O Brasil
na mira do radicalismo desavergonhado
Por Alessandra
Leles Rocha
Caro (a) leitor (a), a regra é
clara! Basta ler o que diz o Código De Ética e Decoro Parlamentar, da Câmara
dos Deputados, em seu art. 4º, inciso I, e art. 5º, incisos I, II, III, IV e X 1; bem como, o Código de Ética e
Decoro Parlamentar, do Senado Federal, em seu art. 5º, incisos I e III 2.
O que fazem certos elementos ultrarradicalizados
da Direita brasileira, nesse momento, é reduzir a pó de traque a sua própria imagem
parlamentar. Na medida em que estão publicamente abstendo-se do seu compromisso
regimental e constitucional, junto ao eleitorado que os escolheu como representantes.
Nessas alturas do campeonato,
tudo o que eles conseguem demonstrar, com seus chiliques e esperneios, é o enorme
desprezo que nutrem pelo país e seus pouco mais de 218 milhões de habitantes. Estão
tentando a qualquer custo reafirmar a sua idolatria colonial, sabuja, servil,
que não se importa e, jamais se importou, com certos valores, tais como a soberania,
a dignidade, a democracia e o Estado de Direito.
Até parece que estão buscando
compensar, de alguma forma, o seu lamento por não terem estado presentes nos acontecimentos
do 08 de janeiro de 2023? Quando os prédios dos Poderes da República
brasileira, em Brasília/DF, foram bárbara e incivilizadamente depredados e
vandalizados, por uma turba golpista. E tal episódio incluiu o próprio prédio
do Congresso Nacional.
Ora, esses parlamentares que,
agora, exibem sem quaisquer pudores o seu radicalismo desavergonhado, na casa
legislativa da República, não só o fazem em defesa de uma anistia ampla e
irrestrita aos acusados pelos ataques do 8 de janeiro, em 2023, e o impeachment
de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), como saem em defesa do
ex-presidente brasileiro, que cumpre prisão domiciliar por quebra de medidas judiciais
cautelares, do tarifaço imposto pelos EUA e da ingerência estadunidense em
assuntos internos ao Brasil.
Vamos e convenhamos, se esses
traidores da pátria não querem trabalhar pelo país, não querem defender as
pautas de seus eleitores, devem ter seus salários e penduricalhos cortados, por
justa causa, como acontece com qualquer trabalhador que faz bagunça, confusão
ou desordem no ambiente de trabalho. Mas, não é só isso. É fundamental, também,
abrir processo no Conselho de Ética a fim de zelar pela dignidade da casa legislativa
nacional, diante das condutas que violam flagrantemente o decoro parlamentar.
Assim, prestemos bastante atenção
aos fatos. Não é por se tratar de um radicalismo desavergonhado, que ele é
menos perigoso, menos importante. Segundo José Ortega y Gasset, importante
filósofo espanhol, “Vivemos num tempo de chantagem universal, Que toma duas
formas complementares de escárnio: Há a chantagem da violência e a chantagem do
entretenimento. Uma e outra servem sempre para a mesma coisa: Manter o homem
simples longe do centro dos acontecimentos”.