Baixa
remuneração e pouco reconhecimento profissional faz com que latino-americanos
qualificados prefiram deixar países de origem. Sistema sólido de bolsas de
estudos ajuda a conter problema.
A
estimativa é do Banco Mundial:
A fuga de cérebros, no total, está crescendo em todo o mundo. Um especialista
do organismo internacional, David McKenzie, explica que o número de imigrantes
do sul para o norte aumentou de 14 milhões em 1960 para 60 milhões em 2000. Da
mesma forma, o número de imigrantes com ensino superior aumentou
dramaticamente.
O salário-base, a reputação do empregador e
oportunidades de desenvolvimento profissional são uma “faca de dois gumes”, já
que fazem com que os profissionais decidam tanto ficar quanto sair de uma
empresa. Neste sentido, os ‘talentos’ latino-americanos que decidem procurar
melhores oportunidades fora do seu país de origem escolhem, em sua maioria, os
países ricos.
Mas o cenário econômico internacional está
mudando. A crise financeira de 2008 criou novas prioridades e gerou novas
exigências para os empregadores e empregados. De acordo com um relatório do The
Economist Intelligence Unit, o Chile é o país líder na região – pois tem um
ambiente melhor para atrair e reter talentos – seguido por México, Brasil,
Costa Rica, Argentina, Peru, Venezuela, Colômbia, República Dominicana e
Equador.
Uma das medidas mais práticas para reter
talentos é criar um sistema de bolsas de estudo sólido. No Chile, por exemplo,
muitas das bolsas tanto de formação como de Doutorado têm como condição o
retorno do beneficiado para trabalhar no país por algum tempo após o fim do
apoio financeiro. Isso garantirá a valorização do capital humano, vital para o
desenvolvimento e a inovação.
Outro exemplo é praticado na União Europeia,
onde os subsídios para estudar nos países membros permite uma maior mobilidade
e facilita a implementação de estudos avançados. Durante os próximos anos,
avalia o Banco Mundial, os países da região devem encontrar espaços que
promovam, protejam e retenham talentos tão valiosos para o desenvolvimento dos
países.
A ‘fuga de cérebros’
em números
Os valores relativos às qualificações
profissionais na América Latina variam de acordo com o país, de 5% na Costa
Rica a 14% na Argentina. No Canadá, Estados Unidos e Espanha, a taxa supera os
15%.
Segundo o Banco Mundial, 30 milhões de
latino-americanos vivem fora de seus países de origem – ou 5,2% da população.
Nos países do Caribe, em média, mais de 70% dos profissionais qualificados
emigram em busca de melhores oportunidades.
Os países líderes da região com o maior
número de emigrantes são a Argentina, Venezuela, México, Brasil, Costa Rica,
República Dominicana, Equador, Chile, Paraguai e Bolívia. A grande maioria
destes migrantes – cerca de 90% – preferem os países da OCDE, com rendimentos
mais elevados.
Saiba
mais detalhes do estudo divulgado pelo Banco Mundial clicando aqui.