sábado, 29 de outubro de 2016

Certo, errado... O que diz a lei?

Certo, errado... O que diz a lei?


Por Alessandra Leles Rocha


Desde 2013, o Brasil tem apresentado um viés de participação cidadã, muito diferente do seu perfil histórico.  Afinal, pessoas de todas as idades, crenças, classes e segmentos sociais foram às ruas para manifestar o seu descontentamento e indignação frente à representação política no país. Se os resultados não se mostraram plenos, pois esse um processo de transformação lento e gradual, a significância desse passo não pode ser desconsiderada.
Mas, para que o exercício da cidadania alcance resultados profícuos é preciso que ele se dê, de fato, amparado pelo conhecimento que advém de uma boa Educação (ou seja, uma educação que reconheça a formação do indivíduo enquanto cidadão) e dos fundamentos jurídicos.
Por essa razão, é que eu proponho uma reflexão profunda sobre a participação dos alunos de ensino fundamental e médio na ocupação das escolas, em protesto a algumas medidas tomadas pelos poderes Executivo e Legislativo federais.
Quando se trata de alunos nessa faixa etária, entre 12 e 18 anos, está se falando de adolescentes. Seja pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), essa é uma fase de transição muito importante para o indivíduo, a qual implica diretamente em mudanças físicas que irão resultar em um processo de mudança e adaptação psicológica, familiar e social a essas transformações. Ou seja, significa que esses jovens não estão plenamente prontos para responder por questões envoltas por uma imensa carga de complexidade.
Assim, não é à toa que no Brasil a maioridade civil é considerada aos 18 anos, o que significa dizer que a partir dessa idade o indivíduo ganha plenos direitos para agir por conta própria, sem a necessidade da autorização de terceiros. Até que se complete essa idade, a criança e o adolescente estão sob a tutela dos pais ou responsáveis legais, ou seja, cabe a esses assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Isso significa, por exemplo, que os pais (ou responsáveis) não podem permitir a evasão escolar de seu(s) filho(s), ou que ele(s) estude(m) apenas no ambiente doméstico sem ir à escola; bem como, que não acompanhem o desenvolvimento escolar dos mesmos. Tampouco, para que o(s) filho(s) possa(m) participar de uma atividade extraclasse, a escola precisa de uma autorização por escrito dos pais (ou responsáveis).
Fora da questão educacional, sem que o indivíduo tenha maioridade civil não há permissão para o casamento, para dirigir, para ingerir bebida alcoólica, para frequentar eventos noturnos desacompanhados dos pais ou responsáveis, para trabalhar em regime fora do previsto como “menor aprendiz”, enfim...
No entanto, o próprio Estado brasileiro abriu uma possibilidade de direito que é o voto aos dezesseis anos. Então, sobre essa questão pairam duas reflexões muito importantes. Primeiro, porque essa é uma responsabilidade de grande impacto social e que demanda uma maturidade, que a adolescência por todas as razões já descritas anteriormente não favorecem; o que abre precedentes de dúvida, quanto a eventuais pressões ideológicas, de natureza diversa, sobre esses jovens. Segundo, porque a fragilidade, para não dizer completa inexistência, de uma formação educacional cidadã no país é real.
Raríssimos os alunos que dispõem, por exemplo, de algum conhecimento sobre a Constituição de 1988, a divisão dos poderes, a função de cada um deles, o processo de participação popular nas eleições brasileiras desde a consolidação da República, como são elaboradas as leis, quais são os direitos fundamentais do cidadão, enfim... Então, como podemos esperar que esse jovens exercitem sua cidadania de maneira plena e responsável?
Aí, eles confundem o direito de votar aos dezesseis anos com a maioridade civil e passam a agir de diversas formas que contrariam o exposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990). Consequentemente, essa ruptura com a legalidade os coloca em condição de vulnerabilidade e eventual punição aos seus responsáveis.  É o que acontece no caso das atuais ocupações a escolas públicas, por todo o país.
Esses jovens passam a controlar o ambiente escolar, decidindo inclusive quem entra ou sai do local, sem que haja uma tutela responsável. Então, surgem algumas perguntas: Quantos que estão lá, realmente dispõem de autorização dos pais ou responsáveis? As administrações das escolas têm esse controle para se resguardarem em caso de algum problema? Não seria, então, o momento de sentar com esses jovens e desenvolver uma pauta em torno da construção de um conteúdo disciplinar que trabalhe os elementos de composição da cidadania?  
Enfim, são muitas as perguntas a serem feitas e que não se tem resposta. Não se trata de privá-los da participação cidadã, do debate, da formulação de suas compreensões. No entanto, a forma como tem se dado a contestação pública não está correta.
Não se pode reafirmar a defesa das ideias sem zelar pela legalidade; pois, isso significa incentivar a formação de indivíduos que optam por permanecerem elementos ‘foras da lei’. As leis existem para serem freios e contrapesos no fluxo do equilíbrio das relações sociais, defendendo pelo princípio da igualdade, os direitos e os deveres de todos os cidadãos. É claro que, junto delas, cabe o bom senso e o espírito coletivo para que o resultado seja satisfatório para todos.
Na discussão das mazelas que afligem a Educação brasileira, por exemplo, não se pode, então, transformá-la em algo que contradiz o princípio de ensinar e conduzir o ser humano ao desenvolvimento moral, ético e intelectual. Já dizia Rui Barbosa que “A força do direito deve superar o direito da força”.  Não é incitando à rebeldia, tão inerente ao jovem, por meio da ruptura com a lei que se está ensinado a ser cidadão.
Não nos esqueçamos de que a repetição de tais comportamentos, já têm se traduzido nas salas de aula brasileiras em episódios de barbárie e violência contra os próprios alunos e servidores da educação. A falta do diálogo coerente e equilibrado na defesa dos direitos cidadãos é que resulta na dilapidação da possibilidade de conquistas.
Portanto, a Educação brasileira precisa de boas ideias, bons projetos, boa vontade para vencer a inação de quem espera que ela mingue por si só. Somente através do comprometimento e do respeito às leis é que se tornarão possíveis o apoio, a confiança e a credibilidade junto à sociedade. 

terça-feira, 25 de outubro de 2016

OIT lança prêmio global para reportagens sobre trabalho e migração

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou uma competição global para reconhecer a cobertura da imprensa sobre questões relacionadas a trabalho e migração. As inscrições devem ser feitas até 31 de outubro pelo site da organização.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou uma competição global para cobertura da imprensasobre trabalho e migração.
O objetivo é reconhecer reportagens sobre o tema, encorajando jornalistas a produzir matérias escritas ou em vídeo que, sem ignorar os aspectos negativos (isto é, casos de exploração e violação aos direitos humanos e trabalhistas), também foquem nos resultados positivos da migração para o trabalho, como a contribuição desses trabalhadores para seus países de origem, trânsito e destino.
A competição “Quebrando Estereótipos da Migração de Trabalho” é organizada pela OIT em colaboração com a Confederação Internacional de Comércio, a Organização Internacional dos Empregadores, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Federação Internacional de Jornalistas, o jornal eletrônico Equal Times, as organizações Solidarity Center, Human Rights Watch e o Fórum de Migrantes da Ásia.
O concurso, iniciado em setembro, será encerrado em 31 de outubro. Jornalistas profissionais são convidados a submeter seus trabalhos de acordo com uma das seguintes categorias: reportagens escritas (online ou impressas) ou vídeos/multimídia.
As reportagens escritas não podem exceder 2 mil palavras e os vídeos/multimídia não podem ter mais de 5 minutos. As matérias devem ter sido publicadas entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de outubro de 2016 para se qualificar à disputa.
Os projetos devem cobrir questões relacionadas ao trabalho e à migração. Refugiados e deslocados, que atuam como trabalhadores fora de seus países de origem, são considerados trabalhadores migrantes. Assim, reportagens que tratarem de trabalhadores migrantes internacionais e refugiados (que participem dos mercados de trabalho fora de seus países de origem) serão aceitas.

Prêmios

Dois trabalhos serão selecionados em cada categoria; cada vencedor receberá um prêmio de 1 mil dólares. As reportagens vencedoras serão publicadas no site da OIT e promovidas amplamente como exemplo de bom jornalismo.

Requisitos

Para entrar na competição, os candidatos devem preencher formulário até 31 de outubro às 23h59 (19h59 de Brasília). São aceitas candidaturas em três línguas: inglês, francês e espanhol. Reportagens em outras línguas serão aceitas caso o candidato apresente tradução em uma das três línguas mencionadas. Os vencedores serão anunciados oficialmente em 18 de dezembro, Dia Internacional dos Migrantes. Caso haja dúvidas, a OIT pode solucioná-las por meio do e-mail Labour-Migration-Media-Competition@ilo.org.

Critérios de julgamento

Um painel de cinco jurados irá avaliar os dez melhores trabalhos das duas categorias: reportagens escritas e vídeos/multimídia. A organização encoraja trabalhos equilibrados que cubram diferentes aspectos da migração de trabalho e reflitam visões das várias partes envolvidas: trabalhadores migrantes, empregadores, governos e sindicatos. Além de garantir que todas as reportagens sejam alinhadas à ética jornalística, todas as candidaturas serão julgadas com base no seguinte critério:

Criatividade:

Contribui para um melhor entendimento da migração para propósitos de emprego, e de migrantes e refugiados atuando no mercado de trabalho; retrata uma opinião equilibrada refletindo as visões de vários atores (trabalhadores migrantes, governos, empregadores e sindicatos); apresenta soluções criativas para garantir a proteção trabalhista e superar os desafios do mercado de trabalho (se possível, comparando a situação antes e depois da introdução de novas legislações, novas políticas migratórias, acordos bilaterais etc); ajuda a combater estereótipos, xenofobia ou discriminação nos mercados de trabalho; aborda novas perspectivas de migração trabalhista (por exemplo, o recrutamento justo).

Precisão:

Reúne material usando fontes em primeira mão; inclui tradução em inglês, francês ou espanhol que seja fiel ao original, caso partes do trabalho estejam em outras línguas.

Proteção:

Protege grupos vulneráveis, fontes e outros componentes sensíveis da reportagem sem fornecer informação desnecessária que possa colocá-los em risco (incluindo identidades visuais, nomes, localizações etc); use terminologia baseada em direitos.

Agência da ONU apresenta plano para tornar cidades mais inclusivas

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentou nova estratégia de urbanização, que prevê estreita aliança com parceiros locais e internacionais para iniciativas que abordem questões como pobreza urbana, desemprego, mudança do clima, redução de risco de desastres, além de diminuição das disparidades de gênero. [...]


A que ponto chega o desrespeito humano?

'O dia em que eu, cadeirante, levei um tapa por não me levantar durante a execução do hino da Índia'

Ocupação das Escolas: Já passou da hora de uma reflexão séria e responsável, que não se esqueça inclusive da existência das leis, como por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Palco de tragédia, colégio em Curitiba é desocupado após morte de estudante

domingo, 23 de outubro de 2016

"Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo". Buda

PENSE!!!

Por Alessandra Leles Rocha

Para mim, defender as próprias ideias é fundamental. Há algo de coragem e de personalidade nisso, que me agrada muito. No entanto, uma defesa pujante não necessita de se armar com ódio ou intolerância ou intransigência, para mostrar o seu valor. Basta ver o que acontece nesse instante na Síria...
Ao contrário do que muitos pensam, defender uma ideia exige necessariamente ampliar o foco de visão. A convicção individualista arrasta, sem cerimônias, para o radicalismo estrábico e nocivo, fazendo emergir os pequenos absolutos e suas tiranias. É preciso abrir a mente, pesar os prós e os contra, refletir; afinal, nem tudo é como parece ser.
O que me traz ao papel, nessa tarde de domingo, são alguns pensamentos que se cruzam no horizonte do nosso cotidiano nacional e me parecem um pouco confusos na assimilação, para desembocarem num posicionamento mais preciso e contundente.
Pois bem, não se fala em outra coisa senão sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita as despesas do governo federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Então, faz sentido tamanho falatório; já que, assuntos econômicos impactam diretamente a vida de todos os cidadãos.
No entanto, essa pauta chegou num momento no qual o país vive a pior crise financeira de sua história. Os descaminhos econômicos traçados na última década desembocaram em uma ‘quebradeira geral’; com empresas fechando as portas, mais de 22 milhões de pessoas sem trabalho no país, ausência de investimento estrangeiro diante dessa instabilidade, enfim... Sem contar, o próprio inchaço da máquina administrativa e a corrosão promovida pelos esquemas de corrupção, que inclui, indubitavelmente, os municípios, os estados e a União.
Estamos, então, diante de um quadro absurdo de irresponsabilidade... do governo federal? Não, exclusivamente. É esse o ponto que precisamos prestar atenção. A administração pública está sim, a cargo do Poder Executivo, no Brasil; no entanto, a fiscalização desse poder está nas mãos do Poder Legislativo. Vereadores, Deputados Estaduais e Federais e os Senadores, eleitos pelo voto para representar a população, deveriam ter atuado para evitar a dramática situação que se instalou.
Na verdade, nessa questão de responsabilidade cidadã, todos precisam fazer mea culpa, inclusive o povo. O Poder Legislativo deveria fiscalizar o Executivo e não o fez; mas, e o povo, por que não fiscalizou os seus representantes? Não cobrou deles o cumprimento adequado ao cargo em que foram investidos, hein? Sem medo de errar na afirmação, a maioria da população nem ao menos sabe o nome do candidato em que votou na última eleição. Isso, sem falar, que lamentavelmente, a prática do chamado “voto de cabresto” ainda opera com sucesso em muitas localidades brasileiras; algumas vezes, na modalidade de “troca de favores”, na qual o voto vale cesta básica, marcação de consulta, emprego etc. É, não esqueçamos que os representantes do povo, são oriundos do povo. Por isso, as práticas que condenamos neles, no fundo, não estão assim, tão distantes de nós. Daí, a nossa parcela de (ir) responsabilidade.
Mas, voltando ao Poder Legislativo, além da FISCALIZAÇÃO cabe a eles a votação de projetos de interesse da população, o que inclui todas as verbas necessárias para cumprir os direitos e as garantias fundamentais, previstas na Constituição de 1988, como, por exemplo: saúde, educação e segurança. Sem o voto deles, o Poder Executivo trabalha dentro do que já está disponível, ou seja, o que compõe o Plano Plurianual (PPA) que identifica as prioridades da gestão durante quatro anos, principalmente os investimentos de maior porte, e é encaminhado pelo Executivo ao Congresso até 31 de agosto do primeiro ano de cada governo, mas ele só começa a valer no ano seguinte; bem como, a Lei Orçamentária Anual – LOA, que estabelece quais serão as prioridades para o ano seguinte. Com base no PPA aprovado, o governo federal envia ao Congresso Nacional, até o dia 15 de abril de cada ano, o projeto de LDO, para que seja votado e aprovado até 17 de julho. Sem a aprovação da LDO, deputados e senadores não podem entrar em recesso parlamentar. É nesta lei que se define a origem, o montante e o destino dos recursos a serem gastos no País e traz a previsão da receita, que representa os recursos dos tributos, dos empréstimos e de outras fontes, que devem ser arrecadados durante o ano. Por outro, fixa esse mesmo valor como “teto” para as despesas que poderão ser executadas pelo governo.
Então, quando eu vejo as mobilizações direcionadas única e exclusivamente ao Poder Executivo e, o que é pior, buscando voz e apoio nas casas legislativas; fico por entender, como há essa dissociação na compreensão sobre as responsabilidades governamentais.
Agora, nesse momento crítico, qual foi o posicionamento do Legislativo na defesa dos interesses e direitos dos cidadãos? Você soube de algum deles, que nesse momento de crise lutou pela redução do próprio salário, ou pela criação de novas frentes de trabalho... ? Enquanto, os manifestantes ocupam as tribunas, diante deles, para fazerem suas reinvindicações justas e legítimas, eles não dão nenhuma atenção. Ficam no celular, conversam com uns e outros, riem, saem do plenário,...  Mas, quando as tribunas e galerias se esvaziam surge o momento oportuno de legislarem um pouco mais em causa própria e acirrarem um pouco mais o teto de gastos, inclusive, com verbas que nem precisam de prestação de contas.
Fechar a torneira de gastos é principio básico da economia. Quando se gasta mais do que se tem, certamente faltarão recursos para honrar todos os compromissos. Mas, o que adianta fechar a torneira se o cano até ela está cheio de furos e ‘gatos’? Ou continuar chorando nossas mazelas nos ombros de nossos algozes, hein? Precisamos prestar atenção nesses detalhes...
O Executivo controla o dinheiro; mas, só o dinheiro que o Legislativo vota para ser liberado. As mudanças acontecem ou não nesse país, muito mais pela caneta do Legislativo do que do próprio Executivo. Isso, para quem não sabe, é a tal doença do FISIOLOGISMO, ou seja, conduta ou prática de certos representantes e servidores públicos que visa à satisfação de interesses ou vantagens pessoais ou partidários, em detrimento do bem comum.
Então, enquanto se dispende energia nos velhos hábitos de persuasão popular, eles continuarão rindo e debochando, porque sabem que com ou sem quirelas, nas próximas eleições eles serão novamente elevados ao poder “nos braços do povo”, porque o povo não consegue perceber como a política, de fato, acontece no Brasil. Enquanto milhões de pessoas foram às ruas a partir de 2013 exigindo mudanças, em surdina urdiam mais e mais casos de corrupção...   
Só para finalizar, o curioso nessa história é a consciência, traduzida em cada esquina desse país, de que a má qualidade da Educação, por exemplo, persiste por favorecer a alienação do povo. O que contraria diretamente o exposto no artigo 205, da Constituição Federal de 1988, “A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Então, como pensar que algum tipo de paralisação em nome da Educação possa surtir efeito? Aliás, as paralisações que comprometem o fluxo de um ensino já tão precário, no fim das contas só favorecem o distanciamento, em longo prazo, dos alunos às instituições públicas de ensino superior, dada a concorrência no ENEM e exames vestibulares, e a aproximação das instituições privadas, através de programas como FIES, que recebem fomento de dinheiro público.
Portanto, parece mesmo que precisamos prestar atenção não só nos discursos; mas, especialmente, em suas entrelinhas... 

sábado, 15 de outubro de 2016

Horário de Verão...

Velhos hábitos nunca morrem

Por Alessandra Leles Rocha

Velhos hábitos nunca morrem; por isso, o Brasil, mais uma vez, copia o que outros países fazem sem levar em consideração se vale realmente a pena fazê-lo.  Então, amanhã começa mais um horário de verão em pleno país tropical.
Seria curioso se não fosse ridículo. Diminuição dos riscos de queda de energia no horário de pico, redução da queima de combustível fóssil para geração de energia de origem térmica, melhor aproveitamento de a luz solar com dias mais longos para o lazer, maior segurança ao entardecer,... Nenhum desses argumentos é de fato consistente e convincente o bastante para por em prática essa decisão.
Bem, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou em fevereiro deste ano, a economia gerada pelo Horário de Verão em 2015 foi de R$ 162 milhões, o que representou uma redução na demanda de energia de 0,5% da carga nas regiões onde o novo horário estava vigente.  Pois é, ele só não conseguiu explicar porque a meta inicial de economia de R$ 240 milhões não havia sido atingida. ...Enfim, sobrou mais uma vez para o cidadão aceitar que lhe alterassem a rotina sem mais nem por que. 
Enquanto isso, milhões de pessoas têm seus ritmos e ciclos biológicos agredidos, no que diz respeito à elevação dos níveis de stress, sonolência durante o dia, crises de enxaqueca e, especialmente, do risco de ataques cardíacos (infarto do miocárdio) 1. A produtividade do individuo, diante dessas alterações, é drasticamente reduzida nas primeiras semanas de implantação do horário de verão. Depois, o organismo tenta uma busca pela compensação desse desequilíbrio; mas, aí, o impacto deixado já fez seus estragos. 
É preciso entender que, naturalmente, as pessoas já vivem sob uma rotina desequilibrada; sobretudo, nos grandes centros urbanos. As longas distâncias, a má alimentação, a violência, e tantas outras questões já contribuem significativamente na péssima qualidade de vida do cidadão brasileiro. Sem contar as taxas de desemprego e tantos outros números da economia nacional que só fazem mal à saúde física e mental de todos. Não, não é necessário nenhum ‘auxílio’ adicional no sentido de agravar essa situação. Já são tempos difíceis demais para tamanha insensibilidade em relação à população. Aliás, decisões como essa deveriam, sempre, passar pela consulta popular.
Isso significa ter a compreensão exata de que um povo feliz produz mais e melhor. Não é à toa que a Organização das Nações Unidas, em junho de 2012, decidiu criar o Dia Internacional Da Felicidade (20/03), porque “a busca da felicidade é um dos objetivos fundamentais do ser humano” e porque precisamos de “uma abordagem mais inclusiva e equilibrada ao crescimento econômico que promova o desenvolvimento sustentável e o bem-estar”.
O ranking para se saber o grau de felicidade é estabelecido através de consulta aos moradores de 156 países, que manifestam uma nota de 0 a 10 para seis categorias: Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expectativa de vida saudável, ter alguém em quem confiar, percepção de liberdade para fazer escolhas, corrupção e generosidade.  
No entanto, embora o Brasil tenha alcançado esse ano o 17º lugar, não creio que estejamos assim tão perto da felicidade.  Medidas como o Horário de Verão, por exemplo, ao invés de serem implementadas poderiam ceder espaço para propostas que efetivamente pudessem devolver a qualidade de vida, o bem estar, a segurança e o sono sagrado para o cidadão; como um modo de simples devolutiva diante da alta carga tributária que se paga no país. Bons serviços essenciais, sendo executados a contento; isso sim é uma excelente tradução de felicidade em países em desenvolvimento, como o nosso.   




1 Shifts to and from Daylight Saving Time and Incidence of Myocardial Infarction - http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc0807104


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

15 de Outubro - Reflexões sobre a Docência

Cadernos... Livros... Outubros...

Por Alessandra Leles Rocha


Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas, porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.
Rubem Alves


Concordo plenamente com Rubem Alves. Na vida, quando precisamos de uma data especial no calendário, ou de um bilhete na agenda, para nos darmos conta da importância disso ou daquilo, é sinal que algo não está nada bom.
Foi por isso que escolhi o educador Rubem Alves para iniciar a minha reflexão sobre o Dia do Professor. Para despertar em cada leitor a consciência sobre a ‘inconsciência’ negligente que temos dedicado a esse profissional.
Quando olhamos para o mundo e nos deparamos com a sua dinâmica de obrigações e de afazeres, certamente vamos manifestando uma percepção clara sobre o que seríamos capazes de realizar e o que não seríamos; movidos por uma série de argumentos práticos e teóricos presentes em nossa identidade social.
De fato, ninguém é capaz de jogar nas onze, de ser um sucesso de polivalência no mundo. E é por essa razão, que vez por outra damos o braço a torcer e reconhecemos a nossa carência de habilidade, de competência e até, certa, vontade para fazer o que outros tantos fazem.
No entanto, quando chega à vez de se imaginar professor, cada vez mais as pessoas refutam de imediato a ideia. Com olhares de desprezo e muitos ‘Deus, me livre!’ dispensados sem nenhum pudor ou remorso, é assim que o exercício da docência se transforma em blasfêmia nos dias de hoje.
E antes de lançar a culpa sobre os ombros do Sistema, façamos nossa mea culpa. Sim, cada cidadão brasileiro tem seu quinhão de responsabilidade sobre o esfacelamento da Educação brasileira e, consequentemente, da profissão docente. O fato de pagarmos impostos que originam recursos para investimento na máquina educacional, infelizmente, não é o bastante e nossa responsabilidade não é nem de longe aplacada.
Vejamos, por exemplo, que o mesmo se faz em relação à saúde, à segurança, ao transporte; mas, quando nos deparamos com os descaminhos pelos quais eles transitam, a grande maioria da população manifesta-se em ‘prosa e verso’, valendo-se de todas as mídias de repercussão nacional e internacional. Ninguém espera pelo Dia da Saúde, ou da Segurança, ou do Transporte para dar publicidade e, porque não dizer visibilidade, à sua indignação. Mas, quando o assunto é a Educação...
Embora tenhamos plena consciência de que para ser professor nesse país, o docente precisa ter curso superior, e até pós-graduação em alguns casos, não nos causa estranheza e nem tampouco constrangimento, o fato dele receber um salário médio que equivale a 54,5% do que recebem outros profissionais também com curso superior. Por essa razão, não é difícil imaginar que ele precise duplicar, ou até triplicar, a jornada de trabalho para receber um salário suficiente para a sua sobrevivência e, em muitos casos, a de sua família.
Quem de nós, então, se preocupa com a qualidade de vida do professor? Ao contrário disso, não carecem comentários sobre a impaciência, o destempero, o despreparo etc.etc.etc. desse profissional. Como se suas condições de trabalho fossem plenamente satisfatórias e ele não passasse de um insatisfeito com a vida, um frustrado sem razão de ser, um desocupado que adora fazer greve para ficar sem trabalhar.
Então, eu pergunto a você: sem condições dignas, sem salário justo, você sentiria prazer em sair de casa para trabalhar? Você enxergaria razões para continuar labutando diante de tantas mazelas na sua profissão? Nessas horas, antes de emitir alguma opinião, reflita e se coloque na posição do professor. Além do pó de giz, quantos saem de casa cedo, enfrentam trânsito, violência e toda sorte de desgastes para exercer a docência, enquanto se esquecem de si mesmos, de seus sonhos, de suas necessidades, de suas famílias...
Infelizmente, nosso olhar sobre o universo escolar não é dos melhores. Somos rasos, superficiais, imediatistas e inquisidores. Queremos a escola de portas abertas, funcionando, como mero ‘depósito’ de crianças e jovens, enquanto cumprimos nossa própria rotina laboral. Na maioria das vezes, muito mais preocupados se vai ter ou não merenda, do que propriamente se há professores ou não lecionando.
É, queremos o cumprimento do livro didático ao final do ano, a aprovação,... Mas, não nos atemos ao disparate de um currículo obsoleto e pouco atraente, a ausência de laboratórios para apresentar os conteúdos de uma maneira mais conectada a realidade do aluno, a existência de disciplinas que poderiam intermediar e facilitar a absorção de outras já oferecidas, enfim... Quantas vezes cobramos a aplicação de recursos para a Educação e não sabemos quando e de que forma eles irão ser aplicados; bem como, se de fato o atual modelo de gestão ficaria ou não melhor do que está? Nós, cidadãos brasileiros, nos abstemos de colocar as mãos na massa e nos posicionamos no conforto da crítica improdutiva, que na verdade não constrói nada.
Está aí uma boa parte da explicação para não enxergamos a existência do professor. Nós temos o invisibilizado, do modo mais cruel e perverso, como se ele fosse menos cidadão do que nós. Como se ele não merecesse respeito e nem dignidade na sua existência. Às vezes, até com a arrogância, de culpabilizá-lo de todas as demandas educacionais do país.
Então, sem essa, por favor, de que a docência é um ‘sacerdócio’; como se isso fosse o bastante para nos eximir de todas as injustiças, todas as carências, todos os absurdos, todo o nosso desrespeitoso silêncio em favor das reivindicações dos professores.  O que adianta nos lembrarmos do professor em um dia de outubro e nos esquecermos dele em todos os outros, em todos os anos? Pecamos por falta de ação; mas, sobretudo, por omissão. Não nos esqueçamos de que tudo passa pela Educação, pelo trabalho incessante e dedicado do professor. 

Com apoio do Centro RIO+, Museu do Amanhã debate alimentação sustentável no sábado (15)

Aberto ao público, evento “O que vamos comer amanhã?” quer despertar debate sobre os impactos da alimentação humana no futuro do planeta. Iniciativa que celebra o Dia Internacional da Nutrição, comemorado em 16 de outubro, promoverá seminário com especialistas e feira de alimentos no Rio de Janeiro.
Celebrando o Dia Internacional da Nutrição, comemorado em 16 de outubro, o Museu do Amanhã receberá no próximo sábado (15) 13 palestrantes para uma série de debates sobre o impacto do que nós comemos na nossa saúde e na saúde também do planeta Terra. Os especialistas participam do seminário “SemeáRio”, uma das atrações do evento “O que vamos comer amanhã?”.
Além das palestras, o público poderá participar de oficinas sobre nutrição e da feira Rio Alimentação Sustentável, com mais de 40 expositores, incluindo refugiados.
O seminário será transmitido ao vivo, a partir das 14h30 no site: http://bit.ly/296WgrH
O evento é uma iniciativa do Museu do Amanhã e da rede Comida do Amanhã, organizada em parceria com a World Wildlife Fund (WWF), Conservação Internacional, Rio Alimentação Sustentável e Clube Orgânico. O encontro conta com o apoio do Centro RIO+ do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e também de outras organizações.

Serviço

Seminário “O que vamos comer amanhã?” (SemeáRio)
Data: 15/10 (sábado)
Horário: 14h30 às 17h30
Local: Auditório do Museu do Amanhã, Praça Mauá – Rio de Janeiro, RJ
Programação completahttp://bit.ly/2dffI8m 
Registro gratuito no site do Museu do Amanhãhttp://bit.ly/2dFXJuW 
Mais informações no site da rede Comida do Amanhã
http://www.comidadoamanha.org/

OMS sugere aumento de tributos para reduzir consumo de bebidas açucaradas

Tributar bebidas açucaradas pode baixar seu consumo e reduzir a obesidade, diabetes tipo 2 e cáries dentárias, afirmou novo relatório divulgado nesta terça-feira (11) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tais políticas tributárias levariam a um aumento de pelo menos 20% no preço de venda desses produtos e resultariam em reduções proporcionais do consumo, de acordo com o documento.

Tributar bebidas açucaradas pode baixar seu consumo e reduzir a obesidade, diabetes tipo 2 e cáries dentárias, afirmou novo relatório divulgado nesta terça-feira (11) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tais políticas tributárias levariam a um aumento de pelo menos 20% no preço de venda desses produtos, e resultariam em reduções proporcionais do consumo, de acordo com o documento.
Segundo a OMS, a diminuição do consumo de bebidas açucaradas significaria uma menor ingestão de “açúcares livres” e calorias em geral, uma melhor nutrição e menos pessoas sofrendo com sobrepeso, obesidade, diabetes e cárie dentária.
Os açúcares livres referem-se aos monossacarídeos (como glicose ou frutose) e aos dissacarídeos (como sacarose ou açúcar de mesa) adicionados aos alimentos e bebidas pelos fabricantes, cozinheiros ou consumidores — e aos açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sucos de frutas e suco de frutas concentrados.

Obesidade em ascensão

“O consumo de açúcares livres, incluindo produtos como bebidas açucaradas, é um fator importante para o aumento global do número de pessoas que sofrem de obesidade e diabetes”, disse o diretor do Departamento de Prevenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis da OMS, Douglas Bettcher.
“Se os governos tributassem produtos como bebidas açucaradas, poderiam reduzir o sofrimento e salvar vidas. Poderiam também diminuir os custos e aumentar as receitas para investir em serviços de saúde.”
Em 2014, ao menos um em cada três (39%) adultos com mais de 18 anos em todo o mundo estava acima do peso. A prevalência mundial da obesidade mais do que dobrou entre 1980 e 2014, com 11% de homens e 15% de mulheres (mais que meio bilhão de adultos) sendo classificados como obesos.
Além disso, estima-se que 42 milhões de crianças com menos de 5 anos estavam acima do peso ou obesas em 2015, um aumento de cerca de 11 milhões durante os últimos 15 anos. Quase metade (48%) dessas crianças vive na Ásia e 25% na África.
O número de pessoas que vivem com diabetes também tem aumentado – de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. A doença foi diretamente responsável por 1,5 milhão de mortes apenas em 2012.

Necessidade de reduzir ingestão de açúcar

“Do ponto de vista nutricional, as pessoas não precisam de qualquer tipo de açúcar em suas dietas. A OMS recomenda às pessoas que consomem esses produtos a manter a ingestão abaixo de 10% de suas necessidades totais de energia e reduzi-la para menos de 5% para benefícios adicionais à saúde. Isso é equivalente a menos de uma porção (pelo menos 250 ml) de bebidas açucaradas comumente consumidas por dia”, afirmou o diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS, Francesco Branca.
De acordo com o novo relatório da organização, pesquisas alimentares nacionais indicam que bebidas e alimentos ricos em açúcares livres podem ser uma grande fonte de calorias desnecessárias na dieta das pessoas, particularmente no caso de crianças, adolescentes e jovens adultos.
O documento também apontou que alguns grupos, incluindo pessoas de baixa renda, jovens e aqueles que consomem com frequência alimentos e bebidas pouco saudáveis, têm maior resposta às mudanças nos preços dos produtos e, por isso, podem obter os maiores benefícios na saúde.

Políticas tributárias para reduzir o consumo

As políticas tributárias devem focar em alimentos e bebidas para os quais existem alternativas mais saudáveis disponíveis, disse o relatório.
O documento apresentou resultados de uma reunião em meados de 2015 com especialistas mundiais convocados pela OMS e uma investigação de 11 revisões sistemáticas recentes sobre a eficácia das intervenções de tributos para melhorar as dietas e prevenir doenças crônicas não transmissíveis, além de uma reunião técnica de especialistas internacionais.
Entre as conclusões dos encontros, os especialistas determinaram:
• Subsídios para frutas frescas e vegetais que reduzem os preços entre 10 e 30% podem aumentar o consumo desses alimentos.
• A tributação de certos alimentos e bebidas, particularmente aqueles ricos em gorduras saturadas, gordura trans, açúcares livres e/ou sal se mostra promissora, com evidências claras indicando que os aumentos nos preços de tais produtos reduz seu consumo.
• Impostos especiais de consumo, tais como aqueles usados sobre os produtos derivados do tabaco, que aplicam um montante específico de imposto sobre uma determinada quantidade ou volume do produto, ou ingrediente em particular, podem ser mais eficazes que a venda ou outros impostos baseados em uma porcentagem do preço de varejo.
• O apoio público para tais aumentos de impostos poderia ser estimulado se as receitas geradas fossem destinadas aos esforços para melhorar os sistemas de saúde, encorajar dietas mais saudáveis e aumentar a atividade física.

Alguns países têm tomado medidas fiscais para proteger as pessoas de produtos não saudáveis. Entre eles está o México, que adotou imposto sobre bebidas não alcoólicas com adição de açúcar, e a Hungria, que impôs um imposto sobre os produtos com altos níveis de açúcares, sal e cafeína. Países como Filipinas, África do Sul, Reino Unido e Irlanda do Norte também anunciaram a intenção de implementar impostos sobre bebidas açucaradas.

Feliz dia do Professor é na Editora UFSM - 50% de desconto em TODOS os títulos!


Fonte: Zélide, Shani,  Viviane e Ariel / Setor de Distribuição 

UBE/RJ: Convite para a reunião de 19 de Outubro





Nesta terça 18/10 às 19h, o Terreirão do Samba de te chama!


Brasilidades, a música erudita nacional no Teatro Rondon Pacheco - Uberlândia/MG


Teatro: "Ela é o cara"


Osesp com duas estreias - Semana de 20 a 23/10


OSESP COM CARLOS MIGUEL PRIETO (REGENTE) E JORGE FEDERICO OSORIO (PIANO) | 20 A 22 OUTUBRO
A Osesp recebe, pela primeira vez, dois prestigiados artistas mexicanos: o regente Carlos Miguel Prieto, diretor musical da Sinfônica Nacional do México, da Sinfônica de Minería (México), da Filarmônica de Louisiana (EUA) e da Orquestra Jovem das Américas; e o pianista Jorge Federico Osorio, reconhecido por sua musicalidade apaixonada e técnica vigorosa, e ganhador de diversas prêmios, entre eles a Medalla Bellas Artes, a mais importante concedida pelo Instituto de Belas Artes do México.

O programa inicia com a Suíte da ópera Treemonisha, escrita em 1910 pelo compositor norte-americano Scott Joplin, porém encenada somente nos anos 1970, durante o boom do ragtime.

Na sequência, o pianista Jorge Federico Osorio se junta à Orquestra para interpretar o virtuosístico Concerto Nº 1 Para Piano, Op.28 (26 min), do compositor argentino Alberto Ginastera. A obra foi escrita na fase neo-expressionista do autor (1958-83), em que ele começa a experimentar com o dodecafonismo e o serialismo.

Ao final, a Osesp toca a Sinfonia Nº 6 em Si Menor, Op.54, de Shostakovich (30 min), obra sobre a qual o professor Jorge Coli (Unicamp) discorre no trecho a seguir, extraído da Revista Osesp (Out/2016):

“De proporções menores que a Quinta e a Sétima, obras eloquentes e monumentais, a Sinfonia Nº 6 de Shostakovich permaneceu algo escondida. Ela demonstra, porém, em cada passagem, o mais requintado percurso de qualidades intrinsecamente musicais.”

Saiba mais sobre Carlos Miguel Prieto:

Saiba mais sobre Jorge Federico Osorio:

Informações sobre os concertos:
- Ensaio aberto: 20/10 (qui), às 10h. Ingressos: R$ 10,00. Durante o Ensaio podem acontecer pausas, repetições de trechos e alterações na ordem das obras de acordo com a orientação do regente.
- Concertos: 20/10 (qui) e 21/10 (sex), às 21h, e 22/10 (sáb), às 16h30. Ingressos: R$ 42,00 a R$ 194,00.

Os concertos da Osesp são uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura, e contam com o patrocínio do Itaú Personnalité, BM&FBovespa, Banco Votorantim e Deloitte.



CORO DA OSESP COM NAOMI MUNAKATA (REGENTE HONORÁRIA) | FERNANDO TOMIMURA (PIANO) | DOMINGO, 23 OUTUBRO, 16H
A regente honorária do Coro da Osesp, Naomi Munakata, comanda esse programa que tem como tema a natureza e a divindade, e reúne canções de Franz Schubert (Ciclo “Schubert em Foco”), além de obras de outros compositores europeus. O concerto tem participação do pianista Fernando Tomimura.

Sobre o repertório, a professora Yara Caznok, do Departamento de Música da Unesp, escreve na Revista Osesp(Out/2016):

“A natureza como espaço sagrado, no qual o reencontro com as forças vitais se dá, foi um tema caro ao período romântico. Encontros com o eterno e com forças ora indomáveis, ora acolhedoras, que desnudam a fragilidade humana, são experimentados como uma forma de religiosidade que tem na intimidade e no amor sua mais verdadeira expressão. Neste programa, peças compostas nos séculos XIX e XX passeiam por textos sacros e poemas cujo foco realça a voz humana, que não apenas canta a natureza, mas também entoa louvores, preces e pedidos ao divino, ao infinito.”

PROGRAMA

FRANZ SCHUBERT
Hymne an den Unendlichen, D 232 [1815] [Hino ao Infinito] (3 min)
Des Tages Weihe, D 763 [1822] [A Consagração do Dia] (5 min)
Gott ist mein Hirt, D 706 [1820] [O Senhor é Meu Pastor] (5 min)
An die Sonne, D 439 [1816] [Ao Sol] (7 min)
Ständchen, D 920 [1827] [Serenata] (7 min)
Gott im Ungewitter, D 985 [1815] [Deus na Tempestade] (5 min)
Der Tanz, D 826 [1826] [A Dança] (1 min)

SERGEI RACHMANINOV [1873-1943]
Ave Maria [1915] (3 min)

EDVARD GRIEG [1843-1907]
Ave Maris Stella [1893] (4 min)

FRANZ LISZT [1811-86]
Pater Noster [1869] [Pai Nosso] (6 min)

JOSEF RHEINBERGER [1839-1901]
Abendlied, Op.69 Nº 3 [1855] [Canção Noturna] (3 min)

CAMILLE SAINT-SAËNS [1835-1921]
Calme Des Nuits, Op.68 Nº 1 [1882] [Calma Das Noites] (3 min)

MAX REGER [1873-1916]
Nachtlied, Op.138 Nº 3 [1914] [Canção da Noite] (3 min)

CÉSAR FRANCK [1822-90]
Hymne [1888] [Hino] (4 min)

EDWARD ELGAR [1857-1934]
Spanish Serenade, Op.23 [1891-2] [Serenata Espanhola] (4 min)

Informações:
- Concerto: 23/10 (dom), às 16h. Ingressos: R$ 43,50.

Os concertos da Osesp são uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura, e contam com o patrocínio do Itaú Personnalité, BM&FBovespa, Banco Votorantim e Deloitte.

TEMPORADA OSESP 2016 | ESTADO DE ESCUTA
Acesse o link e baixe o livro da Temporada:

REVISTA OSESP
Acesse o link e leia conteúdos relacionados aos programas:

SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares | Sala do Coro: 150 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingresso Rápido: (11) 4003-1212; www.ingressorapido.com.br 
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 25,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 14,00 (sábado e domingo de manhã) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.

Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública têm 50% de desconto, mediante comprovação em todas as atividades.


Fonte: Alexandre Félix / imprensa@osesp.art.br |