sábado, 31 de outubro de 2020

SOCIEDADE X TECNOLOGIA


Atenção aos ventos da mediocridade!

 

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

 

Há tempos me preocupo com os desdobramentos oriundos da Revolução Industrial, os quais para muitos passaram a margem de uma reflexão consciente e problematizadora. A impressão que tenho a respeito desse processo é de que a sociedade “assinou um contrato sem ler as minúsculas linhas de rodapé”, ancorando-se apenas no discurso propagandista repleto de facilidades, vantagens e benefícios; mas, que nunca chegaram a se firmar verdadeiramente entre nós.

E agora que já estamos na 4ª onda dessa Revolução os efeitos ruins parecem mais acentuados e visíveis; embora, não despertem o surgimento de soluções satisfatórias a respeito. A sociedade foi enovelada pelas teias da ciência e da tecnologia, dos modismos e consumismos, de narrativas aparentemente convincentes acerca do novo e padece lentamente a carência de uma reação criticizante e transformadora.

O que de certo modo se confirma no artigo “‘Geração Digital’: por que, pela 1ª vez, filhos têm QI inferior ao dos pais”, publicado ontem pelo site da BBC News/Brasil 1. Contrariando as expectativas em torno das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como instrumentos de aprimoramento cognitivo e intelectual da humanidade, os resultados começam a desapontar. Os nativos digitais não tendem a ser tudo o que se poderia imaginar deles dentro desse novo contexto social.  

Basta uma observação, mesmo que breve, da infância e juventude contemporâneas para verificar o nível de superficialidade em que o conhecimento tem se alicerçado. O que se explica por vários caminhos, a começar pelo fato de que munidos de uma convicção sobre todas as informações e toda a sabedoria existentes no mundo estarem ao alcance de suas mãos, armazenadas em telas de alta resolução de notebooks, tablets, iphones e/ou ipads, é natural que emerja uma desconstrução da sua autonomia e autoralidade no campo do conhecimento. Por que aprender se está tudo ali, não é?!

Além disso, tendo em vista de que estão diante de milhões de informações geradas por segundo, a impossibilidade de dar-lhes a devida atenção por meio de uma leitura consciente e reflexiva, os leva a se transformarem em leitores de manchetes e títulos, o que limita e torna mediocrizada a sua capacidade analítica e argumentativa a respeito dos acontecimentos, assuntos e fatos. Eles sabem que não serão capazes de acompanhar em tempo real tudo o que está disponível; de modo que, não encontram sentido em um processo de leitura mais aprofundado.  

Aliás, não se pode negar a existência de um abismo que desafia a construção de conhecimento pela geração digital.  Se já existe um déficit mensurado cientificamente em torno das práticas de letramento tradicional, agora ele se soma ao déficit das práticas de letramento digital. Isso significa que estarem imersos em um mundo onde reinam as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) não é o suficiente para o desenvolvimento pleno das habilidades e competências crítico-reflexivas desses indivíduos; as quais deveriam resultar no seu próprio conhecimento a respeito do mundo.

É preciso que existam ferramentas de leitura, interpretação, comunicação capazes de instrumentalizar criativamente toda a construção de sentidos e de processos socialmente interativos. Caso contrário, a dificuldade de agregação das ideias e informações se torna dificultada tanto pela superficialidade quantitativa quanto pela carência de letramento.

O raciocínio “globalizante” pode conduzir erroneamente à crença de que noções básicas sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) - tais como, navegar em redes sociais, consultar sites de busca, copiar e colar - bastam para a integração social, ou seja, emprego, aumento da renda, sucesso profissional, pertencimento social.  Mais do que reforçar esses valores sociais contemporâneos, reconhecidos no contexto da globalização, o objetivo fundamental deveria ser criar possibilidades de uma identidade cidadã que dialoga dentro e fora de seus próprios espaços, ou seja, que é capaz de produzir e circular informação e conhecimento de forma diferente e muito melhor do que a forma tradicional.

Sendo assim, para que se promova uma ruptura necessária com essa “mediocrização” humana que está em curso é importante compreender que “pessoas que sabem as soluções já dadas são mendigos permanentes. Pessoas que aprendem a inventar soluções novas são aquelas que abrem portas até então fechadas e descobrem novas trilhas. A questão não é saber uma solução já dada, mas ser capaz de aprender maneiras novas de sobreviver”; afinal de contas, “quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente” (Rubem Alves).


Hoje é o Dia do Saci!!!









Happy Halloween!!!





terça-feira, 20 de outubro de 2020

HC-UFU participa da Campanha do AVC

HC-UFU participa da Campanha do AVC

 

Programação começa hoje com o encontro de pessoas que tiveram AVC

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil. De acordo com os especialistas, a  prevenção pode evitar 90% dos casos, por isso a importância  da divulgação de informações sobre a doença, seus fatores de risco, tratamento e necessidade de reabilitação multiprofissional precoce.

Com o objetivo de divulgar estas informações a Rede Brasil AVC realiza, no mês de outubro, a Campanha do AVC. O tema deste ano é "Movimente-se! Uma em cada quatro pessoas terá um AVC ao longo da vida. Não deixe que seja você”!  Em Uberlândia, a campanha está em sua 5º edição e é promovida pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) em conjunto com  estudantes, residentes e profissionais de diversas áreas da UFU.

A programação, devido à pandemia da Covid-19, será toda on-line e terá  hoje, 20, a partir das 20h, o “I Encontro de pessoas que tiveram AVC e seus cuidadores. O encontro será uma roda de conversa, mediada pela neuropsicóloga Lígia Vilela, sobre o tema "O que o AVC mudou na minha vida?".

Nos dias 23 e 24, será realizado o “V Simpósio do Dia Mundial do AVC” com especialistas renomados que irão discutir assuntos como: “Trombólise no AVCi”; “Alterações neuropsicológicas pós-AVC”, “Toxina botulínica na reabilitação pós-AVC”, entre outros. As inscrições são gratuitas.

Também como parte da programação haverá a “III Corrida contra o AVC”.  Este ano, o participante poderá escolher o dia, a hora e o local para correr, caminhar ou pedalar. Basta percorrer a quilometragem selecionada na inscrição até o dia 22 de outubro e enviar foto de relógio GPS, app de corrida ou painel da esteira para receber o kit com viseira, camiseta e medalha..

As inscrições e a programação completa estão disponíveis no site https://campanhaavcuberlan.wixsite.com/website

Fonte: Assessoria de Comunicação / HC-UFU

           20/10/2020



segunda-feira, 12 de outubro de 2020

15 de Outubro - Dia do (a) Professor (a)


Ser ou não ser... PROFESSOR?

 

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

 

Muitos vão dizer que não há razões para comemorar; mas, acredito que há, pelo menos, milhões de razões para pensar. Como quaisquer outras profissões a docência exige, cobra, sacrifica. Não é tarefa fácil, como alguns querem afirmar; aliás, está longe disso. A missão de um professor compreende uma complexidade tão profunda que é bobagem pensar que alguém começa e termina seu ofício da mesma maneira.

Não, não é só ensinar. Não é só transmitir. Não é só compartilhar. Não é só orientar. Não é só explicar. Não é só debater. ... Ser professor é tudo isso e muito mais diante de uma plateia altamente plural, repleta de expectativas, de frustrações, de sonhos, os quais irão temperar essa convivência ao longo do tempo.

Por isso a aula preparada nem sempre resultará na aula dada. Tudo vai depender da humanidade que transcende e existe nessa relação de comunhão e fraternidade baseada em uma sala de aula. Como se um espaço físico pudesse conservar a maravilha e o esplendor da dinâmica das linguagens verbais e não verbais, que buscam se fazer perpetuar no cognitivo e na alma de cada um dos presentes.

Entendo que o tempo vem desbotando esse registro, impingindo um lento e doloroso processo de deterioração, precarização e invisibilização docente. Construindo no inconsciente coletivo da sociedade, um discurso desqualificador a respeito, o qual se reafirma nas posições pessoais que os próprios docentes se permitem, tantas vezes, manifestar. Porque, de algum modo, os insultos e as ofensas só alcançam a sua materialidade quando os sujeitos permitem.

Dizem por aí que os bons são maioria; mas, os maus fazem mais barulho. É nessa linha de raciocínio que os docentes precisam parar para uma reflexão mais profunda e contundente sobre si mesmos. A rudeza das dificuldades do ofício acrescida aos desafios burocráticos e institucionais do país teima em retirar-lhes o foco e colocá-los armados para a luta de seus direitos diariamente.

Mas isso não é um privilegio só da docência. Qualquer profissão vista de perto revela suas agruras. O problema é que há muita idealização, muita glamourização em torno dessa ou daquela área; porém, pouco se fala a respeito dos obstáculos, dos desgastes físicos, mentais e emocionais a serem enfrentados para se aproximar daquele padrão de vida ou daquele salário. Seria preciso estar no olho de cada um desses furacões que circulam ao redor para dimensionar a disposição de enfrentamento.

O ponto chave, então, está em dialogar consigo mesmo, antes de dialogar com a sociedade; no sentido de reconhecer em que grau de relevância a docência ocupa na vida do professor. Afinal de contas, ninguém bate a porta de uma pessoa e a obriga a se engajar na docência. É ela quem decide quem escolhe seguir esse caminho por alguma razão, a qual será determinante para que ela permaneça ou não na jornada. Daí a importância dessa reflexão íntima e pessoal.

A verdade é que nenhuma profissão, no fundo, é para amadores. Cada vez mais o mundo é voraz na sua fome competitiva, desleal e difícil, obrigando as pessoas a provarem a sua resiliência e a sua convicção a todo instante.  É fundamental estar disposto a ir além de si mesmo, inovar, ousar, surpreender com a plena consciência da disposição em se lançar na empreitada.

E a sala de aula é um universo em franca expansão. O que significa que a carreira docente há tempos rompeu a rotina formalizada e formalizadora para alçar voos inimaginados. De modo que a compreensão em relação ao significado da satisfação profissional não fica restrita ao reconhecimento institucional, governamental ou social. O docente precisa entender que essa satisfação precisa nascer e crescer nele, no desabrochar de cada ato do seu ofício. Há tantas maneiras de ensinar. Tantas maneiras de planejar e conduzir uma aula. Tantas maneiras de construir o conhecimento. ...

Coisas simples se transformam no fantástico. Música vira teatro. Planeta Terra ensinado através de modelagem em massinha colorida. Novos poetas emergem da aula de inglês. Gêneros textuais ensinam lições de gramática da língua materna. Sessão pipoca contextualiza a história a partir do cinema. Hortas que fazem a Biologia mais perto da vida escolar. Enfim... Mudam-se as formas, os conteúdos, as avaliações, há uma desconstrução para que o conhecimento possa ser ressignificado e alcançado pela individualidade de cada um.  

Esperar do mundo uma resposta, uma boa nova, um alento pode ser cansativo e doloroso. Pode chegar fora de hora. Pode ser insuficiente. Pode não vir. Mas, quando o professor decide regar a semente da docência, que dorme silenciosa dentro dele, com as águas da genuína motivação e felicidade que correm em suas veias; aí ninguém segura à grandeza do imprevisível na expressão máxima do seu talento.

É nesse instante que, mesmo sem se dar conta, o professor escreve a linha da sua imortalidade na vida do outro. Deixa a sua marca. Estabelece o seu legado. Conquista o registro na história. Pode ser que ele não venha jamais a ter os melhores salários, os melhores planos de carreira, as melhores infraestruturas, os melhores..., as melhores... No entanto, “Todo mundo gostaria de se mudar para um lugar mágico. Mas são poucos os que têm coragem de tentar” (Rubem Alves). Então, neste e em todos os dias da sua existência, parabéns professor (a)!!! 

sábado, 10 de outubro de 2020

Dia Mundial de Cuidados Paliativos destaca a importância do cuidado para a qualidade de vida de pacientes e familiares

Dia Mundial de Cuidados Paliativos destaca a importância do cuidado para a qualidade de vida de pacientes e familiares

HC-UFU possui uma comissão de cuidados paliativos e uma equipe de cuidados paliativos oncológico

 

Com o tema “Meu Cuidado. Meu Conforto” será comemorado no próximo sábado (10), o Dia Mundial de Cuidados Paliativos. A data é celebrada todos os anos no segundo sábado do mês de outubro e foi criada pela The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental, que se concentra no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos e Hospices. No Brasil a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) apoia e incentiva a campanha que tem como um dos objetivos alertar para a necessidade de priorizar políticas e serviços de cuidados paliativos. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define cuidados paliativos como a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com a finalidade de melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida.

O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) tem uma Comissão de Cuidados Paliativos, implantada em 2019, além de uma equipe de Cuidados Paliativos Oncológicos. O coordenador da comissão, o médico geriatra e paliativista, Marcelo de Freitas Mendonça, explica que a equipe de Cuidados Paliativos do Setor de Oncologia atende pacientes internados no setor, em tratamento ambulatorial e em domicilio. A Comissão de Cuidados Paliativos presta assistência a pacientes internados nas demais unidades do hospital com qualquer tipo de doença que ameace a continuidade da vida, e que a equipe médica tenha solicitado um parecer clínico da comissão.

Composta por médicos geriatra e pediatra, enfermeira, psicóloga e assistente social, a comissão já atendeu, em pouco mais de um ano, cerca de 300 pacientes. “Estamos otimistas com o nosso trabalho que está só começando. Nosso projeto é ampliar o atendimento de Cuidados Paliativos para o ambulatório e para a casa do paciente”, ressalta Mendonça. Também faz parte dos planos estender a atuação para o ensino com a criação de um curso de residência médica em Cuidados Paliativos. “Com a contratação de novos médicos paliativistas pelo concurso Ebserh vamos criar, em 2022, a residência médica e já temos residentes interessados", aponta.

 

Cuidados Paliativos Oncológicos

O programa existe desde 2002 com uma equipe interdisciplinar coordenada pela médica Paula Andrea Victal Junqueira de Freitas e já atendeu mais de três mil pacientes. Atualmente, 436 pacientes estão em acompanhamento pelo programa. Além da assistência, a equipe realiza a capacitação de profissionais de rede de Atenção Primária e Secundária de Uberlândia e de outras cidades da região.

 

Programação

Para comemorar o Dia Mundial de Cuidados Paliativos, incentivar a reflexão e a atualização das equipes o HC-UFU preparou um Quiz com direito a premiação. As perguntas são sobre a prática dos Cuidados Paliativos, conforme os princípios e a definição mais recente da OMS. Os prêmios foram doação ao projeto. Hoje, a partir das 19h, haverá uma live com Diego e Victor Hugo. A transmissão será pelo https://youtu.be/8BYdJp4N21g 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do HC-UFU





sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A Paz e a Fome


A Paz e a Fome

 

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

 

Em um mundo tão refratário a empatia, a notícia de que o Prêmio Nobel da Paz de 2020 foi atribuído ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso significa que a fome volta a ter destaque e importância fundamental nas discussões internacionais; sobretudo, no campo da cooperação multilateral. E se em 2019, já havia 135 milhões de pessoas em condição de profunda insegurança alimentar no planeta, agora diante da Pandemia do COVID-19 as expectativas são de que esses números tendam a se agravar; por isso é preciso pensar e falar a respeito.

Ao contrário do que muita gente pensa por aí, a fome e a miséria não são escolhas. Seres humanos em todo o mundo são vitimas das conjunturas sócio-político e econômicas que lhes impingem a indignidade como caminho de sobrevivência. E não bastasse a barriga roncando desconfortável o seu vazio, a cabeça doendo e provocando um tipo esquisito de confusão mental, esse corpo que se desenvolve frágil, esquálido, se torna alvo da baixa imunidade e não consegue lutar contra as investidas de inúmeras doenças.

Portanto, a insegurança alimentar exerce uma paralisia social de dimensões catastróficas. Na medida em que o ser humano encontra-se no pior estágio da sua vulnerabilidade existencial. A fome e a miséria não matam só o corpo, lenta e gradativamente; antes disso, elas consomem a identidade, a subjetividade, a cidadania e lançam esse ser destruído as margens da invisibilização, da insignificância, da mendicância, do assistencialismo oportunista.

A comida no prato é o primeiro degrau de ascensão do ser cidadão. Se ele é negado, todos os demais direitos sociais previstos constitucionalmente também o são, ou seja, educação, saúde, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência. Então, na medida em que a sociedade ignora a existência de seres humanos vivendo sob essa condição, ela compactua com a construção de todos os abismos de desigualdade que impedem a sociedade ser compreendida holisticamente em toda a sua diversidade.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD) Contínua de 2019, apontam que “o grupo de pessoas em pobreza extrema no Brasil, que inclui os que vivem com menos de 1,9 dólar por dia, ganhou cerca de 170 mil novos integrantes em 2019 e encerrou o ano passado com 13,8 milhões de pessoas, o equivalente a 6,7% da população do país”; portanto, este “é o quinto ano seguido no qual o número de brasileiros na miséria cresce” 1. Não se esquecendo de que esse era o panorama Pré-Pandemia.

A questão é que todas essas informações possibilitam emergir, com mais clareza, as verdades ocultas e indigestas que circundam a sociedade. As respostas práticas e objetivas que a insegurança alimentar aguarda das autoridades competentes vai muito além do simplismo da oferta e disponibilização de alimentos à população carente. Afinal de contas, a fome e a miséria não podem ser transformadas em uma indústria de benesses e contrapartidas político-eleitoreiras; como se viam nos séculos passados com o chamado “voto de cabresto”.

A fome e a miséria precisam ser combatidas sim, efetivamente; mas, a partir de ações que visem desconstruir as fronteiras perenes de desigualdade e oportunizar a essas pessoas desassistidas a sua integração e participação cidadã na sociedade. Elas não podem passar o resto de suas breves vidas recebendo doações de alimentos, cestas básicas, enquanto vivem a ultrajante realidade da indigência humana. Sobrevivendo a ambientes totalmente insalubres e não urbanizados. Impossibilitadas do seu acesso à saúde, educação e trabalho pela total carência de documentos que atestem a sua existência social para o país.

Não se alcança a paz sem a dignidade, sem o senso humanitário. O que o Prêmio Nobel da Paz de 2020 faz, então, é retirar dos olhos de bilhões de indivíduos as vendas, as quais têm cegado e possibilitado a promoção do individualismo, da ganância, da cobiça, da avareza, do desperdício, para que o mundo possa resgatar em todos os sentidos a compreensão “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”; por isso, “São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade” 2.

Por isso, para a Organização das Nações Unidas (ONU), em seus 17 Objetivos de Desenvolvimento sustentável estão contemplados em sequência de prioridade, a erradicação da pobreza em todas as formas e em todos os lugares (Objetivo 1) e a erradicação da fome, alcançando a segurança alimentar, a melhora nutricional e a promoção da agricultura sustentável (Objetivo 2) 3.  A entidade entende que sem o desenvolvimento e atenção humana básica não há nenhum outro desenvolvimento capaz de prosperar.  

Assim, aproveitemos a celebração desse prêmio para pensar: “Aqui, na Terra, a fome continua, / A miséria, o luto, e outra vez a fome. / Acendemos cigarros em fogos de napalme / E dizemos amor sem saber o que seja. / Mas fizemos de ti a prova da riqueza, / E também da pobreza, e da fome outra vez. / E pusemos em ti sei lá bem que desejo / De mais alto que nós, e melhor e mais puro. / No jornal, de olhos tensos, soletramos / As vertigens do espaço e maravilhas: / Oceanos salgados que circundam / Ilhas mortas de sede, onde não chove. / Mas o mundo, astronauta, é boa mesa / Onde come, brincando, só a fome, / Só a fome, astronauta, só a fome, / E são brinquedos as bombas de napalme.” (José Saramago – Fala do velho do restelo ao astronauta) 4.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Da Era do Gelo a Era do Fogo???


Da Era do Gelo a Era do Fogo???

 

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

 

Já houve um tempo em que só a cidade do Rio de Janeiro alcançava 40°C, no Verão. Agora, em plena Primavera de 2020, no hemisfério sul, muitas têm sido as cidades brasileiras a extrapolar esse limite em muitos graus e oportunizar uma experiência de sensações térmicas infernais e uma desértica baixa umidade do ar aos seus cidadãos. E tudo o que esses milhões de pessoas parecem reivindicar é água. Seja pela chuva. Seja nas torneiras. Seja para beber. Seja para diversos banhos. ... Então, é oportuno pensar até quando teremos esse bem à disposição das nossas necessidades diárias.

Não sei vocês, mas eu desconheço quem saiba produzir água. Esse recurso é fruto de uma engenhosa organização natural, a qual sempre buscou manter os reservatórios pelo mundo abastecidos; mas, que encontrou no próprio ser humano um obstáculo decisivo para o cumprimento dessa empreitada.  

Ora, sejamos honestos e paremos de fazer dissociações irresponsáveis entre os fatos para não admitir o que vem acontecendo no planeta. Em torno de 2/3 da Terra são compostos de água; mas, apenas 2,5% disponíveis são de água doce encontrada nas geleiras, neves eternas 1, águas subterrâneas (aquíferos 2), solos, rios e lagos. De modo que a manutenção desse volume ocorre a partir de um processo envolvendo a água entre a superfície terrestre e a atmosfera, denominado Ciclo Hidrológico.

Isso significa que através da energia solar ocorre a evaporação da água presente na superfície do planeta, cujo vapor transforma-se em nuvens que devido às condições climáticas retornam essa água na forma de chuva, neve ou granizo; bem como, de um percentual de vapor d’água que evapora antes mesmo de alcançar o solo. De modo que, o volume de água líquida nesse processo tende a se infiltrar novamente nos reservatório subterrâneos e, assim, permitir a circularidade desse movimento.

Acontece que, em face de algumas variáveis diretamente relacionadas ao ser humano, tem havido uma interferência cada vez mais direta nesse equilíbrio. Fatores como o desperdício, a poluição, o crescimento populacional, a urbanização e as mudanças climáticas, desencadeadas principalmente pela industrialização secular, têm sido responsáveis pela aceleração do esgotamento da água em todo o planeta.

Então, observando diariamente paras os diversos veículos de informação, não nos cabe, em termos de Brasil, pensar que as recentes queimadas avassaladoras por todos os principais Biomas nacionais não terão repercussão sobre a disponibilidade de água em curto prazo. Ora, a devastação que se impõe pelo fogo ou pelo desmatamento está consumindo vertiginosamente a cobertura vegetal que protege as nascentes, que evita o assoreamento dos rios e cursos d’água, que mantém o equilíbrio dos aquíferos, que garante o abastecimento de água para a população e o próprio meio ambiente.

A recuperação da flora pode levar séculos, dependendo das espécies que compõem sua biodiversidade e a recorrência dos episódios de desmatamento ou queimada; mas, nenhum ser humano ou atividade produtiva por ele desempenhada pode aguardar esse tempo para sobreviver, não é mesmo?

Aliás, a Pandemia em que vive o mundo nesse século XXI trouxe mais uma questão importante a esse viés; pois, nunca se precisou tanto de água como agora, em razão da higienização das mãos, dos corpos, dos produtos, das roupas, enfim. Um aviso, quem sabe, para um mundo que não vivencia apenas a realidade do COVID-19, mas de tantas outras doenças infectocontagiosas conhecidas, e ainda por conhecer, que demandam (e demandarão sempre) pelos mesmos cuidados garantidos pela água.

Essa é a prova inconteste de que não há brilhantismo e nem vanguarda na destruição ambiental; na medida em que, os mais prejudicados serão os próprios destruidores. É essa água que só se lembram na necessidade, que contribui para o equilíbrio climático, sobretudo, no que tangem as temperaturas.

Se os seres humanos dependem dela, não se esqueça de que suas práticas agrícolas, suas indústrias, seus comércios, seus hospitais, suas escolas... também dependem. Portanto, é bom que se diga, o dinheiro só compra água em garrafas, galões e caminhões porque, por enquanto, ainda há disponibilidade nas fontes. Quando tudo secar, quando não mais restar um filete sequer para contar história, aí o dinheiro será em vão.

Já dizia Albert Einstein, “duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta”. Cada vez que o ser humano reforça a sua imagem de um estúpido vitimista e “coitadinho”, mais próximo da extinção do planeta ele se aproxima; os fatos não deixam dúvida. O triste é saber que milhões de pessoas podem morrer de sede, de calor, de fome, oriundos dessa estupidez irresponsável humana, caso nenhum lampejo de lucidez se estabeleça entre nós.

Diante disso, talvez, seja mesmo interessante se informar sobre o que escreveu o historiador Stephen Pyne, da Universidade do Arizona (EUA). Segundo ele, “a intensificação dos incêndios florestais, potencializada pela crise climática, pode inaugurar uma nova era para o planeta Terra – a Era do Fogo, ou Piroceno” 3. Depois da Era do Gelo será que teremos alguma chance na Era do Fogo? Pensemos a respeito.

 



1 Acumulações de neve que se mantêm intactas pelo fato de estarem localizadas acima do seu nível de fusão porque a sua precipitação é maior do que a perda por fusão ou sublimação.

2 É uma formação (ou formações) geológica de rochas porosas e permeáveis capazes de armazenar água subterrânea.

Outubro Rosa: prevenção e diagnóstico precoce ajudam a salvar vidas


HC-UFU participa da campanha Outubro Rosa com programação de lives

 

Outubro é o mês de prevenção e combate ao câncer de mama. Desde 1990 é realizada a Campanha Outubro Rosa, um movimento internacional criado pela Fundação Susan G. Komen for the Cureque com o objetivo de divulgar informações sobre a doença, proporcionar maior acesso ao diagnóstico e tratamento, além de contribuir para a redução da mortalidade. Causada pela multiplicação desordenada de células da mama, gerando células anormais que provocam o tumor, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e pode acometer os homens, embora seja raro e represente apenas 1% dos casos.  

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que em 2020 o Brasil terá 66.280 novos casos de câncer de mama e 17.763 mortes causadas pela doença.

A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para reduzir estes índices. De acordo com a mastologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), Juliana Penha, a chance de cura é maior quanto mais precoce for o diagnóstico. “Casos extremamente iniciais que geralmente são detectados apenas pela mamografia podem chegar a 99% de cura”, ressalta Os especialistas recomendam uma consulta de rotina por ano com o ginecologista, mamografia anual a partir dos 40 anos e atenção às alterações nos seios. “A mulher precisa ter consciência do seu seio, reparar a pele e os mamilos no espelho e apalpar as mamas”, destaca a mastologista.

Nódulo ou caroço nas mamas ou axilas, pele da mama avermelhada ou retraída, saída de secreção de um dos seios são sinais de alerta e um médico deve ser consultado.

 

Tratamento

O tratamento para o câncer de mama depende do tipo e do estágio do tumor e inclui cirurgia, quimioterapia, radioterapia e bloqueio hormonal. “O HC-UFU possui um ambulatório especializado no diagnóstico e tratamento do câncer de mama onde são oferecidos todos estes atendimentos, além de cirurgias, inclusive com a possibilidade de reconstrução imediata da mama”, destaca Juliana Penha. 

E foi no HC-UFU que a técnica de enfermagem Thais Dieguez Pisani realizou o seu tratamento. “Descobri a doença em 2013, através do autoexame, aos 38 anos. Logo procurei o HC-UFU e comecei os exames para o diagnóstico”, conta. No caso de Thais existia a opção de realizar uma mastectomia bilateral para evitar um possível retorno da doença. Cinco anos após o diagnóstico do câncer de mama ela enfrentou um tumor no endométrio.        Atualmente, trabalha na sala de ordenha na Maternidade do HC-UFU auxiliando mães na amamentação. “Adoro trabalhar com amamentação. O que me gratifica é ver o olhar das mães quando começa a sair um mililitro que seja de leite. Por incrível que pareça me sinto realizada ao ajudar mães a fazer aquilo que não consegui: amamentar um filho. Sinto-me em paz”, relata.

 

Programação

            O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) terá uma programação de lives durante a campanha Outubro Rosa. No dia 06, o tema será “Falando sobre mamografia”. No dia 15, a “Pandemia e câncer de mama” e “Dieta e atividade física na saúde mamária” será o assunto da live do dia 22, todas elas acontecem às 19h. Encerrando a programação, no dia 27, às 19h30, o tema será “Tabus x Realidade: como lidar com o câncer de mama”. As lives serão transmitidas pelo Instagram @hospitaldeclinicasufu.


Fonte: Imprensa HCU-UFU 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

PANDEMIA, EDUCAÇÃO E MUITAS REFLEXÕES A RESPEITO.


Menos idealização. Mais realismo.

 

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

 

Ainda que a sociedade da pressa, da ansiedade e do imediatismo crie expectativas diversas sobre o fim da Pandemia, a verdade é que estamos trilhando um caminho de profunda incerteza e imprevisibilidade. Desejar que a mudança no calendário, de 2020 para 2021, seja efetivamente o marco de um recomeço livre do COVID-19 não parece adequado e real. O próprio prognóstico da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que a Pandemia possa terminar em até dois anos 1.

Enquanto isso, o mundo transita entre idas e vindas sobre os escombros e impactos causados por esse acontecimento surreal; sobretudo, na reorganização possível da dinâmica cotidiana das sociedades. A paralisação das rotinas, inclusive educacionais, trouxe desdobramentos em diversas camadas, os quais vêm sendo revelados a sua extensão e a sua gravidade, exigindo uma reflexão profunda a respeito. Afinal de contas, a Pandemia lançou luz sobre o mundo e descortinou a realidade. De modo que não foi mais possível desconsiderar ou omitir os desafios, os entraves, as limitações que já faziam parte do contexto educacional.   

A Educação brasileira sempre esteve nas pautas de discussão nacional. Fosse à demonstração das diferenças abissais entre os ensinos públicos e privados. Fosse acentuando as desigualdades sociais de maneira mais e mais significativa. Fosse pelas dificuldades orçamentárias recorrentes que sempre impuseram entraves ao desenvolvimento de propostas e políticas que viessem ao encontro do desenvolvimento humano, científico e tecnológico presentes no mundo. Fosse pela precariedade estrutural das instituições de ensino que obstaculiza a prestação de um ensino adequado e atrativo aos alunos, pela carência de requisitos mínimos para que possam ser consideradas escolas. Fosse pela desqualificação do contingente de profissionais da Educação, na medida da desvalorização salarial, do descaso em relação a sua formação e da precarização das condições de seu exercício profissional. ...

Sem contar que, atentando-se ao ensino privado, ainda que colocado em posição favorável de exemplo e destaque, nem tudo eram flores. Além de tudo o que já foi pontuado anteriormente, o desafio orçamentário constante decorrente da inadimplência há tempos é uma realidade para essas instituições. Nesse sentido, a linha tênue entre os ensinos públicos e privados desaparece na estatística da evasão escolar; pois, a dificuldade de custear os gastos com a educação privada promove um êxodo para a educação pública, que passa a operar acima da sua capacidade de recursos e acentuando a ineficiência e a precarização do próprio ensino oferecido.

Eis, então, que a Pandemia chegou. De uma hora para outra, o ensino brasileiro em todos os seus níveis precisou ser adaptado para o mundo digital, independentemente de estarem às instituições de ensino preparadas ou não. Aliás, a questão da acessibilidade tecnológica trouxe à tona não só o impacto financeiro para muitos alunos e professores, com a aquisição de planos de internet, equipamentos celulares e computadores; mas, também, o letramento digital docente e discente. Então, os processos foram se ajustando com o passar dos meses de isolamento, de certa maneira atabalhoada, sem muita precisão quanto à eficácia e resultados; e, deixando muitos alunos à margem desse novo caminho.

No campo do ensino privado, embora melhor adaptados ao ensino à distância, diante da realidade escolar presencial em suspenso muitos pais buscaram meios jurídicos para redução de mensalidades, contribuindo para uma desorganização das planilhas de custos dessas instituições. De modo que foi sugerida pela Justiça e Órgãos de Defesa do Consumidor uma conciliação entre as partes, visando reduzir os impactos.

As situações de inadimplência já pesavam sobre as planilhas das escolas e a margem de sobrevivência financeira dessas poderia tornar-se ainda mais reduzida, levando-as a um eventual encerramento das atividades, tendo em vista a impossibilidade de precisão das autoridades sanitárias sobre uma data de reabertura e retomada das atividades presenciais. Além disso, o desemprego e a redução de salários e jornada para milhões de pessoas tornou-se uma variável importante a ser considerada.

Então, como explicado no início dessa reflexão, a Pandemia não chegou com prazo de validade carimbado no passaporte. Já se computam 7 meses de suspensão das atividades presenciais nas escolas em quase todo o país. A consequência é que muitas, de fato, não resistiram aos impactos econômicos e vêm anunciando seu fechamento 2.

Aliás, muitas chegaram a investir em protocolos de segurança sanitária, em redução de alunos por sala e nas equipes de trabalho; mas, a imprevisibilidade que reveste as medidas de prevenção foi decisiva no sentido de impedir a dispersão de muitos alunos, ao ponto de algumas famílias rescindirem contratos com as escolas e manterem seus filhos em educação domiciliar ou acenarem para sua transferência ao ensino público no próximo ano.

Como se vê, a realidade que se vislumbra no horizonte mais próximo demandará, portanto, escolas com salas bem arejadas, com menos alunos, com materiais individualizados e constantemente sanitizados, com menos atividades coletivas para evitar aglomerações, com a presença de mais lavatórios com sabões líquidos e toalhas de papel para higienização das mãos, com carga horária de trabalhos à distância bem estruturados e acessíveis aos alunos, enfim.

Mas, se pusermos atenção à realidade atual das escolas públicas é possível identificar a diferença entre a teoria e a prática. Seriam necessários tempo e recursos para realinhar essas instituições ao contexto da Pandemia, que será acrescido da demanda de novos alunos que está a caminho. Assim, esse realinhamento, na verdade, implicaria na ampliação de inúmeras delas para que fosse realmente possível cumprir as orientações e medidas sanitárias estabelecidas pelos órgãos de saúde. 

Portanto, é imprescindível compreender a escola como elemento integrado a sociedade e suas inerentes desigualdades. O que adianta, por exemplo, testar alunos e professores hoje, se a dinâmica da vida de muitos deles os lança direta e diariamente a realidade do transporte público lotado, das comunidades precariamente urbanizadas, das habitações superlotadas? Eles estarão lá nas escolas desfrutando desse espaço comum de ensino e convivência, enquanto inadvertidamente podem ser transmissores e receptores desse novo inimigo invisível, que transita livremente por cada espaço geográfico das cidades.

Não se pode esquecer de que o cotidiano na escola envolve cerca de 4 horas e meia por dia, de 5 a 6 vezes por semana, e nesse tempo de coexistência coletiva o vírus está presente e a espreita por uma nova vítima. Nas salas de aula. Na hora do lanche. No recreio. Nas aulas de educação física. ...

Talvez seja o momento de evitar discussões desnecessárias e focar seriamente em um planejamento consciente para as instituições de ensino, em todos os níveis, a partir de 2021. As demandas prioritárias e urgentes já estão sobre a mesa de 2020, só aguardando. Muitas já estavam lá há muito tempo; mas, felizmente agora se fazem ouvir em coro com todas as demais.

É isso que a sociedade espera; que pais, alunos, professores, funcionários também almejam surgir diante deles. Falou-se muito sobre a dependência mutualística entre a Saúde Pública e a Economia durante a Pandemia; mas, nenhum desses pilares sobrevive a uma situação dessas sem que a sociedade perceba a importância da Educação, rechaçando quaisquer tentativas de negligência ou desmantelamento para com ela.