O relatório “Promover a segurança e a saúde em uma
economia verde”, divulgado na quarta-feira (25/04) pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT),
sustenta que, embora a “ecologização da economia não garanta automaticamente
trabalhos decentes, seguros e saudáveis”, ela oferece uma oportunidade de
aumentar a saúde e a segurança no emprego. Mas aproveitar o momento é preciso
identificar os riscos profissionais já na fase de concepção dos projetos, recomenda
o relatório.
A OIT acrescenta que o conceito de empregos verdes
se refere a trabalhos que protejam a biodiversidade. Assim como atividades que
desempenham um papel central na “ecologização” de certos setores, desde a
mineração e a agricultura até a indústria e os serviços, como por exemplo, o
setor de transportes. Segundo a OIT, isso tornaria possível reforçar e expandir
a ideia de enfrentar vários perigos relativos à saúde, que vão desde as
substâncias químicas e os pesticidas até a eliminação progressiva do amianto, e
também contribuiria para diminuir as taxas de acidentes em setores como a
mineração, a agricultura, a silvicultura e a construção.
O relatório analisa diferentes “indústrias verdes”
a partir de uma perspectiva de segurança e saúde no trabalho (SST) e demonstra
que embora os empregos verdes melhorem o meio ambiente, revitalizem a economia
e criam oportunidades de emprego, também podem apresentar vários riscos, alguns
desconhecidos, para os trabalhadores.
Ele ainda examina outros setores, como a gestão de
desperdícios, no qual muitos trabalhadores pertencem à economia informal. Isto
com frequência significa um prejuízo à saúde dos trabalhadores e de suas
comunidades, e contamina em vez de proteger o ambiente: “Para que a coleta de
lixo se converta em trabalho decente é necessário que as pessoas que se dedicam
a esta atividade tenham a capacidade de se organizar e trabalhar em um ambiente
mais favorável. Além disso, as crianças não deveriam estar autorizadas a entrar
nos aterros de lixo”.
Para enfrentar esta situação podem ser
implementadas várias medidas básicas e de baixo custo: instalações e
equipamentos de maior qualidade; aterros melhor organizados; equipamentos de
proteção; instalações para o asseio e a higiene; e formação e medidas básicas
sobre segurança e saúde, particularmente quando se manipulam resíduos
perigosos. Todas estas medidas contribuiriam para melhorar as condições de
trabalho e a qualidade de vida das pessoas encarregadas de recolher os
desperdícios e de suas famílias.
“A transição em direção a uma economia verde supõe
o estabelecimento de normas mais estritas de proteção do meio ambiente e, ao
mesmo tempo, a integração da segurança e da saúde dos trabalhadores como uma
parte essencial desta estratégia. A ‘ecologização’ da economia constitui uma
plataforma ideal para a implementação de métodos dirigidos a proteger os
trabalhadores, o meio ambiente e as comunidades”, afirmou o Diretor do Programa
de Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente da OIT (Safework), Seiji
Machida. “Somente assim contribuiremos para obter um resultado ecologicamente
sustentável e socialmente inclusivo. Somente assim conseguiremos trabalho
seguro, saudável e decente em uma economia verde”.
Clique aqui para baixar
o relatório.
Fonte: http://www.onu.org.br/oit-lanca-guia-para-promover-empregos-seguros-e-saudaveis-na-economia-verde/