segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

2018: Transforme em ação!!!


2018 – transforme em ação



Por Alessandra Leles Rocha



Ok. Mais uma vez o ciclo se repete. Os primeiros passos rumo ao novo ano já foram dados. Mas, onde está a euforia, a lista de planos, os sonhos e tudo mais que fazia parte desse movimento anual? Parece que estamos mais contidos dessa vez, não é mesmo?
Não consigo precisar até que ponto esse “pé atrás” seja bom ou ruim; mas, esse despertar de consciência é sim, um indicativo da nossa evolução humana, no que diz respeito ao nosso velho e bom instinto de sobrevivência da espécie.
Depois de tantos anos, tantos espumantes brindados, tantos votos e promessas de felicidade, finalmente nós estamos entendendo que por detrás de tudo isso está à força das nossas ações, dos nossos trabalhos, do nosso querer.
Segundo o poeta Carlos Drummond de Andrade, Para ganhar um Ano Novo /que mereça este nome, /você, meu caro,/tem de merecê-lo,/ tem de fazê-lo novo, / eu sei que não é fácil, / mas tente, experimente, consciente. /É dentro de você que o Ano Novo/ cochila e espera desde sempre” 1.
Como as conjunturas do Terceiro Milênio não têm sido nada amenas com as nossas displicências existenciais, com a nossa arrogância e mania de grandeza, a todo instante um puxão de orelhas aqui e outro ali nos obrigam a ser mais responsáveis consigo e com o mundo, apontando com clareza como é firme aquela tal lei da “Ação e Reação”.
De repente ficou perceptível como o futuro se constrói no presente. Que o amanhã é todos os dias. Que não é possível abdicar ou terceirizar a vida, os sonhos, os deveres... Para viver é preciso ser protagonista da própria história, repercutindo de modo bastante positivo nos caminhos coletivos da sociedade.
Chega de pensar que a vida é só uma festa! Ninguém chega a esse mundo despido de obrigação; cada um tem o seu quinhão, a sua parcela. Isso significa que depende de mim, de você, de todos nós a construção de um mundo melhor, de uma sociedade que seja digna de coexistir em paz e harmonia.
Aliás, redescobrir a nossa capacidade humana de pensar é o grande desafio para o sujeito pós-moderno. Quando retomamos o nosso direito de refletir pela própria cabeça, assumindo os nossos pontos de vista e entendimentos da vida, oportunizamos a construção de um projeto de futuro muito mais verdadeiro e consistente.
A velocidade com a qual a sociedade industrial teve sua essência individual consumida nos dois últimos séculos fez com que as mazelas sociais se tornassem frutos de um processo de subserviência e doutrinação animal: “seu mestre mandou...” Mas quem é ele? Por que obedecê-lo? Por que fazer assim e não de outro modo? Ninguém mais sabe a resposta ou se preocupa em responder, porque deixou de pensar.
Assim, desejo que 2018 seja um ano de reafirmação de nosso processo catártico, para que sejamos efetivamente capazes e livres para nos reapropriarmos da vida, da razão e da sensibilidade. Como disse o escritor e ensaísta britânico, Gilbert Keith Chesterton 2, O objetivo de um ano novo não é que nós deveríamos ter um ano novo. É que nós deveríamos ter uma alma nova”.




1 "Receita de Ano Novo". Editora Record. 2008.
2 G. K. Chesterton, (1874-1936). 

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