Pesquisa
realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP mostra que metade dos alunos dos
cursos superiores de licenciatura em Física e Matemática não se interessam ou
tem dúvidas em se tornarem professores de educação básica.
O
estudo da pedagoga Luciana França Leme também ouviu alunos de Medicina, que
manifestaram interesse pela profissão, mas que não a seguiram devido aos salários
e as condições de trabalho. A pesquisadora recomenda que a licenciatura seja
mais valorizada nas áreas de Física e Matemática, e que os alunos de Pedagogia
tenham mais oportunidades de vivenciar a experiência de ensinar em sala de
aula.
Ao
todo foram aplicados 512 questionários para ingressantes nos cursos das
licenciaturas em Física, Matemática e Pedagogia e do bacharelado em Medicina da
USP. As questões verificaram se os estudantes tinham interesse em ser
professores da educação básica, que abrange a educação infantil (de zero 5 anos
de idade) e os ensinos fundamental (de 6 a 14 anos) e médio (de 15 a 18 anos).
“A maior motivação da pesquisa foi a escassez de professores no Brasil, em
especial na área de ciências exatas, pois estudos indicam que poucos jovens
querem seguir carreira docente”, diz Luciana.
A
porcentagem de alunos que não pensavam em ser professores ou tinham dúvidas
sobre essa opção foi de 52% na licenciatura em Física e 48% na Matemática. “Os
estudantes apontaram que entraram nos cursos por interesse em Matemática e
Física, pelo fato de a USP ser gratuita e dos recursos que oferece e que
poderão ser úteis no mercado de trabalho, sendo que este último argumento
poderia ser usado para justificar o ingresso em qualquer outro curso da
Universidade”, afima a pegagoga. Na Pedagogia, 30% descartaram seguir o
magistério ou estão em dúvida. “O índice é menor porque muitos alunos ingressam
nessa carreira pensando em ser professores, além de outras razões, como a
possibilidade de trabalhar com crianças”.
A
questão salarial apareceu como uma das principais razões pensadas para se optar
ou não pela profissão. “Normalmente, quem queria entrar no magistério sabia
exatamente o valor dos salários pagos aos professores, enquanto os que não tinham
interesse estimaram valores
fora da realidade, ou muito altos ou muito baixos”, diz a pesquisadora. “A
decisão também é influenciada por outros fatores intrínsecos à profissão, como
a liberdade para trabalhar, pois boa parte dos alunos alegou que só seria
professor se conseguisse ingressar numa escola reconhecida por ter bom trabalho
educacional, onde pudesse ter relativa autonomia e ensinar com certa
liberdade”. [...]
Leia a matéria completa em http://www5.usp.br/17573/pesquisa-da-fe-aponta-que-universitarios-nao-mostram-interesse-em-carreira-docente/