Uma ação internacional
coordenada é urgentemente necessária para evitar que os preços dos
alimentos prejudiquem dezenas de milhões de pessoas ao
longo dos próximos meses, disseram hoje (4) os chefes de três agências das
Nações Unidas em um comunicado conjunto.
“A situação atual nos
mercados de alimentos do mundo, caracterizada por fortes aumentos dos preços do
trigo, milho e soja, tem levantado temores de uma repetição da crise alimentar
mundial 2007-2008. Mas uma rápida, coordenada ação internacional pode impedir
que isso aconteça, “afirmaram no comunicado o Diretor-Geral da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro
José Graziano da Silva, a Diretora Executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA),
Ertharin Cousin, e o Presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento
Agrícola (FIDA), Kanayo F. Nwanze.
Os representantes da ONU
destacaram que, para evitar uma crise de alimentos, é necessário abordar tanto
as questões imediatas quanto as de longo prazo. No curto prazo, eles afirmaram
que deve haver uma resposta coordenada pelos produtores de alimentos para lidar
com picos de preços dos alimentos, e uma melhoria na transparência dos mercados
globais.
“Os países devem evitar
aquisições desencadeadas pelo pânico e se abster de impor restrições à
exportação que, embora temporariamente ajudem alguns consumidores em casa,
geralmente são ineficientes e tornam a vida difícil para todos os outros”,
afirmou o trio. “Acima de tudo, no entanto, devemos entender que os preços
elevados dos alimentos são um sintoma e não a doença. Assim, enquanto a
comunidade internacional age rapidamente para evitar aumentos excessivos de
preços, também deve passar a agir sobre as causas por trás de tais surtos”.
No longo prazo, a
recomendação é que as políticas devem se concentrar em questões como o aumento
da população global e as mudanças climáticas, o que tem levado o número de
secas e inundações em muitos países, afetando a produção de alimentos.
No comunicado, eles também
destacaram o papel que os pequenos agricultores desempenham para garantir a
segurança alimentar e pediram aos países para apoiar a agricultura familiar e
fornecer aos cidadãos sistemas de proteção social para assegurar que populações
vulneráveis tenham o suficiente para comer.