Quanto mais altos os muros e grades, mais proteção,
certo? Errado!
Por Raquel Rolnik | Habitat – qua, 15 de ago
de 2012
Primeiro
grades e portões cercaram prédios e casas, e guaritas foram instaladas nos
limites entre os edifícios e as ruas. Depois, muros altos passaram a cercar não
apenas quadras inteiras, mas, às vezes, várias delas, fechando pedaços de
cidade com exclusividade para seus moradores e visitantes. O modelo —
identificado principalmente com a ideia de segurança contra a violência das
ruas — acabou se disseminando tanto que virou norma obrigatória em algumas
cidades e até em alguns programas habitacionais.
O pressuposto de que quanto
mais muros e grades são colocados, mais segurança existe alimentou, durante
mais de duas décadas, a transformação dos modos de morar. A ideia, que parece
óbvia, é a de que, ocultando o máximo possível o que se passa intramuros, evita-se
a invasão e o roubo. Entretanto, a mais nova onda de furtos e roubos, pelo
menos na cidade de São Paulo, contraria esta ideia. Já são 20 os condomínios de
luxo, muradíssimos, que sofreram arrastões apenas este ano na capital paulista.
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