quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Três agências da ONU pedem ação internacional para impedir repetição da crise de alimentos


Uma ação internacional coordenada é urgentemente necessária para evitar que os preços dos alimentos prejudiquem dezenas de milhões de pessoas ao longo dos próximos meses, disseram hoje (4) os chefes de três agências das Nações Unidas em um comunicado conjunto.
“A situação atual nos mercados de alimentos do mundo, caracterizada por fortes aumentos dos preços do trigo, milho e soja, tem levantado temores de uma repetição da crise alimentar mundial 2007-2008. Mas uma rápida, coordenada ação internacional pode impedir que isso aconteça, “afirmaram no comunicado o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, a Diretora Executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Ertharin Cousin, e o Presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Kanayo F. Nwanze.
Os representantes da ONU destacaram que, para evitar uma crise de alimentos, é necessário abordar tanto as questões imediatas quanto as de longo prazo. No curto prazo, eles afirmaram que deve haver uma resposta coordenada pelos produtores de alimentos para lidar com picos de preços dos alimentos, e uma melhoria na transparência dos mercados globais.
“Os países devem evitar aquisições desencadeadas pelo pânico e se abster de impor restrições à exportação que, embora temporariamente ajudem alguns consumidores em casa, geralmente são ineficientes e tornam a vida difícil para todos os outros”, afirmou o trio. “Acima de tudo, no entanto, devemos entender que os preços elevados dos alimentos são um sintoma e não a doença. Assim, enquanto a comunidade internacional age rapidamente para evitar aumentos excessivos de preços, também deve passar a agir sobre as causas por trás de tais surtos”.
No longo prazo, a recomendação é que as políticas devem se concentrar em questões como o aumento da população global e as mudanças climáticas, o que tem levado o número de secas e inundações em muitos países, afetando a produção de alimentos.
No comunicado, eles também destacaram o papel que os pequenos agricultores desempenham para garantir a segurança alimentar e pediram aos países para apoiar a agricultura familiar e fornecer aos cidadãos sistemas de proteção social para assegurar que populações vulneráveis tenham o suficiente para comer.