terça-feira, 19 de julho de 2016

Pampulha é o vigésimo sítio brasileiro inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO

Localizado em Belo Horizonte, o Conjunto Moderno da Pampulha, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, neste domingo (17/07/2016), durante a 40ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada na Turquia.
O Comitê do Patrimônio Mundial decidiu incluir o sítio mineiro na Lista do Patrimônio Cultural da Humanidade. Ele passa a ser o vigésimo bem brasileiro a fazer parte da seleta Lista do Patrimônio Mundial. Minas Gerais é o estado com mais sítios inscritos no país. O Conjunto Moderno da Pampulha se junta ao time da Cidade Histórica de Ouro Preto, do Centro Histórico da Cidade de Diamantina e do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, localizado em Congonhas (MG). 
O Conjunto Moderno da Pampulha é de grande significado para as gerações presentes e futuras da humanidade, pois representa um marco da história da arquitetura mundial e da história brasileira e das Américas. Ele é composto por quatro edifícios, pelo espelho d’água do lago urbano artificial e pela orla trabalhada com paisagismo. O lago e a orla funcionam como elementos articuladores dos edifícios e reforça as relações que eles estabelecem entre si.
Os edifícios da Pampulha, construídos entre 1942 e 1943, abrigam a Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino (atual Museu da Pampulha), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Clube. 
O projeto original foi desenvolvido pelo arquiteto Oscar Niemeyer e o paisagista Roberto Burle Marx. Outros grandes artistas também deram a sua contribuição para o Conjunto, dentre eles, o pintor Cândido Portinari.
Critérios da Convenção do Patrimônio Mundial
O valor excepcional universal do Conjunto Moderno da Pampulha, reconhecido pela UNESCO, decorre da confluência de três critérios estabelecidos na Convenção do Patrimônio Mundial de 1972.
Por representar uma obra-prima do gênio criativo humano, o Conjunto Moderno da Pampulha se destaca pelo seu caráter precursor e inovador e pela forte percepção de conjunto revelada na relação entre paisagem e os bens edificados. O novo sítio também se destaca pelo trabalho integrado de expoentes da arquitetura, artes e paisagismo, atualmente reconhecidos internacionalmente, mas que na época de planejamento e execução do Conjunto se encontravam nas fases iniciais de suas carreiras.
O segundo critério é a exibição de intercâmbio de valores humanos que impactaram o desenvolvimento da arquitetura, as artes monumentais, o urbanismo e o paisagismo. Nesse critério, o Conjunto Moderno da Pampulha mostrou ter influenciado a arquitetura mundial e nacional – como em Brasília, inscrita na Lista do Patrimônio, em 1987. Mas, além disso, a importância da Pampulha reside também na própria afirmação das identidades nacionais latino-americanas que, poucos anos depois de seus movimentos libertários e de sua constituição como nações independentes, buscavam construir (e descobrir) suas personalidades próprias, distintas dos países europeus que as colonizaram.
Ser um exemplar excepcional de um conjunto arquitetônico que ilustra um estágio significativo da história é o terceiro critério no qual a Pampulha se enquadrou para receber o título. O período histórico em que o Conjunto foi planejado e construído - após a libertação do julgo colonial de diversos países da América Latina, a constituição de novas repúblicas e passada a Crise de 1929 – forma o pano de fundo para a busca de uma autonomia cultural e criativa. Foi assim que o Conjunto Moderno da Pampulha possibilitou uma mudança nos rumos da arquitetura e do paisagismo modernos. Destacam-se no Conjunto a utilização das curvas livres na Arquitetura e os recursos tecnológicos utilizados para torná-las possíveis, além de sua integração com a natureza e a paisagem que rodeia o Lago.
Conjuntos Modernos têm destaque na 40ª Sessão do Patrimônio Mundial
Neste ano, com três candidaturas, o patrimônio moderno esteve em destaque na reunião do Comitê. Além do sítio brasileiro, foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade, “A obra arquitetônica de Le Corbusier, excepcional contribuição para o movimento moderno”, distribuída em sete países (Argentina, Bélgica, França, Alemanha, Índia, Japão e Suíça). As “Principais obras de arquitetura moderna de Frank Lloyd Wright, nos Estados Unidos” foi o terceiro candidato a sítio do Patrimônio Mundial que estava na pauta para ser votado durante a 40ª Sessão.
O Brasil possui agora 20 sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, sendo 13 patrimônios culturais e sete patrimônios naturais. Antes da Pampulha, o último sítio inscrito foi o Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar, que passou a integrar a lista em 2012. Para além da Pampulha, veja quais outros sítios brasileiros compõem a Lista.
Saiba mais sobre a 40ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial aqui aqui.

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