quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Em tempos de Dengue, de enchentes, que tal reciclar pneus, hein???

Os pneus usados podem ser reutilizados após sua recauchutagem. Esta consiste na remoção por raspagem da banda de rodagem desgastada da carcaça e na colocação de uma nova banda. Após a vulcanização, o pneu "recauchutado" deverá ter a mesma durabilidade que o novo. A economia do processo favorece os pneus mais caros, como os de transporte (caminhão, ônibus, avião), pois neste segmentos os custos são melhor monitorados.
Há limites no número de recauchutagem que um pneu suporta sem afetar seu desempenho. Assim sendo, mais cedo ou mais tarde, os pneus são considerados inservíveis e descartados.
Os pneus descartados podem ser reciclados ou reutilizados para diversos fins. Neste caso, são apresentadas, a seguir, várias opções:
Na engenharia civil
O uso de carcaças de pneus na engenharia civil envolve diversas soluções criativas, em aplicações bastante diversificadas, tais como, barreira em acostamentos de estradas, elemento de construção em parques e playgrounds, quebra-mar, obstáculos para trânsito e, até mesmo, recifes artificiais para criação de peixes.
Na regeneração da borracha
O processo de regeneração de borracha envolve a separação da borracha vulcanizada dos demais componentes e sua digestão com vapor e produtos químicos, tais como, álcalis, mercaptanas e óleos minerais. O produto desta digestão é refinado em moinhos até a obtenção de uma manta uniforme, ou extrudado para obtenção de material granulado.
A moagem do pneu em partículas finas permite o uso direto do resíduo de borracha em aplicações similares às da borracha regenerada.
Na geração de energia
O poder calorífico de raspas de pneu eqüivale ao do óleo combustível, ficando em torno de 40 Mej/kg. O poder calorífico da madeira é por volta de 14 Mej/kg.
Os pneus podem ser queimados em fornos já projetados para otimiza a queima. Em fábricas de cimento, sua queima já é uma realidade em outros países. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) informa que cerca de 100 milhões de carcaças de pneus são queimadas anualmente nos Estados Unidos com esta finalidade, e que o Brasil já está experimentando a mesma solução.
No asfalto modificado com borracha
O processo envolve a incorporação da borracha em pedaços ou em pó. Apesar do maior custo, a adição de pneus no pavimento pode até dobrar a vida útil da estrada, porque a borracha confere ao pavimento maiores propriedades de elasticidade ante mudanças de temperatura. O uso da borracha também reduz o ruído causado pelo contato dos veículos com a estrada. Por causa destes benefícios, e também para reduzir o armazenamento de pneus velhos, o governo americano requer que 5% do material usado para pavimentar estradas federais seja de borracha moída.
Fonte: www.compam.com.br

RECICLAR PNEUS
A trituração de pneus para uso na regeneração da borracha, mediante a adição de óleos aromáticos e produtos químicos desvulcanizantes consiste num dos principais mercados para a reciclagem desse material. Com a pasta resultante desse processo, as indústrias produzem tapetes de automóveis, solados de sapatos, pisos industriais e borrachas de vedação.
Outra forma bastante usual para destinação final de pneus insersíveis, após serem triturados ou picotados, é a sua utilização como combustível alternativo para o processo produtivo da indústria de cimentos.
Além disso, o pó gerado na recauchutagem e os restos de pneus moídos podem ser aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade, além de atuarem como elemento aerador de solos compactos e pilhas de composto orgânico.
Os pneus inteiros são reutilizados em pára-choques, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e como estrutura em recifes artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira.
Reciclar Pneus
O Processo Petrosix patenteado pela Petrobras, inicialmente desenvolvido para retortagem exclusiva de xisto, foi modificado para o aproveitamento adequado do conteúdo energético de pneus usados e inservíveis.
São adicionados à carga de xisto processada, cerca de 5% em peso de pneus picados, o que permite reciclar aproximadamente 140 mil toneladas de borracha anualmente, equivalentes a 27 milhões de pneus.

Localização da SIX

A SIX - Unidade de Negócio da Industrialização do Xisto da Petrobras está localizada no estado do Paraná, município de São Mateus do Sul, situado a 150 km de Curitiba. O município tem uma superfície de 1.280 km² e a área da jazida de xisto da formação Irati é de 140 km².
Etapas da Reciclagem
São várias as etapas envolvidas na reciclagem de pneus. Inicia-se com o recolhimento e armazenamento; na seqüência vem a etapa de transporte entre o armazenador e picotador, seguida do trabalho de picotagem e de transporte do pneu picado para a SIX. Cabe à SIX o armazenamento e o co-processamento dos pneus bem como o transporte e disposição do material inerte oriundo do processo.

Histórico

Depois de cumpridas as etapas indicadas a seguir, o IAP - Instituto Ambiental do Paraná concedeu a licença de operação nº 02652 em 05/01/00 para co-processamento de pneus com xisto. Nova licença de operação foi concedida em 25/01/02 sob o nº 08332.

Etapas

1º teste de retortagem: autorização IAP 01403/98 em nov/98;
2º teste de retortagem: abril e maio/99;
Avaliação e aprovação do relatório dos testes: ago/99;
Protocolo de pedido de licença: out/99.
Em maio de 2001 a SIX iniciou a operação contínua de co-processamento de pneus com xisto. A marca de um milhão de pneus reciclados foi atingida em 31 de janeiro de 2002.

Razões do Projeto

Há várias razões que justificaram a implantação de um projeto voltado à reciclagem de pneus. Destacamos os seguintes:
Saúde pública: O acúmulo de água nos pneus favorece a proliferação de insetos vetores de doenças infecciosas como dengue, febre amarela, filariose (elefantíase) e malária (região Norte).
O armazenamento inadequado dos pneus torna-se ambiente favorável a roedores, que transmitem doenças ao homem através da mordedura, fezes e urina (leptospirose, gastrenterite, etc).
Passivo ambiental: Estima-se que haja no Brasil cerca de 45 milhões de pneus inservíveis com disposição inadequada. Somam-se a esse volume outros 20 milhões que são descartados anualmente.
Tecnologia conhecida: Os pneus podem ser transformados em óleo, gás e enxofre. Além disso, os arames que existem nos pneus radiais podem ser separados por meios magnéticos.

Processo Petrosix com pneus

A SIX produz óleo, GLP, gás combustível e enxofre a partir do processamento de xisto há mais de 20 anos e passou a misturar pneus picados à rocha de xisto a partir de maio de 2001 em suas plantas industriais, obtendo um acréscimo no volume destes produtos.
Atualmente a capacidade de reciclagem anual da SIX é de 5 milhões de pneus, podendo ser ampliada para 27 milhões de pneus por ano no curto prazo.

Resultados

Produtos
Uma tonelada de pneus rende cerca de 530 kg de óleo, 40 kg de gás, 300 kg de negro de fumo e 100 kg de aço.
Os produtos gerados pelo processamento do xisto adicionado de pneus picados são óleo, gás combustível e enxofre. O óleo de pneu tem poder calorífico de 10.182 kcal/kg, densidade 0.9457, viscosidade 4,88 cSt @ 55º C. O gás tem poder calorífico de 8.015 kcal/kg.
O enxofre é utilizado na agricultura, indústria farmacêutica e na indústria de vulcanização.
Os resíduos - xisto e pneu retortado - podem ser aproveitados como combustíveis para termelétrica ou insumo para indústrias cerâmicas e o arame pode ser reciclado em indústrias siderúrgicas.

Meio Ambiente e Saúde

O material inerte gerado pelo co-processamento de pneus é depositado nas cavas da mina, juntamente com o xisto retortado. Este procedimento faz parte do processo de reabilitação de áreas mineradas pela Petrobras.
O processo de reciclagem de pneus, bem como os demais processos de mineração e industrialização do xisto, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de refino de petróleo e disposição de resíduos urbanos são certificados pelas normas ISO 14001 e OHSAS 18001.

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