segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Reflexões natalinas!!!



Natais...


Por Alessandra Leles Rocha


Natal. Gosto dessa data, desse momento especial no ano. O mundo pode ter dado seus rodopios fora do compasso, invertido algumas lógicas, mas o Natal conserva sim, uma semente mágica que independente do nosso grau de consciência germina e consegue tocar fundo a alma.
Nem precisa de neve caindo, renas, trenó, Papai Noel descendo pela chaminé, presentes de todos os tamanhos e embalados de modo especial,... como figuram as imagens típicas do hemisfério norte. Talvez uma chuvinha tropical caindo e molhando a janela, uma mesa com algo especialmente preparado para o momento, música a escolha do freguês, uma arvore decorada com bolas coloridas,... e o mais importante: pessoas que se querem bem reunidas.
Ainda que o nascimento de Cristo não esteja visivelmente presente como deveria, o seu legado é que faz toda a diferença e ultrapassa as fronteiras da religião: amor fraternal. A vida contemporânea nem sempre é prodiga em nos ofertar oportunidades de vivenciar esse amor; às vezes a culpa recai sobre a geografia, ou sobre a falta de recursos, ou sobre o excesso de trabalho, ou... ou... ou... Então, o Natal chega como a redenção de tantos desencontros; por uma noite, ao menos, haverá a possibilidade de manifestar os abraços contidos, o aconchego dos carinhos, o calor dos sorrisos, a poesia das emoções.
Gosto do Natal porque ele nos despi das armaduras e revela a criança que habita em cada um de nós; ficamos diante do espelho, flertando com o próprio reflexo. Talvez seja por isso que alguns não se sintam tão à vontade nessa época do ano! Sem querer a vida passa em filme pela cabeça, relembra bons e maus momentos e mistura os sentimentos entre pedir ou agradecer. É exatamente a essência desse instante o que guardamos nas paginas da memoria! Acima do luxo ou da simplicidade reside à verdade humana do Natal, incapaz de ser traduzida em palavras. Reencontros com os outros e consigo mesmo nos dão a dimensão exata dos pedacinhos de uma tal “felicidade” que vivemos a procurar. Olhares contemplativos, sorrisos, gargalhadas, lágrimas, um turbilhão nos toma de assalto nessa noite especial.
Em cada canto do mundo, na individualidade de cada ser, a noite feliz entoa seus cânticos, notas alternadas cuidadosamente e com sabor agridoce para reafirmar o equilíbrio da vida. Até mesmo a paz consegue romper os ruídos do mundo e transcender as nebulosidades que insistem em pesar a atmosfera. Natais são assim incomuns, inesquecíveis; mas, sempre uma nova chance de renascer diferente para a vida, ainda que continuemos sendo humanos! 

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