sexta-feira, 1 de junho de 2012

Relatório do ACNUR “A Situação dos Refugiados do Mundo: Na Buca por Solidariedade”

O número de pessoas deslocadas deve aumentar significativamente nos próximos dez anos por causa de conflitos, desastres naturais e mudanças climáticas. A conclusão é do relatório “A Situação dos Refugiados do Mundo: Na Buca por Solidariedade”, lançado ontem (31/05) pelo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
“O mundo está gerando rapidamente mais deslocamentos do que soluções para o problema”, disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres. “Isto significa apenas uma coisa: mais pessoas vivendo muito tempo no exílio, impossibilitadas de voltar para casa e de se estabelecer em um lugar ou em outro. O deslocamento global é um problema internacional que exige soluções internacionais – e com isso, quero dizer principalmente soluções políticas”, alertou.
O documento afirma que já há mais deslocados por desastres naturais do que por conflitos armados, mas a lei internacional não reconhece como refugiado quem deixa um país para fugir de mudanças climáticas e desastres naturais. E nesta mudança de perfil, coloca o deslocamento interno como um desafio primordial.
Atualmente, a maioria das 43 milhões de pessoas no mundo forçadas a abandonar suas casas não é refugiada, mas indivíduos deslocados internamente em seus países. Em todo o mundo, cerca de 26 milhões de indivíduos estão nesta categoria, enquanto de 15 a 16 milhões são refugiados e cerca de um milhão é solicitante de refúgio.
Aproximadamente 80% dos refugiados hoje vivem em países em desenvolvimento.
Uma grande solidariedade internacional é necessária para lidar com estes desafios todos, conclui o relatório. Isso significa aumentar as oportunidades de reassentamento de refugiados em países industrializados, desenvolver projetos cooperativos que promovam o regresso voluntário sustentável ou a integração local, além do apoio às comunidades que acolhem refugiados.
É necessário que se estabeleça um novo pacto de divisão de esforços e responsabilidades em todo o campo da proteção aos refugiados, desde a prevenção de conflitos à solução dos problemas.