terça-feira, 12 de abril de 2016

Economia de América Latina e Caribe terá recuo de 0,6% em 2016, prevê CEPAL



No ano passado, atividade econômica da região teve contração de 0,5%. Segundo a organização, cenário global permanece difícil, com crescimento ainda fraco dos países desenvolvidos, desaceleração dos emergentes e baixos preços das matérias-primas.

A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) revisou para baixo as projeções de crescimento da atividade econômica da região, e disse esperar uma contração média de 0,6% na América Latina e no Caribe em 2016, segundo informou na sexta-feira (8) o órgão das Nações Unidas.

Com essa nova estimativa, a contração do Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2015 (-0,5%) se prolongará este ano.

Para o Brasil, a previsão é de retração de 3,5%. O país terá o segundo pior desempenho na região, depois da Venezuela, com queda de 6,9%, de acordo com as previsões. Por outro lado, países que terão crescimento incluem México (2,3%), Colômbia (2,9%), Peru (3,8%).

As novas projeções dão conta de um cenário global difícil no qual se mantém o baixo crescimento dos países desenvolvidos, uma importante desaceleração nas economias emergentes, particularmente na China, uma crescente volatilidade e custos nos mercados financeiros, e baixos preços das matérias-primas, particularmente hidrocarbonetos e minerais.

Além disso, há maior fragilidade na demanda interna dos países da região, nos quais a queda do investimento doméstico está sendo acompanhada por uma desaceleração do consumo.

Assim como em 2015, este ano a dinâmica do crescimento mostra marcadas diferenças entre países e sub-regiões, indicou a CEPAL. As economias da América do Sul, especializadas na produção de bens primários, em especial petróleo e minerais, e com crescente grau de integração comercial com a China, terão uma contração de 1,9%.

No entanto, para as economias da América Central, a expectativa é de uma taxa de crescimento de 3,9%, cifra inferior à registrada em 2015 (4,3%). No caso de América Central e México, as projeções para 2016 são de crescimento de 2,6%, abaixo dos 2,9% registrados em 2015. Para o Caribe de língua inglesa ou holandesa, estima-se um avanço em torno de 0,9% em 2016.

Esse novo cenário para as economias do norte da América Latina e do Caribe reflete uma recuperação menor que a antecipada nos Estados Unidos e dá conta dos efeitos de ajustes nas políticas fiscais que foram adotados em algumas economias dessa sub-região, afirmou o órgão.

Segundo a CEPAL, reverter a atual fase de desaceleração e dinamizar o crescimento na atual conjuntura impõe uma série de desafios para as economias da região. De um lado, é essencial dinamizar o investimento e incrementar a produtividade para retomar o caminho do crescimento sustentado e sustentável no longo prazo.

Além disso, devem ser feitos esforços para proteger os avanços sociais obtidos nos últimos anos e impedir retrocessos diante do cenário de menor crescimento econômico. Nesse contexto, o órgão afirmou que são necessárias políticas que sustentem o investimento social e produtivo em meio a ajustes fiscais inteligentes.

De acordo com a CEPAL, é necessário buscar a sustentabilidade das finanças públicas da região, com políticas que levem em conta tanto o impacto sobre a capacidade de crescimento no longo prazo, como sobre as condições sociais dos habitantes da região.
Fonte: https://nacoesunidas.org/economia-de-america-latina-e-caribe-tera-recuo-de-06-em-2016-preve-cepal/


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