Coordenado por Alice-Maria, editado por Theresa Walcacer e escrito por Wilson Aguiar, o Globinho foi o primeiro telejornal para crianças e jovens da televisão brasileira, noticiando fatos e assuntos do universo adulto utilizando uma linguagem mais acessível a crianças e adolescentes, estimulando seu envolvimento com as artes e atividades educativas em geral.
O Globinho estreou em 1972 com uma edição diária de segunda a sexta, às 11h45, tendo 15 minutos de duração. Em setembro de 1973, o programa deixou de ser exibido às sextas-feiras. Ficou no ar até fevereiro de 1974. Retornou à grade em novembro daquele mesmo ano, desta vez exibido em cinco edições diárias, de cinco minutos cada, espalhadas pela programação.
O telejornal chegou a apresentar filmes estrangeiros, com locução em off de Ronaldo Rosa. Em 1975, Berto Filho passou a ser o locutor do programa e Fernanda Marinho assumiu o cargo de editora-chefe.
Em março de 1977, o Globinho sofreu as primeiras mudanças. O esquema anterior – com diversas edições sem horários pré-determinados – dificultava a aceitação pelo público infantil. Para mudar esse quadro, o Globinho passou a ter apenas duas edições diárias, de cinco minutos, apresentadas às 11h55 e às 17h55. A primeira edição era a reprise da segunda do dia anterior, o que dava oportunidade às crianças com horário escolar diverso de assistirem ao programa.
Outra novidade foi a entrada de Paula Saldanha como apresentadora para assegurar a credibilidade do formato de telejornal. Além de comandar o programa, a jornalista produzia uma seção sobre literatura, mostrando as novidades no mercado de livros para crianças, desde as primeiras letras até a adolescência. A seção explicava a importância da leitura como elemento educativo e de lazer e informava preços e locais onde encontrar os livros.
A produção do programa era local e bastante versátil, ilustrando as notícias e reportagens com mapas e filmes educativos. A única seção fixa chamava-se "Serviço Infantil", com informações de utilidade pública. Às sextas-feiras, ia ao ar um roteiro de programação para o final de semana, com indicações de filmes, peças de teatro e opções de lazer. O Globinho também foi um dos primeiros programas da televisão brasileira a produzir matérias sobre problemas ecológicos. Uma série de reportagens sobre meio-ambiente foi exibida aos sábados sob o nome de "Globinho Repórter".
A partir de 1978, em edição nacional, Globinho voltou a ter 15 minutos de duração, dos quais cinco eram dedicados a reportagens locais. Esse novo formato abriu espaço para a apresentação de desenhos e animações, todos de grande sucesso como Barbapapa, Mio e Mao, Vermelho e Azul, A linha, Areia, Dragetto, Dr. Sinuca, Petratel, Toupeirinha e O patinho Quá-Quá.
O programa também iniciou um trabalho de renovação do seu aspecto visual – realizado pela artista plástica Patrícia Gwinner, que introduziu gradativamente mais colorido e movimento aos cenários.
Buscando estreitar os laços com o público infanto-juvenil, o Globinho promoveu eventos como uma campanha de arborização e concursos de fotografia e histórias em quadrinhos. A resposta dos telespectadores foi positiva e a audiência média do Globinho no Grande Rio aumentou. A equipe, nessa época, era dividida por estados, onde havia edições locais do programa. No Rio de Janeiro, estavam Paula Saldanha (apresentação e reportagens), Fernanda Marinho (edição), Ricardo Madeira (reportagens), Vilma Gomez, Patrícia Gwinner (arte), Irlandino Silva (montagem) e Laila Andrade (assistência de produção).