Os
investimentos em planejamento familiar poderiam economizar mais de 11 bilhões
de dólares por em ano na atenção à saúde materna e neonatal em países em
desenvolvimento, estima um relatório divulgado hoje (14) Fundo de População das
Nações Unidas (UNFPA). A organização calcula
que 222 milhões de mulheres em países em desenvolvimento têm necessidades não
atendidas de planejamento familiar. Para atender a demanda atual dessas
mulheres são necessários 4,1 bilhões de dólares por ano.
Os
benefícios do planejamento não seriam apenas econômicos, já que ignorar essa
prática propicia a pobreza, exclusão, problemas de saúde e desigualdade de
gênero. O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012 estima
que 3 milhões de bebês deixariam de morrer em seu primeiro ano de vida se mais
120 milhões de mulheres tiverem acesso ao planejamento familiar. Nos Estados
Unidos, o relatório mostrou que a maternidade na adolescência reduz as chances
de uma menina concluir o ensino médio em até 10%. A não atenção às necessidades
de saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens no Malaui contribuiu
para as altas taxas de gravidez indesejada e HIV.
Taxa de
fecundidade no Brasil demonstra queda segundo relatório do UNFPA
O
relatório menciona que a taxa de fecundidade no Brasil manteve uma tendência de
queda, tendo atingido o valor de 1,8 filhos por mulher, em contraste com os 2,5
registrados em 1996. A maior redução da fecundidade ocorreu nas áreas rurais,
de 3,4 para 2,0 e na região Norte, de 3,7 para 2,3 filhos por mulher. A
escolaridade das mulheres continua sendo um diferencial importante: para
aquelas sem instrução a taxa foi igual a 4, enquanto que ficou abaixo de 1,6
para mulheres com escolaridade mínima de 9 anos.
Todos os
dados brasileiros são provenientes da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
da Criança e da Mulher (PNDS), de 2006, que traça um perfil da população
feminina em idade fértil e das crianças menores de cinco anos no Brasil. A
pesquisa foi financiada pelo Ministério da Saúde e coordenada pela equipe da
área de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
(Cebrap).
O estudo
de 2006 também ressaltou que, do total de nascimentos ocorridos nos últimos
cinco anos no Brasil, apenas 54% foram planejados para aquele momento. Entre os
46% restantes, 28% eram desejados para mais tarde e 18% não foram desejados.
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