saiba mais em <a href="https://www.gov.br/cetene/pt-br/assuntos/noticias/campanha-fevereiro-roxo-e-laranja">https://www.gov.br/cetene/pt-br/assuntos/noticias/campanha-fevereiro-roxo-e-laranja</a>
<o:p></o:p></span></p></div><br />alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-29695950023208163742024-02-19T18:51:00.006-03:002024-02-19T18:51:44.412-03:00A arte da palavra <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBz_jWjGjifdroqMOd5Tgf9b2BnULwDEHbutWSdiE_Z2oR3rFQgCQZrhuvQ467QzskoOPXt08NUOI_vavC3K0WG2SabuKFeWk1J0kDNqrVD8lowmDlWoXuMmMM6dg_USRbF9SNs9A148Wr7vhVrH6w_JpxbosL-MVxY-hX4IG3hgM_nEVOasjdjxO94Sw/s1280/A%20arte%20da%20palavra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBz_jWjGjifdroqMOd5Tgf9b2BnULwDEHbutWSdiE_Z2oR3rFQgCQZrhuvQ467QzskoOPXt08NUOI_vavC3K0WG2SabuKFeWk1J0kDNqrVD8lowmDlWoXuMmMM6dg_USRbF9SNs9A148Wr7vhVrH6w_JpxbosL-MVxY-hX4IG3hgM_nEVOasjdjxO94Sw/w640-h360/A%20arte%20da%20palavra.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">A arte da
palavra<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por Alessandra
Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não se trata de estabelecer juízo
de valor entre certo ou errado; mas, penso que a análise reflexiva precise
transitar por um outro caminho. Afinal, nervos à flor da pele nunca foram bons
conselheiros em nenhuma situação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Com tanta gente pisando em ovos
para falar sobre a guerra que se estabeleceu após o ato do grupo extremista
Hamas contra Israel, em outubro de 2023, já se tem uma franca percepção de quem
pode e quem não pode falar a respeito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, não sei se todo o mal-estar
diplomático gerado pela fala do Presidente da República brasileiro deriva
necessariamente do que foi dito <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20arte%20da%20palavra.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Considerando outros equívocos, deslizes
ou imprudências, por ele cometidos, os quais também geraram tensão no cenário
internacional, fato é que a postura pouco contida de um país em desenvolvimento
sempre incomoda o protagonismo das grandes potências globais e seus aliados de
primeira ordem. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Daí o fato de o embaixador
brasileiro em Israel ter sido submetido a uma reprimenda pelo governo de
Israel, em pleno Memorial do Holocausto, e anunciado que o Presidente da
República brasileiro era <i>persona non grata</i> naquele país <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20arte%20da%20palavra.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ora, o governo de Israel conhece
bem o histórico das relações diplomáticas estabelecidas com o Brasil. Portanto,
não há razões para uma visita ao Memorial do Holocausto senão desqualificar o governo
brasileiro quanto ao assunto. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">De modo que a indignação de Israel
buscou depreciar o governo brasileiro, tomando medidas que excederam as práxis diplomáticas
comuns a uma situação como a ocorrida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Embora, momentaneamente isolado, o
governo israelense desfruta de apoio das grandes potências globais, ainda que
obrigado a aceitar críticas e objeções das mesmas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O que significa que a voz dos
grandes impérios permanece retumbando na contemporaneidade, em razão da força
do seu poder capital e bélico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Portanto, parece ser esse o ponto
determinante para estabelecer não só as opiniões; mas, sobretudo, o tom que
elas podem ser proferidas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Imagino que, diante da
participação direta de muitos desses países no contexto da 1ª e 2ª Guerra Mundial,
não haveria alguma consideração na mesma linha do Presidente da República brasileiro.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O que não significa que outros
apontamentos, não menos indigestos e desconfortáveis, deixariam de ser feitos
em relação à postura de Israel no conflito atual. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Mas, em relação a esses países, a
postura de Israel seria bem mais alinhada à cordialidade das práxis
diplomáticas. Os interesses pesam muito, nesses casos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Além disso, poderia se pensar que
a fala do Presidente da República brasileiro abre um precedente de legitimidade
discursiva a outros países menos ligados a Israel. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Afinal de contas, a própria região
do Oriente Médio convive com uma série de tensões geopolíticas importantes,
muitas delas relacionadas ao papel desempenhado pelo governo israelense. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, se a escalada de guerra
proposta por Israel persistir, o desalinhamento discursivo tenderia a se
acentuar e subir o tom com mais veemência. Mas, creio que isso seja improvável.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Seja como for, diante desse breve
exposto, parece oportuno que a busca por um protagonismo discursivo
internacional, por parte do governo brasileiro, esteja atento aos ruídos desnecessários.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O Brasil pode e deve sempre se
manifestar. Tem milhares de razões para defender esse lugar de
representatividade. Mas, como toda linguagem que se preze, a diplomacia merece
ajustes e escolhas melhor definidas, precisas, para não se deixar arranhar e
comprometer seus objetivos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Afinal de contas, o silenciamento,
seja ele de que natureza for, proposto por quem quer que seja, é sempre um
fracasso para a Democracia, para a diplomacia, para a cidadania. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É na prática das linguagens, dos
discursos, que as ideias e as intenções se (des) constroem, se (re) significam,
se lapidam. Porque silenciar é impedir qualquer fluxo de diálogo! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, finalizo com essa reflexão
maravilhosa, que diz: <i>“Podemos maquiar algumas respostas ou podemos
silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos
dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos
cutucava: suas ideias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é
apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se
revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras” (Martha Medeiros). </i></span><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt;"> </span><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20arte%20da%20palavra.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> <a href="https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/02/6804763-israel-reage-a-fala-de-lula-que-compara-mortes-em-gaza-ao-holocausto.html">https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/02/6804763-israel-reage-a-fala-de-lula-que-compara-mortes-em-gaza-ao-holocausto.html</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20arte%20da%20palavra.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/02/19/apos-fala-de-lula-israel-muda-protocolo-e-decide-fazer-reuniao-com-embaixador-brasileiro-no-museu-do-holocausto.ghtml">https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/02/19/apos-fala-de-lula-israel-muda-protocolo-e-decide-fazer-reuniao-com-embaixador-brasileiro-no-museu-do-holocausto.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoFootnoteText"><a href="https://www.infomoney.com.br/politica/itamaraty-chama-de-volta-enviado-em-israel-e-convoca-embaixador-israelense-para-dar-explicacoes/">https://www.infomoney.com.br/politica/itamaraty-chama-de-volta-enviado-em-israel-e-convoca-embaixador-israelense-para-dar-explicacoes/</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-86222656400052690552024-02-19T12:29:00.001-03:002024-02-19T12:29:03.682-03:00A efemeridade humana <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjhlXlv3N2G-5KB7yHUmAWrN2tKQIgNaXQsvkoKIQruHtc7Wv4B1xpXoFy8gLLhLLr_IWyDYsLiZKbPbem06-MfADJAmrMURssdXOFro5cdGhSvMJuWukIBkH-siJJU5kK_NAJrdc188TlaVlHoajZcgtaMZilQO2ko3HV65SkrdtuM4A60UTXsDGefg8/s1280/A%20efemeridade%20humana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjhlXlv3N2G-5KB7yHUmAWrN2tKQIgNaXQsvkoKIQruHtc7Wv4B1xpXoFy8gLLhLLr_IWyDYsLiZKbPbem06-MfADJAmrMURssdXOFro5cdGhSvMJuWukIBkH-siJJU5kK_NAJrdc188TlaVlHoajZcgtaMZilQO2ko3HV65SkrdtuM4A60UTXsDGefg8/w640-h360/A%20efemeridade%20humana.jpg" width="640" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;">A
efemeridade humana<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por
Alessandra Leles Rocha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nenhuma guerra faz sentido. Nem
as cotidianas. Nem as globais. Simplesmente, porque a vida humana é efêmera. Não
somos, apenas estamos. De repente, nossa existência chega ao fim. Num piscar de
olhos. Num suspiro. Num olhar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">É por isso, que precisamos ter
certeza do quanto vale a pena a investida de nossos esforços diários. O porquê
de fazermos isso ou aquilo é fundamental; sobretudo, para não desperdiçarmos
tempo e energia desnecessários. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Lamento, mas nenhuma guerra
garante a imortalidade, a eternidade, a invencibilidade ou a supremacia. Quaisquer
diferenças que o ser humano tente apontar resumem-se a um único fato, a morte. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Todos morrem. Cedo ou tarde. De morte
morrida. De morte matada. Como tão bem cantou Caetano Veloso, <i>“Estou aqui de
passagem / Sei que adiante, um dia vou morrer / De susto, de bala ou vício
[...]”</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20efemeridade%20humana.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Então, quando se começa a criar arestas,
picuinhas, rivalidades, disputas, que não levam nada a lugar algum, porque são
desprovidas de qualquer racionalidade, civilidade e dialogia, torna-se
necessário questionar até onde vai o instinto de sobrevivência humano. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Curioso, que ninguém se preocupe
em pensar quantos mortos a Terra já viu tombar, por conta das guerras. Não, não
é necessária a precisão numérica ou estatística para se ter a dimensão de que
foram alguns milhões. Todos mortos sem motivo, sem razão. Afinal, nenhuma vida
ceifada pela beligerância trouxe ao mundo algo de bom. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Quando penso nisso, me recordo de
uma citação de Umberto Eco, em <b>O Nome da Rosa</b> (1980), <i>“Teme, Adso, os
profetas e os que estão dispostos a morrer pela verdade, pois de hábito levam à
morte muitíssimos consigo, frequentemente antes de si, às vezes em seu lugar”.</i>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E não é exatamente isso o que
acontece em uma guerra? Uma junta de pessoas decide que milhares sejam
colocados na esteira do matar e do morrer, enquanto observam à distância os
rumos da carnificina. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, muitos morrem convencidos
pela persuasão tirânica, que não lhes permite escolha. Alguns são convencidos por
algum tipo de doutrinação ideológica. E há os que representam apenas os efeitos
colaterais das investidas brutais, que morrem à revelia de qualquer razão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O pior é perceber que todos, sem
distinção, são enredados por uma estupidez mórbida, totalmente, insana. Sim,
porque a humanidade já fez guerras em nome de Deus, em nome de territórios, em
nome de disputas egóicas, em nome de recursos naturais, em nome da escravização
de indivíduos, ou seja, de quaisquer motivos que lhe pareçam oportunos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">No entanto, nenhuma delas fez do
planeta um lugar melhor e mais acolhedor para se viver. Os seres humanos
continuam existindo sob os signos da desigualdade, do desamparo, da violência,
da indignidade, enquanto assistem bilhões de dólares nutrindo os veios da belicosidade
global. Porque toda guerra demanda recursos financeiros expressivos para se
manter. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aliás, esse é um ponto
importante. As guerras não acabam por decisão dos envolvidos. Elas arrefecem quando
a capacidade capital deles sucumbe. Mas, até que isso aconteça, bilhões são metaforicamente
enterrados nos campos de guerra, a luz dos olhos da desesperança, do
sofrimento, da incompreensão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Algo que, de certa forma, traz
uma das razões pelas quais o mundo balança constantemente na corda bamba das
crises econômicas. Afinal, as máquinas de guerra têm um apetite voraz de
recursos e precisam ser nutridas a despeito das necessidades humanas. Assim, a
engenharia da guerra mantém suas engrenagens funcionando a pleno vapor! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Por isso, alternam-se gerações e
o mundo continua reafirmando seus desvirtuados padrões. Mortos e nascidos têm
seu registro marcado pelo mesmo réquiem, sem que ninguém ouse questionar o porquê
ou até quando. Como se as guerras tivessem sido sumariamente incorporadas ao
cotidiano da vida, ganhando ares de total banalização ou normalização.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Aí me permito questionar, será
que só as democracias estão morrendo nesse processo? Penso que não. Na verdade,
é a humanidade que está morrendo. Todos são inimigos entre si. Tudo pode ser estereotipado
como ameaça para justificar a barbárie. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A beligerância está discursivamente
legitimada pela força do poder capital, o qual se fortalece cada vez mais pela
espoliação das massas populares que sustentam o topo da pirâmide social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Como essas pessoas estão demasiadamente
oprimidas pela necessidade da sua própria sobrevivência, elas não percebem, ou
não entendem, que estão colaborando diretamente para fomentar a indústria da
guerra. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Seus suores e lágrimas diários irrigam,
portanto, a capacidade de guerrear do topo da pirâmide social. Esse é o lado do
avesso da sociedade de consumo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Enriquecer cada vez mais uma ínfima
minoria da humanidade, permitindo que ela se divirta das maneiras mais abjetas
e repugnantes. Algo que a ética e a moral, jamais, poderiam permitir. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">E esse contexto diz muito, porque
ele está predominantemente impregnado na ideologia ultradireitista, a qual
tenta se reafirmar novamente na história. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A ultradireita foi, é, e sempre
será, uma força beligerante. Um rolo compressor que passa, com suas crenças,
valores, princípios e convicções, por cima de qualquer um que se coloque no seu
caminho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não é à toa que <i>“Alguém já
disse que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas: quem não tem
princípios morais costuma se enrolar em uma bandeira, e os bastardos sempre se
reportam à pureza da sua raça. A identidade nacional é o último recurso dos
deserdados. Muito bem, o senso de identidade se baseia no ódio, no ódio por
quem não é idêntico”</i> (Umberto Eco – O Cemitério de Praga, 2010). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Pois é, questões como o
ultraconservadorismo, o autoritarismo, o ultranacionalismo e o anticomunismo são
o combustível para os discursos extremistas e para exacerbação do espírito
odioso, presente na contemporaneidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Assim, os ódios que se
estabelecem retroalimentam as guerras, tendo em vista que, os outros, os
diferentes, estarão sempre no rol das ameaças e da necessidade de serem
combatidos, subjugados, aniquilados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Desse modo, quando eu trago essas
reflexões, é impossível não pensar na seguinte citação de Osho, <i>“A questão
não é se existe vida depois da morte. A questão é se você viveu antes da morte”.</i>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Olhando para um planeta que se
transformou, literalmente, em uma praça de guerras físicas e ideológicas, não
posso pensar outra coisa senão de que a maioria das pessoas estão morrendo sem
viver. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Segundo a canção de Ozzy
Osbourne, <i>“[...] E aqui estamos ainda lutando por nossas vidas / Assistindo
a história se repetir, dia após dia [...]”</i> <a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20efemeridade%20humana.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a>.
Simplesmente, porque sem saber o que é uma prioridade existencial ou o que são
valores humanos, ninguém vive de fato. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Comic Sans MS"; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A vida, em si, não se traduz pelo
ciclo trabalhar / produzir / consumir. O viver pede ser e não, apenas, ter. O
viver pede amor, empatia, compaixão, desapego, altruísmo, solidariedade, ...
Pede uma existência coletiva, fraterna. Que saiba respeitar as diferenças, na
medida em que constrói pontes de afinidades em prol do bem comum. <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20efemeridade%20humana.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">1</span></a> Soy loco
por ti, America (1968) - <a href="https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/76612/">https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/76612/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Usuario/Documents/2023/CR%C3%94NICAS%202024/A%20efemeridade%20humana.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">2</span></a> Dreamer
(Ozzy Osbourne) - <a href="https://www.youtube.com/watch?v=LCCiwPEdEpg">https://www.youtube.com/watch?v=LCCiwPEdEpg</a> </p></div></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1743635598336644361.post-37508199161788417812024-02-16T17:00:00.004-03:002024-02-16T17:00:36.779-03:00Informação de Saúde Pública <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY20gGv_sE8Iwv8HlzHpu5_m0RJt_29qtGjTAoPnhVSDAk4ek2lKwfqBBfe5KxC5hY9jf86Maolg2OPasBwzFFNUkpdnqhf0w00gHc4s273UIGVcXDp6mzypX-IZk2CQPJ-gabIVasjBc9sGO-27uN_mQ63lGWAWVlHtVlCvPb2hR376D1Mhnx70W3WXo/s1344/Esporotricose.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1344" data-original-width="1008" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY20gGv_sE8Iwv8HlzHpu5_m0RJt_29qtGjTAoPnhVSDAk4ek2lKwfqBBfe5KxC5hY9jf86Maolg2OPasBwzFFNUkpdnqhf0w00gHc4s273UIGVcXDp6mzypX-IZk2CQPJ-gabIVasjBc9sGO-27uN_mQ63lGWAWVlHtVlCvPb2hR376D1Mhnx70W3WXo/w480-h640/Esporotricose.jpg" width="480" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><b>Assista a matéria abaixo:</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=CxTEVK5jqIA&t=14s"><span style="font-size: medium;"><b>https://www.youtube.com/watch?v=CxTEVK5jqIA&t=14s</b></span></a> </span></p></div>alrocha-antenacultural.blogspot.comhttp://www.blogger.com/profile/04453630062445636206noreply@blogger.com0