Relatos dos capitães portugueses, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, de 1922, foram aceitos pela agência da ONU como “Registro Memória do Mundo”; travessia marcou centenário da independência do Brasil.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
A Unesco informou ter listado os relatos do primeiro voo sobre o Atlântico Sul, realizado por dois navegadores portugueses, em 1922, como Registro Memória do Mundo.
Em comunicado, emitido nesta quarta-feira, a agência da ONU colocou os documentos escritos pelos capitães Gago Coutinho e Sacadura Cabral como parte de sua lista.
Sextante
O hidroavião monomotor, batizado de Lusitânia, ganhou um horizonte artificial adaptado a um sextante, que revolucionou a navegação aérea.
Além da inscrição do voo, realizada por Portugal, a Unesco também aceitou os arquivos dos Dembos/Ndembu, de Portugal e de Angola. Os arquivos têm cerca de 1160 manuscritos do final do século 17 e do início do século 20.
Segundo a Unesco, os documentos têm um “valor ímpar para a história, a antropologia e a linguística e atestam a transformação da cultura oral do sul da África através da assimiliação do português e suas repercussões para Portugal e Brasil.
Rei Francês
Na lista, divulgada pela Unesco, também aparecem manuscritos da Geórgia do século 5 e um decreto real francês de 1537.
Pela medida, o rei François Primeiro pedia a todos os livreiros que depositassem uma cópia de cada publicação na biblioteca do monarca. O modelo se espalhou pelo século seguinte levando ao crescimento de bibliotecas públicas.