quinta-feira, 25 de agosto de 2016

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade". Paulo Freire


POR QUE TER QUE INCLUIR SE SOMOS TODOS IGUAIS?


Por Alessandra Leles Rocha


Fechadas às cortinas após o grande espetáculo é inevitável pensarmos que tudo acabou e ponto final. No entanto, a verdade é que os Jogos Olímpicos ainda não finalizaram, se nos atentarmos que outra legião de cidadãos brasileiros e estrangeiros está prestes a desembarcar no Rio de Janeiro para os Jogos Paraolímpicos. Mas, então por que a sensação de término? É essa a reflexão que proponho ao caro leitor.
Apesar de todos os discursos contemporâneos em torno da inclusão social, na prática a população caminha cada vez mais condicionada a não perceber os gigantescos abismos retóricos que existem entre a realidade e o ideal. A igualdade manifesta na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e ratificada constitucionalmente pela Carta Magna brasileira de 1988, no fundo ainda não ganhou as ruas de cada pedacinho de chão brasileiro, inclusive do ponto de vista da sua própria gente.
Infelizmente, não é só o Estado que faz vista grossa e ouvidos de mercador a esse direito tão fundamental. Na medida em que cada pessoa não enxerga no semelhante um cidadão de mesmo valor, direitos e deveres que ele próprio, o país estabelece sim, uma filosofia desagregadora e altamente excludente. E é justamente aí que reside o problema, porque não se trata de invisibilizar os portadores de deficiência, por exemplo; mas, de fazê-lo em relação a outros cidadãos como as mulheres, as Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTT), os portadores do vírus HIV, os encarcerados etc. Como se vê, são muitos os que por um motivo ou outro são enquadrados pela sociedade como algo nocivo, prejudicial e/ou incômodo.
Portanto, parece que a inclusão vem sendo construída a partir de inúmeras barreiras de segregação, como se todos não pudessem desfrutar do convívio social de forma integrada, harmônica e pacífica, sob a bandeira dos mesmos direitos e deveres cidadãos. Aliás, o único ponto que parece convergir à igualdade cidadã é no tocante ao pagamento de impostos e tributos; a arrecadação de divisas não parece enxergar nenhum empecilho quanto a esses cidadãos.
 No entanto, na hora de devolver-lhes respeito e dignidade a história é outra. Retomando o exemplo das Olimpíadas e Paraolimpíadas ficam evidentes as diferenças, a começar pela empolgação e motivação dos veículos de imprensa. O aparato de cobertura em torno das Olimpíadas não é de longe o mesmo destinado as Paraolimpíadas. Então, como esperar uma inclusão verdadeira, se não se promove a visibilidade desses cidadãos? Você sabe quem são nossos representantes nos Jogos Paraolímpicos de 2016? Em que esportes estamos sendo representados? E as oportunidades de medalhas? Quantos serão convidados pela mídia para tornarem-se “garotos e garotas propaganda de algum produto” depois de conquistar algum lugar no pódio?
Além disso, os investimentos, a disponibilização de estrutura logística de treinamento, de suporte multidisciplinar são outras razões de visível discrepância entre Jogos Olímpicos e Paraolímpicos; por isso mesmo, tornam-se elementos desmotivantes para o deficiente. Afinal, além da superação pessoal eles precisarão superar uma série de outros entraves práticos se quiserem ser atletas em nosso país; já que, no caso deles as demandas naturais para a prática desportiva se somam as demandas de acessibilidade, as quais sabemos não são ampla e adequadamente ofertadas.
Daí a importância de nossa reflexão. Em nome do chamado “politicamente correto” tem-se fomentado uma inclusão fictícia e perversa, que acaba por deseducar a população e incapacitá-la de exercitar a sua criticidade.  Estamos no século XXI mantendo, infelizmente, os mesmos pensamentos marginalizantes que se estabeleceram no Brasil Colonial; portanto, continuando a justificar a inércia pela conformação histórica, o que é lastimável.

Portanto, para que a realidade se transforme é fundamental que as pessoas se transformem. A invisibilidade social que reside e persiste em nosso país é algo que repercute diretamente no afloramento dos nossos preconceitos e indiferenças velados, que instiga as rivalidades e a violência, que exalta os maus tratos e a incapacidade de diálogo. Além disso, precisamos admitir que tais atitudes e comportamentos, simplesmente, têm retirado de maneira arbitrária de milhares de cidadãos a capacidade de se perceberem e se reconhecerem membros de uma coletividade e a partir do sentido desse pertencimento, serem capazes de desenvolver uma compreensão da diversidade cultural.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Projeto interdisciplinar é criado pelo Instituto de Filosofia da UFU: "Filosofia das Paisagens, Paisagens da Filosofia" começa neste mês e termina em dezembro.


Idealizado pelo Prof. Dr. Jakob Hans Josef Schneider, do Instituto de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o projeto "Filosofia das Paisagens, Paisagens da Filosofia" busca o diálogo com diversas áreas de conhecimento, como Arquitetura e Urbanismo, Música, Literatura, Filosofia, História, Geografia, entre outras.
“Trata-se, na verdade, de concretizar o que a Universidade deseja há muito tempo: a interdisciplinaridade” confirma Prof. Lucas Nogueira Borges, do Instituto de Filosofia - UFU. O projeto conta com a participação de técnicos administrativos e discentes, predominantemente do curso de Filosofia da UFU, que irão desenvolver palestras durante todo o evento.
A programação está disponível na pagina do Facebook do projeto. As inscrições serão feitas no local das atividades. E ao final do ciclo de palestras, haverá a emissão de certificados com carga horária de 40 horas.

Abertas inscrições para curso online sobre educação e sexualidade - Videoaulas buscam contribuir com a formação de profissionais da educação


O grupo de pesquisa Sexualidade e Escola (GESE) do Instituto de Educação (IE) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), disponibiliza 90 vagas em Uberlândia para videoaulas online que tratam da temática gênero e sexualidade nas escolas e nos diversos espaços educativos. As vagas são destinadas à profissionais da educação de escolas públicas (45 vagas) e graduandos de universidades públicas com interesse em atuar na educação formal (45 vagas).
O curso debaterá  sobre a educação para a sexualidade nos ambientes educativos, discutindo a possibilidade do tema fazer parte do currículo escolar. Propõe-se também a fomentar discussões que visem a promoção, o respeito e a valorização da diversidade de gênero e sexual, colaborando para o enfrentamento da violência sexista e homofóbica.
No ano de 2016, para a realização da terceira edição do videocurso foi feita uma parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) através do Grupo de Pesquisa Gênero, Corpo, Sexualidade (GPECS) e com a Coordenadoria Municipal da Mulher de Bagé/Prefeitura Municipal de Bagé (CCM).
As inscrições vão até 31 de agosto, através do site www.sinsc.furg.br. O curso acontecerá de 21 de setembro a 18 de dezembro com carga horária de 40 horas (20 horas por meio de videoaulas, 16 horas para elaboração de um recurso educativo digital e 4 horas de participação no seminário de abertura e no seminário integrador on-line).
Para mais informações acesse o site www.videocursosexualidade.com.br.

Inscrições abertas para curso de extensão em libras na UFU - Com início em setembro, o curso possui um limite de 30 vagas

O curso de Letras: Língua Portuguesa com domínio de Libras, da Universidade Federal de Uberlândia (LPDL/UFU), convida toda a comunidade para o curso de extensão de libras “Falando com as mãos”. A capacitação será ministrada pelo professor José Carlos de Oliveira.
Neste segundo semestre de 2016, o curso está no modulo II e dá seguimento ao conteúdo que foi iniciando no primeiro módulo, ofertado no primeiro semestre do ano. Segundo Giselly Tiago Ribeiro, técnica administrativa do LPDL, o curso terá uma continuidade semestral contribuindo para o aprendizado de um conhecimento importante como é o domínio da língua brasileira de sinais,
Com duração de 30 horas, as aulas acontecem todas as terças-feiras, entre os dias 06/09 e 13/12, das 13h às 15h, na sala 236, do bloco 1G, campus Santa Mônica. O curso possui o número de vagas limitado à 30 pessoas, para se inscrever é necessário preencher um formulário.

Evento "Escola sem partido"


Fonte: Instituto de Letras e Linguística / Universidade Federal de Uberlândia

Lançamento Educs


Fonte: Alex Remonato / Educs - Editora da Universidade de Caxias do Sul
Endereço: Francisco Getúlio Vargas, 1130 - Petrópolis
95070-560 - Caxias do Sul-RS
CNPJ: 88.648.761/0004-48
IE: 029/0281377
Fone/fax: (54) 3218.2197

UFU oferece curso de informática básica: "Inclusão digital" é promovido pelo PET Civil e CompPET

Os Programas de Educação Tutorial dos cursos de Engenharia Civil e Ciência da Computação, da Universidade Federal de Uberlândia (PET CIVIL/CompPET/ UFU), promovem o curso de informática básica “Inclusão Básica”. Com início no dia 10 de setembro, as aulas acontecerão aos sábados até o dia 22 de outubro, das 8h às 12h.
Direcionado a pessoas com idade mínima de 45 anos, o curso aborda noções básicas de informática relacionadas a temas como editores de texto e internet. As aulas serão ministradas pelos alunos dos PETs, em laboratórios da UFU.
São ofertadas 30 vagas. Os interessados   devem  se inscrever entre os dias 29/08 e 02/09, comparecendo no PET Engenharia Civil, localizado na sala 102 do bloco 1Y, campus Santa Mônica da UFU ou entrar em contato pelo telefone: (34) 3239-4182, e realizar o pagamento de uma taxa de inscrição no valor de R$10,00.

OSESP

CORO DA OSESP INTERPRETA COMPOSITORES FRANCESES | GEOFFROY JOURDAIN (REGENTE) | DOMINGO, 28 AGOSTO, 16H
O Coro da Osesp recebe, pela primeira vez, o regente francês Geoffroy Jourdain, para comandar um programa com obras a capella de compositores franceses dos séculos XX e XXI.

Jourdain é fundador e diretor musical do Le Cris de Paris, grupo vocal de música contemporânea, foi diretor do Coral da Orquestra de Paris e já trabalhou com renomados regentes, entre eles, Pierre Boulez, Rafael Frühbeck de Burgos, Paavo Järvi, Marek Janowski, Gennady Rozhdestvensky e Esa-Pekka Salonen.

O regente comenta sobre o repertório escolhido no trecho a seguir, reproduzido de texto especialmente escrito por ele para a Revista Osesp (Ago/ Set 2016):

“É possível identificar certa unidade estilística nessa seleção, um provável Classicismo ‘à francesa’, que aqui se justifica, apesar dos universos estéticos muito diferentes, de Fénelon a Dusapin, porque quase todos os compositores fazem referência a um gênero do passado: Ravel, com suas ‘canções’, presta homenagem à canção polifônica do século XVI; Hersant, ao madrigal italiano; Dusapin, ao contraponto erudito dos motetos do Renascimento…”

PROGRAMA

MAURICE RAVEL
Três Canções (7 min)
Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé: Soupir [Arranjo de Clytus Gottwald] (4 min)
Ballade de la Reine Morte d’Aimer [Arranjo de Vincent Manac’h] (3 min)
OLIVIER MESSIAEN
O Sacrum Convivium (4 min)
PASCAL DUSAPIN
Umbrae Mortis (5 min)
PHILIPPE FÉNELON
Zwei Psalmen (5 min)
JEAN-LOUIS FLORENTZ
Asmarâ (17 min)
PHILIPPE HERSANT
L’Infinito (12 min)

Saiba mais sobre Geoffroy Jourdain:

Informações:
- Concerto: 28/08 (dom), às 16h. Ingressos: R$ 43,50.

Os concertos da Osesp são uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura, e contam com o patrocínio do Itaú Personnalité, BM&FBovespa, Banco Votorantim e Deloitte.


SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares | Sala do Coro: 150 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingresso Rápido: (11) 4003-1212; www.ingressorapido.com.br 
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 25,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 14,00 (sábado e domingo de manhã) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.

Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública têm 50% de desconto, mediante comprovação em todas as atividades.


OSESP/MASP: ATMOSFERA DE SONHO | CORO DA OSESP COM GEOFFROY JOURDAIN (REGENTE) | TERÇA, 30 AGOSTO, 19H30
Iniciado em 2015, o programa Osesp/MASP volta em 2016 mesclando música e arte. Os concertos desta série abordam temas variados, com inserções de compositores brasileiros e contemporâneos. As apresentações são comentadas por especialistas convidados, que estabelecem um diálogo entre as obras da coleção do MASP e as composições interpretadas por músicos da Osesp.
Pierre-Auguste Renoir, Menina com as espigas, 1888

Na terça, 30 de agosto, às 19h30, o Coro da Osesp se apresenta sob a batuta do regente francês Geoffroy Jourdain, para um programa com obras a capella de compositores franceses. Jourdain é fundador e diretor musical do Le Cris de Paris, grupo vocal de música contemporânea, foi diretor do Coral da Orquestra de Paris e já trabalhou com renomados regentes, entre eles, Pierre Boulez, Rafael Frühbeck de Burgos, Paavo Järvi, Marek Janowski, Gennady Rozhdestvensky e Esa-Pekka Salonen. 
O tema do programa é "Atmosfera de sonho" - com a delicadeza do Impressionismo e suas nuances românticas, a música se sobrepõe às mudanças que ocorrem no mundo. Aos poucos, os acordes surpreendentes envolvem a todos e a modernidade desejada se mescla à busca de tranquilidade com momentos de apogeu, melancolia e deslumbramento.
PROGRAMA
MAURICE RAVEL
Ballade de la Reine Morte d’Aimer [Arranjo de Vincent Manac’h] 
Três Canções 
Ma Mère l'Oye: Le Jardin Féerique [Arranjo de Thierry Machuel]
PHILIPPE HERSANT
L’Infinito 
JEAN-LOUIS FLORENTZ
Asmarâ 
SERVIÇO
Local: Auditório MASP Unilever
Horário: 30 de agosto às 20h
Ingressos: R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia entrada)
Endereço: Av. Paulista, 1578
Tel.: (11) 3149-5959
Acessível a deficientes, ar condicionado. Capacidade: 374 lugares (vagas especiais para cadeirantes)
OSESP ITINERANTE | CORO DA OSESP NO INSTITUTO TOMIE OHTAKE | QUARTA-FEIRA, 31 AGOSTO, 20H | GRATUITO
O Coro da Osesp, sob a regência de Marcos Thadeu, realiza mais uma apresentação gratuita pela Turnê Osesp Itinerante, desta vez, no Instituto Tomie Ohtake, na capital paulista.

O projeto Osesp Itinerante leva à população de todas as regiões do Estado de São Paulo a excelência artística e pedagógica dos instrumentistas da Osesp em concertos sinfônicos, de câmara e corais, além de aulas de história da música e oficinas de instrumentos, inteiramente gratuitos. Criado em 2008, o projeto cumpre um papel fundamental no processo de difusão cultural e de democratização da música clássica, tornando-a acessível a um público cada vez maior, que não tem oportunidade de assistir aos concertos da Osesp na Sala São Paulo.

PROGRAMA

JOSEF RHEINBERGER
Três Canções Sacras, Op.69
ALBERTO GRAU
Confitemini Domino
RONALDO MIRANDA
Regina Coeli
ROBERTO CAAMAÑO
Salmo 114, Op.10
RODOLFO HALFFTER
Três Epitáfios
MIGUEL LETELIER
Arbolé, arbolé
GUIDO LÓPEZ-GAVILÁN
El Guayaboso
FRANCISCO MIGNONE
Congada
Cateretê

31 AGOSTO (QUARTA) | 20H 
INSTITUTO TOMIE OHTAKE
Rua Coropes, 88 – Pinheiros, São Paulo
Gratuito 

O Projeto Osesp Itinerante conta com a realização do Governo do Estado de São Paulo, correalização do SESC-SP, patrocínio do BBMapfre e apoio do Banco Votorantim.

TEMPORADA OSESP 2016 | ESTADO DE ESCUTA
Acesse o link e baixe o livro da Temporada:

REVISTA OSESP
Acesse o link e leia conteúdos relacionados aos programas:


Fonte: Alexandre Félix e Fernando Magarian / imprensa@osesp.art.br |

Programação Museu Correios - Lançamento catálogo mostra Djanira


Fonte: Marta Ribeiro de Souza / ANALISTA DE CORREIOS JR – JORNALISTA

sábado, 20 de agosto de 2016

Homenagem ao Dia Mundial da Fotografia (19/08)

Olhe o passarinho!


Por Alessandra Leles Rocha


Aprisionar o tempo. Talvez tenha sido esta a razão que moveu a civilização humana a desenvolver a fotografia. Ainda que seja por um instante, um único momento, a sensação de vencer o invencível é de imenso prazer.
E da parceria ousada entre a química, a física e a curiosidade do homem a imagem pode ser capturada. Dos primeiros experimentos na remota antiguidade até o assombro tecnológico das máquinas digitais fica evidente a importância da fotografia para as pessoas.
A vida na decomposição infinita de seu prisma é razão incontestável para imortalizar a contemplação. Quem não se encanta com o céu, seus astros e estrelas a cintilar no azul profundo e enigmático do universo em expansão? Ou com o nascer e o pôr do sol? Ou o trabalho dedicado das abelhas e formigas na construção do seu lar? Quantas possibilidades?...
De cada cena um debulhar de histórias. É! O Tempo é um grande contador de histórias; portanto, a fotografia também. Não há quem não viaje nas lembranças diante de uma foto. O que parece estático em nossas mãos ganha a dinâmica dos sentimentos e uma descrição narrativa salta dos lábios sem percebermos. As feições, a respiração, o brilho no olhar... O comportamento todo muda diante de uma fotografia. Presente e passado se misturam, sem que se saia do lugar.
Então, o que seria da odisseia humana sem elas? Conhecer, saber, aprender depende do registro, de como foi o início, o meio e o fim. Com as fotografais estabelecemos parâmetros de como tem sido o mundo, a sua gente, o seu lado bom e o seu lado sombrio, e podemos recordar refletir e se avaliar. Fotografia é arte, é cultura, é comportamento, é um pouquinho de tudo e de nós.
Não apenas nas caixas, nos álbuns, nos celulares e outras tecnologias é que as colecionamos. Não há fotografia só no limite do individual. Há tempos que elas ganharam o mundo, as páginas dos livros, das revistas, dos outdoors, das exposições, enfim... O que as palavras não conseguem traduzir ou explicar, lá estão elas para fazer. Silenciosamente, sutilmente, as fotografias revelam mais do que o visível; elas desnudam as emoções. É por essas e por outras que algumas pessoas relutam tanto em se deixar fotografar.
Mas, em tempos de selfies, o mundo parece ter abolido o pudor, perdido a vergonha e se entregue ao fanatismo dos flashes. A velocidade da vida nos assusta tanto, que eleva nosso instinto de controlar o tempo.  O que às vezes nos parece difícil de enxergar, de compreender pelo ritmo frenético dos acontecimentos, a fotografia é a nossa segunda e, porque não dizer, a melhor oportunidade para fazê-lo.  Guardar para sempre o material daquilo que subjetivamente nos pertence, como é o caso do nascimento, da infância, da juventude, das conquistas, dos amores,... Naquele instante enigmático em que tudo espera pelo enlace perfeito entre você, a câmera e o mundo.

Então, mesmo que chova que vente que sua alma não esteja tão feliz assim, fotografe. Certamente, a vida muda da água para o vinho, quando se escuta alguém dizer o velho e bom: olhe o passarinho!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Bonzinho (a), mauzinho (a)... Adjetivando o ser humano


Bonzinho (a), mauzinho (a)... Adjetivando o ser humano

Por Alessandra Leles Rocha


Ser humano que é ser humano sabe muito bem que não é nenhum protótipo de perfeição. Aqui e ali se misturam os defeitos e as qualidades; mas, nunca de forma homogênea e equilibrada. Vai depender do dia, da noite, da lua, enfim... para que o melhor ou pior seja exaltado, sobretudo, quando se é muito jovem.
Então, alheia a nossa vontade o tempo passa e cumpre o seu papel transformador. Sim, por mais que cada um de nós conheça os próprios comportamentos, pensamentos e sentimentos que mereçam uma boa lapidação, não adianta céus e terra cobrarem por isso se a vontade pessoal e intransferível não pulsar. É aí, então, que entra o tempo, o Senhor das Horas.
Gostando ou não, a verdade é que o correr dos ponteiros carrega grandes e valiosas lições. De um dia para o outro, a vida pode mudar dentro e fora de nós, nas linhas do imprevisível. E não há mudança que não venha munida de sabedoria; portanto, inevitavelmente, havemos de aprender. Seja pela dor ou pelo amor, as marcas desse aprendizado vão perenizando em nossas entranhas.
Desse modo, muito do que não era tão bom em nós vai obtendo a possibilidade de se reconstruir a partir do nosso próprio querer e não, da imposição ou sugestão do mundo. Tudo bem, que há em todos nós características que podemos dizer são imutáveis; o que me faz lembrar uma citação de Clarice Lispector que diz: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Então, se alguma coisa não mudar é porque, talvez, não era para ser.
No entanto, aquelas que se repaginam podem sim, ser um grande motivo de satisfação. Um certo tipo de conquista depois de longas e árduas batalhas interiores. Algo como vencer os fantasmas imaginários, as sombras que não nos permitem refletir a beleza da própria alma. Por isso, as metamorfoses são tão desafiadoras e seus resultados efetivos tão difíceis de serem alcançados. É; não se faz uma mudança nesse nível da noite para o dia.
Mas, para cada retoque adquirido pela essência humana somos capazes de perceber e reconhecer. Algo simbolicamente misterioso nos dá indícios de que não somos os mesmos diante de circunstâncias já conhecidas. De repente somos invadidos pelo equilíbrio, pela sensatez, pelo controle irrepreensível das situações, como se tivéssemos aprendido a domar o espírito selvagem que nos habita.
Não que os fatos passassem inertes por nós. O que fere, agride, incomoda, revolta... continua exatamente como é. Somos nós é que estamos diferentes. Moldados, certamente, pela disciplina silenciosa do tempo, o Grande Professor. Compreensivos de que nada permanece estático, independentemente do nosso desespero ou apreensão; posto que, isso só consome energia. É preciso apenas consciência para administrar as conjunturas.  

Então, não se preocupe em se enquadrar na imagem que os outros fazem ou esperam de você. Isso é torturante e desnecessário, na medida em que a unanimidade não existe. Apenas, seja você e ouça o que o tempo tem a lhe dizer. Afinal de contas, não somos anjos e nem demônios; somos humanos. E isso já é muito para darmos conta. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Para pensar...

A crise segundo “Einstein”

"Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado". 

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".  

UNODA oferece bolsas de estudo para curso sobre paz e desarmamento

O Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA) abriu vagas para bolsas de estudo destinadas a mulheres de países de Ásia/Pacífico, África e Oriente Médio para cursos de treinamento sobre áreas relacionadas à paz e ao desenvolvimento. O prazo é 31 de agosto. Em 2017, serão anunciadas 35 bolsas para países da América Latina e Caribe.
O Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA) abriu vagas para bolsas de estudo destinadas a mulheres de países de Ásia/Pacífico, África e Oriente Médio para cursos de treinamento sobre áreas relacionadas à paz e ao desenvolvimento. O prazo é 31 de agosto.
No total, há 140 bolsas de estudo disponíveis, cobrindo todos os custos de viagem, acomodação e participação nos cursos. São 105 bolsas para países de Ásia/Pacífico, África e Oriente Médio. Em 2017, serão anunciadas 35 bolsas para países da América Latina e Caribe.
As aulas presenciais ocorrerão no Cairo (Egito) para bolsistas do Oriente Médio, em Addis Ababa (Etiópia) para mulheres de países africanos, em Bangcoc (Tailândia) para Ásia/Pacífico e em San José (Costa Rica) para latino-americanas e caribenhas.
Os participantes receberão um certificado da Universidade para a Paz da ONU. Os cursos são desenvolvidos por parceiros da DNP Education, coordenados pela sede do UNODA em Viena e administrados pela Universidade para a Paz da ONU.
O público-alvo são jovens mulheres de 22 a 32 anos em início de carreira nos países das regiões citadas. Não é necessário ter conhecimentos prévios em questões de desarmamento, não proliferação e desenvolvimento. O curso é composto por dois meses de treinamento online e uma semana de treinamento presencial.
Saiba mais sobre o curso e as bolsas de estudo clicando aqui.

Desemprego cresce em todo o país e vai a 11,3% no 2º trimestre, diz IBGE

Por Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
A taxa de desocupação subiu em todas as grandes regiões do país, fechando o segundo trimestre do ano em 11,3% comparativamente ao mesmo período de 2015. Os dados foram divulgados hoje (17/08/16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que as taxas são as mais altas já registradas para cada uma das regiões do país, desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), em janeiro de 2012.
Na região Norte, a taxa de desocupação foi de 8,5% para 11,2%; no Nordeste, de 10,3% para 13,2%; no Sudeste, de 8,3% para 11,7%; no Sul, de 5,5% para 8,0%; e no Centro-Oeste, de 7,4% para 9,7%. No primeiro trimestre de 2016, as taxas haviam sido de 12,8% no Nordeste, 11,4% no Sudeste, 10,5% no Norte, 9,7% no Centro-Oeste e 7,3% no Sul.
Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desemprego no segundo trimestre de 2016 foram observadas no Amapá (15,8%); Bahia (15,4%) e Pernambuco (14%), enquanto as menores taxas estavam em Santa Catarina (6,7%), Mato Grosso do Sul (7%) e Rondônia (7,8%).
11,6 milhões de desempregados
Dados divulgados anteriormente pelo IBGE indicam que a taxa geral de desemprego, de 11,3% no trimestre encerrado em junho, é também a maior da série histórica e indicava uma população desocupada de 11,6 milhões de pessoas, um crescimento de 4,5% em relação aos primeiros três meses do ano. Quando a comparação se dá com o segundo trimestre do ano passado, no entanto, o aumento da população desocupada chegou a 38,7%.
A pesquisa indica, ainda, que o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,6% para a totalidade do Brasil no segundo trimestre deste ano.
As regiões Nordeste (48,6%) e Norte (54,4%) ficaram abaixo da média do país. Já nas demais regiões, o nível de ocupação variou dos 59,1% verificados na região Sul, passando pelos 59,2% do Centro-Oeste e até os 56,1% do Sudeste.
Por estado, Mato Grosso do Sul (61,1%), Santa Catarina (59,4%), Paraná (59,2%) e Goiás (59,2%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto Alagoas (42,9%), Pernambuco (46,6%) e Rio Grande do Norte (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos.
Carteira de trabalho assinada
Os dados divulgados hoje pelo IBGE, relativos à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, referentes ao segundo trimestre do ano, apontam a região Sul do país como a que registra o maior percentual de empregados com carteira de trabalho assinada (85,4%), seguida do Sudeste (82,7%) e Centro-Oeste (com 77,5%), todos com percentual de trabalhadores formais superiores à média nacional do país, que fechou o segundo trimestre em 77,3%.
No Nordeste, este percentual de trabalhadores com carteira assinada encerrou o segundo trimestre do ano em 62,25%, enquanto no Norte o índice estava em 61,5%, todos abaixo da média nacional.
Por estado, Santa Catarina (89,7%), Distrito Federal (86,2%) e Rio de Janeiro (85,7%) apresentaram os maiores percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho, enquanto Maranhão (51,8%), Piauí (52,3%) e Pará (57,4%) exibiram os menores.
Rendimento médio
Os dados da pesquisa indicam que três das principais regiões metropolitanas do país apresentavam um rendimento médio real habitual dos trabalhadores brasileiros acima da média nacional, de R$1.972. Na região Sudeste, o rendimento médio real era no fechamento do segundo trimestre de R$ 2.279, no Centro-Oeste (R$ 2.230) e no Sul (R$ 2.133). Já na região Norte, ele ficou em R$ 1.538 e Nordeste (R$ 1.334), em ambos os casos abaixo da média nacional.
Por estado, o Distrito Federal apresentou o maior rendimento (R$ 3.679), seguido por São Paulo (R$ 2.538) e Rio de Janeiro (R$ 2.287). Os menores valores foram anotados no Maranhão (R$ 1.072), Bahia (R$ 1.285) e Ceará (R$ 1.296).
(*) Texto atualizado às 10h11 para acréscimo de informações