quarta-feira, 9 de março de 2016

O perigo não acabou! O HIV ainda mata milhões de pessoas.


UNAIDS: Mais investimentos podem evitar centenas de milhares de mortes por HIV até 2020

Em junho deste ano será realizada uma reunião sobre o fim da epidemia de HIV no mundo. Para o UNAIDS, caso os Estados-membros aumentem recursos usados no combate à doença, número de novos infectados pode cair de 2 milhões por ano para menos de 500 mil até 2020.

No último dia 2 de março, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) deu início a uma contagem regressiva de 100 dias rumo à Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU sobre o fim da epidemia de HIV. O encontro vai reunir Estados-membros em junho desse ano. Até lá, a agência das Nações Unidas vai promover debates junto a governos, empresas e à sociedade civil. O objetivo é alertar sobre a importância da adoção do plano de Aceleração da Resposta à doença.

A estratégia elaborada pelo UNAIDS prevê a redução do número de pessoas infectadas pelo HIV, de 2 milhões em 2014 para menos de 500 mil em 2020. O plano também espera diminuir, significativamente, o número de mortes causadas pela Aids, de 1,2 milhão em 2014 para menos de 500 mil em 2020. Outro ponto fundamental do projeto é o fim da discriminação contra pessoas vivendo com o vírus HIV.

“Nos próximos cinco anos, temos uma curta janela de oportunidade para mudarmos a marcha e colocarmos a resposta global ao HIV em linha com a Aceleração da Resposta para acabar com a epidemia de Aids”, disse o diretor executivo do UNAIDS, Michel Sidibé. “Essa reunião será fundamental para aproveitar o que construímos até o momento e assegurar o compromisso global de acabar de vez com a epidemia.”

Em 2015, cerca de 21,7 bilhões de dólares foram investidos em ações de combate à Aids, em países de baixa e média renda. Para que as metas da Aceleração da Resposta sejam alcançadas, orçamentos devem aumentar em 40% até 2020.

A última Reunião de Alto Nível sobre o tema ocorreu em 2011, quando líderes mundiais definiram um objetivo ambicioso: garantir o acesso a antirretrovirais para 15 milhões de pessoas até o final de 2015.

No ano passado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, informou que a meta já havia sido alcançada e ultrapassada em meados de 2015, com quase 16 milhões de indivíduos recebendo o tratamento. O número representa o dobro do registrado em 2011.

Agora, a comunidade internacional deve se empenhar em manter essas conquistas e buscar novos avanços, tanto para 2020, quanto para 2030, quando serão avaliados os progressos obtidos com os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O plano do UNAIDS determina a realocação de recursos para os lugares onde eles sejam mais necessários, assegurando que as populações mais afetadas pelo HIV sejam alcançadas por serviços de saúde.

“Estamos em um momento crítico na resposta à epidemia de Aids”, afirmou o presidente da Assembleia Geral, Mogens Likketoft. “Todos os Estados-membros devem trabalhar em conjunto sobre uma forte declaração política que crie as condições necessárias para a Aceleração da Resposta e acabe com a epidemia da AIDS até 2030.”

Parceria para cumprir metas de tratamento

O UNAIDS e a iniciativa ‘Um Milhão de Trabalhadores Comunitários da Saúde’ anunciaram em fevereiro uma parceria para cumprir as metas de tratamento contra a Aids, chamada 90-90-90, e estabelecer as bases para a saúde e desenvolvimento sustentável.

Os objetivos do tratamento são que, até 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas; que 90% deste grupo esteja retido em tratamento; e que 90% das pessoas em tratamento alcancem o nível indetectável para sua carga viral. A parceria foi concretizada em Adis Abeba, Etiópia, em reunião com oito ministros da saúde da África e outras partes interessadas.

Para alcançar essas metas, o número de pessoas realizando tratamento antirretroviral terá que quase dobrar ao longo dos próximos cinco anos, e a quantidade de trabalhadores de saúde com serviços nesta área também precisará aumentar.

“O fim da AIDS está ao nosso alcance e agentes comunitários de saúde irão desempenhar um papel fundamental na capacitação das comunidades para acabar com as as mortes por Aids e para quebrar a transmissão do vírus”, afirmou o conselheiro especial do secretário-geral da ONU sobre os ODS, Jeffrey Sachs, que reafirmou ainda o compromisso de colocar o desafio no centro da agenda dos novos objetivos globais da ONU.

Agência pede 20 bilhões de preservativos até 2020

A estratégia UNAIDS 2016-2021 estabeleceu também em fevereiro o objetivo de expandir a oferta anual de preservativos para 20 bilhões até 2020 em países de baixa e média renda e aumentar o uso de preservativo nas relações sexuais com parceiros não regulares, atingindo os 90%.

Os preservativos são 98% eficazes na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, ou DST. Segundo o UNAIDS, mais de 1 milhão de pessoas contraem DSTs no mundo por dia, e anualmente, 80 milhões de casos de gravidez indesejada são notificados.

“Investir em preservativos salva vidas. É inaceitável que tantas pessoas sejam infectadas com o HIV e com infecções sexualmente transmissíveis por que não têm acesso a algo tão fácil de usar, eficaz e de baixo custo como preservativos”, afirmou o diretor executivo adjunto do UNAIDS, o brasileiro Luiz Loures.

Cerca de 50 milhões de infecções de HIV foram evitadas devido ao uso do preservativo desde 1980. Apesar do aumento da prevenção, o número de pessoas com preservativos em relações sexuais com parceiros não regulares, dependendo do país, variou de 80% para menos de 30%.

O UNAIDS, juntamente com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e outros parceiros, apoia novos investimentos em programas que se dirijam à prevenção e ao aumento do uso dos preservativos em países com maior incidência de DSTs.

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