quarta-feira, 5 de abril de 2017

Cúpula da ONU discute envelhecimento populacional e desenvolvimento sustentável

O órgão consultivo das Nações Unidas para questões relacionadas à população e ao desenvolvimento iniciou na segunda-feira (3) sua cúpula anual, com foco na mudança das estruturas etárias da população e no desenvolvimento sustentável.
A ONU estima que, até 2050, a população com mais de 65 anos na Europa irá aumentar de 23% para 28%. Para o secretário-geral António Guterres, a migração internacional pode ajudar a enfrentar os desafios do envelhecimento populacional. Ele encorajou todos os governos a facilitar processos migratórios seguros, ordenados e regulares.
O órgão consultivo das Nações Unidas para questões relacionadas à população e ao desenvolvimento iniciou na segunda-feira (3) sua cúpula anual, com foco na mudança das estruturas etárias da população e no desenvolvimento sustentável.
“O envelhecimento e o declínio populacional tornaram-se agora questões centrais para um crescente número de Estados-membros”, disse o vice-secretário-geral para assuntos econômicos e sociais, Wu Hongbo, na abertura da 50ª reunião anual da Comissão sobre População e Desenvolvimento, que ocorre na sede das Nações Unidas, em Nova York, até sexta-feira (7).
Ele também afirmou que, com os níveis decrescentes de fertilidade, a migração internacional “está se tornando a principal causa para as mudanças populacionais em diversos países”.
Lembrando que as tendências demográficas e as políticas populacionais evoluíram nas últimas décadas, Wu enfatizou a importância da comissão.
John Wilmoth, diretor da divisão populacional do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (ECOSOC), disse que a continuidade do sucesso da redução da mortalidade, incluindo entre idosos, e a redução de mortes causadas por doenças cardíacas, câncer e outras anteriormente consideradas intratáveis, contribuíram para o maior envelhecimento da população mundial.
Ele prevê que, entre 2015 e 2050, a população com mais de 65 anos na Europa irá aumentar de 23% para 28%. Na América do Norte, o percentual correspondente subirá de 18% para 23%. Até 2050, Ásia, América Latina, Caribe e Oceania terão mais de 18% de sua população com mais de 65 anos.
Em sociedades com populações mais velhas, os mecanismos de proteção social, os sistemas de pensão e de saúde estão sendo ajustados e fortalecidos. A participação das mulheres na força de trabalho está sendo apoiada mais do que nunca, e alguns países estão ampliando a idade para aposentadoria.
Paralelamente, devido ao relativamente lento declínio das taxas de fertilidade, muitas partes da África manterão uma população jovem nas próximas décadas, disse. No entanto, enquanto a taxa de natalidade continua a cair em parte devido aos contínuos investimentos em saúde sexual e reprodutiva, haverá oportunidade para um “dividendo demográfico”.
Enquanto a relativamente ampla população jovem atual entra no mercado de trabalho, ela será responsável por um menor número de crianças necessitando de apoio, enquanto o tamanho da população idosa ainda será relativamente pequeno, acrescentou.
Se essa futura população de trabalhadores for empoderada ao ter acesso a saúde, educação e oportunidades de emprego, os países estarão em boa posição para aproveitar o total benefício da situação demográfica favorável, afirmou Wilmoth.
Em comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afimrou que o progresso em oferecer educação sexual e serviços de saúde reprodutiva, melhorou as vidas de mulheres e meninas, levando à queda das taxas de natalidade em muitos países.
“Quando essa tendência é acompanhada de investimentos em capital humano, especialmente na juventude, isso pode resultar em dividendo demográfico, acelerando o crescimento econômico dos países”, afirmou.
O dividendo pode ser impulsionado com uma maior participação no mercado de trabalho das mulheres, que precisam ser empoderadas e receber a mesma educação e oportunidades de emprego dos homens, disse Guterres, enfatizando que os homens também têm seu papel, ao compartilhar o trabalho doméstico e as responsabilidades de cuidar de idosos e crianças.
Guterres disse ainda que a migração internacional também pode ajudar a enfrentar os desafios do envelhecimento populacional, ao adicionar trabalhadores à população, reduzindo a idade média. Ele encorajou todos os governos a facilitar processos migratórios seguros, ordenados e regulares.

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