A
tecelagem é milenar; acompanha o ser humano desde os primórdios da civilização.
Está identificada com as próprias necessidades do Homem, de agasalho, de
proteção e de expressão.
São
fibras de algodão, de lã, de linho, fiadas e tingidas por processos manuais,
que nos teares, através das mãos do Artista, se unem em cores e formas.
A
tecelagem utilitária evoluiu na tecnologia, e a de expressão procurou os
caminhos naturais. Aí as tramas e as urdiduras se entrelaçam para dar forma ao
pensamento e à intuição.
Saber
tecer e tingir fios de fibras naturais são conhecimentos que se mantém a
séculos e acompanham a humanidade desde sua origem. Por necessidade, a
tecelagem firmou-se no Brasil Colônia, onde produzir tecidos para escravos e
gente simples justificava o empreendimento. Houve tempo em que toda casa
mineira tinha uma roda de fiar e um tear tosco de madeira. Fazia-se o fio e do
tear saiam colchas e roupas para a família. Enquanto teciam, as mulheres iam
nomeando suas tramas de acordo com o desenho: Daminha, Pilão, Escama, Dados,
Sem Destino ou até mesmo com os os nomes das artesãs que as criavam. Com as
tramas nascia o pensamento abstrato e é por isto que, até hoje, tecer significa
pensar. Suas técnicas consagradas pelo tempo não são restritivas, mas sim,
abrem infinitas possibilidades de resultados, desafiando a criação. (...)
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