quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Crônica de quarta-feira!!!


Insistência versus eficiência


Por Alessandra Leles Rocha


Há certas coisas que realmente não consigo entender e dentre elas, a insistência das pessoas. Na lista de fatos que perturbam a nossa paz cotidiana e nos causam um estresse totalmente desnecessário, lá estão os serviços de telemarketing, os panfleteiros nos sinais de trânsito, os vendedores porta a porta, e, em anos de escolha eleitoral, os pretensos candidatos.
De tantas reclamações Brasil afora, os órgãos de proteção e defesa ao consumidor já conseguiram reduzir em parte a amolação no que diz respeito à insistência pelos meios de comunicação – telefones e internet -; mas, e o restante, sobretudo os candidatos? Quem irá nos salvar?
Sim, eu vi pela televisão um especialista em Direito Eleitoral falar sobre as proibições estabelecidas para essa campanha, inclusive sobre o envio de e-mails quando o eleitor não deseja receber esse tipo de correspondência 1. Ora, mas o que fazer quando você é perturbado através do telefone, hein? Com aquela velha desculpa “sabe quem está falando” ou “você se lembra de mim”, eles surgem do nada, com ares de “velhos amigos”, e comunicam a própria candidatura e pedem o seu voto.
Foi tão difícil à conquista do voto democrático em nosso país! Só a partir do século XX a legislação concedeu o direito ao voto das mulheres, aos maiores de dezesseis anos e aos analfabetos; além de ser cumprido de maneira secreta. Bom, se é então, algo de foro pessoal e intransferível, porque essa “pressão” por parte dos candidatos em nos persuadir a escolha? Na verdade, tamanha insistência acaba por depor em desfavor deles próprios. É! Eles já não têm horário eleitoral gratuito para se apresentarem? Já não tem direito a panfletagem, carro de som e etc.?
De fato, muitos são ilustres desconhecidos; mas, sempre há quem conhecemos de vista ou são do nosso convívio mais próximo. Portanto, sobre esses já temos um pensamento formado sobre suas plataformas e intenções. Por isso mesmo, as campanhas acontecem em torno de três meses antes da eleição, para que o eleitor tenha tempo para estabelecer uma escolha consciente. Além disso, somos um enquanto eles são centenas e o voto só pode ser dado a um candidato específico para determinado cargo.
Mas, como parecem se esquecer desses pormenores, eles continuam a apelar para a insistência! E de tanto insistir, se tornam chatos, cansativos, deselegantes e terminam dessa forma por nos ampliar a lista de escolhas. É! Também nos é permitido pela lei votar em branco (digitar a opção votar em branco) ou anular o voto (digitar na urna eletrônica um número que não está cadastrado).
É imprescindível lembrar que: vender, ainda que seja a própria imagem, requer arte, habilidade, conhecimento; afinal, o público é sempre vasto e diversificado. Em tempos de pressa, de caos, não observar cuidadosamente as pessoas antes de abordá-las pode ser decisivo para o insucesso nas conquistas; afinal, as percepções do mundo estão conectadas a velocidade da luz e aptas a escolher o que realmente lhes interessa e o que é melhor simplesmente deixar de lado.